Contabilidade De Custos

1 INTRODUÇÃO

A Indústria Pelicano Ltda. Industrializa cuecas e calcinhas. Seus dirigentes passam por um período difícil em termos de gestão empresarial. Assim contataram a empresa de Consultoria Siqueira para auxiliá-los na análise da formação do custo de produção e preço de venda das “cuecas” que correspondem a maior parte do faturamento da empresa.

A Consultoria Siqueira dará ao Sócio administrador da Indústria Pelicano Ltda. e aos demais dirigentes um relatório com informações conceituais e teóricas para prestar tais esclarecimentos.

2 GESTÃO INDUSTRIAL

A Gestão Industrial trata principalmente da contabilidade de custos tendo em vista que a atividade básica de uma indústria é a transformação da matéria prima com aplicação da mão de obra juntamente com o uso de maquinas e equipamentos onde em cada uma dessas atividades são gerados os custos que deverão compor o preço do produto.

2.1 DIFERENÇA NA APURAÇÃO DOS CUSTOS DAS VENDAS

De acordo com a NPC 2 do IBRACON, “Custo é a soma dos gastos incorridos e necessários para a aquisição, conversão e outros procedimentos necessários para trazer os estoques à sua condição e localização atuais, e compreende todos os gastos incorridos na sua aquisição ou produção, de modo a colocá-los em condições de serem vendidos, transformados, utilizados na elaboração de produtos ou na prestação de serviços que façam parte do objeto social da entidade, ou realizados de qualquer outra forma.”

Desta forma, custo é o valor gasto com bens e serviços para a produção de outros bens e serviços. Exemplos: matéria prima, energia aplicada na produção de bens, salários e encargos do pessoal da produção.

Nas industrias segundo Costa (2009, pg.27), os custos correspondem aos gastos relativos à fabricação dos produtos. Como os custos em uma indústria envolvem diversas variáveis a definição correta desses custos depende de um eficiente controle.

No comércio varejista à atribuição do CMV – Custo de Mercadoria Vendida é baseado no seu custo de aquisição levando em consideração o método usado na apuração dos estoques, que normalmente é o PEPS – Primeiro que entra primeiro que sai.

2.2 MÉTODOS DE CUSTEIO

Para Moura (2005), métodos de custeio é a forma como as empresas agregam ao preço de venda seus custos de fabricação.

Existem basicamente dois métodos de custeio, absorção e variável.

2.2.1 Custeio por Absorção

De acordo com Sá (2009), este custeio consiste na apuração de todos os custos de operação dos bens produzidos ou dos serviços prestados, sejam eles fixos ou variáveis. Neste método, computamos, além dos custos diretos de operação (matérias primas, materiais secundários, mão de obra direta etc.), os custos indiretos de operação (manutenção de equipamentos, custos de suprimentos, planejamento e controle da operação, controle de qualidade etc.). Neste caso, os custos fixos - independentemente de serem diretos ou indiretos de operação - são rateados de acordo com os critérios estabelecidos pela empresa.

2.2.2 Custeio Variável

De acordo com Sá (2009), somente os gastos variáveis são apurados no custo das vendas. Esses custos variam de acordo com o faturamento da empresa como, por exemplo, comissão sobre as vendas e os impostos (ICMS, PIS, COFINS). Uma das características do custeio variável é o maior controle sobre os gastos fixos, pois se mantém isolados dos custos das vendas.

Para Moura (2005), no custeio variável são excluídos todos os custos fixos relacionados com o produto, e somente são contabilizados os custos variáveis a alguma relação (volume, quantidade, faturamento). Basicamente somente os custos variáveis são levados em conta sejam eles diretos ou indiretos.

2.3 PREÇO DE VENDA E A GERAÇÃO DO LUCRO

Para Nogueira, (2009, pág. 170), a decisão do preço de venda é uma das mais importantes para a empresa, afinal, a receita que a empresa recebe nas vendas de seus produtos ou serviços é a principal entrada de recursos na empresa. Recursos estes que serão utilizados para saldar os custos e despesas incorridos e apure lucro, visando assim a remunerar o capital aplicado pelo proprietário na entidade.

O preço de venda é o fator mais importante para o sucesso da empresa. Ou o preço de venda pode ajudar positivamente a empresa fazendo ela prosseguir ou se mal formulado pode levar a empresa até a falência.

3 UNIDADES EQUIVALENTES DE PRODUÇÃO

3.1 EXEMPLO

No mês de setembro de 2010, foi iniciada a produção de 1.500 unidades de um determinado produto. Ao final do mês, 1.200 unidades estavam totalmente concluídas e restaram 300 unidades em processo. O percentual de conclusão das unidades em processo é de 65%. O custo total de produção do período foi de R$558.000,00. O Custo de Produção dos Produtos Acabados e o Custo de Produção dos Produtos em Processo são respectivamente:

Neste caso, vamos calcular a equivalência dos produtos em processo em relação aos produtos acabados, ou seja, 300 produtos em processo equivalem a quantos produtos acabados. Isso é necessário, para valorizarmos os produtos, uma vez que o custo está apresentado por total.

300 (total de produtos em processo) x 65% (acabamento) = 195 produtos acabados

300 produtos com percentual de 65% de acabamento, equivalem a 195 produtos com 100% de acabamento, ou seja, totalmente acabados.

558.000,00 dividido por 1.395 produtos acabados (1.200 + 195) =400,00. Este é o valor unitário de um produto acabado.

400x65% = 260,00. Este é o custo unitário dos produtos em processo.

Como já temos o custo unitário dos produtos acabados e dos produtos em processo, podemos responder o exemplo acima:

1.200 produtos acabados x 400,00 (custo unitário) = 480.000,00

300 produtos em processo x 260,00 (custo unitário) = 78.000,00

4 CUSTEIO ABC POSSIBILIDADE DE UTILIZAÇÃO PARA FINS FISCAIS

Segundo Martins (2000, p.112): “O ABC é uma ferramenta que permite melhor visualização dos custos através da análise das atividades executadas dentro da empresa e suas respectivas