Contabilidade De Custos

Nos tempos atuais, quando as crises abordam organizações em todo o mundo, sejam elas privadas ou públicas, a modernização administrativa torna-se imprescindível. A gestão de custos faz parte deste processo, uma vez que permite ao administrador otimizar os recursos financeiros sem comprometer a qualidade dos serviços prestados. Essa otimização faz com que os gestores utilizem os recursos públicos de forma a proporcionar à população um melhor retorno dos investimentos, pois ela não visa somente gastar menos, mas principalmente gastar melhor.

Leone (2001) considera a contabilidade de custos como um instrumento de extrema necessidade para o administrador público, especialmente aquele que luta com poucos recursos para atender os problemas da coletividade. Entretanto, na administração pública, a contabilidade de custos ainda é uma atividade pouco praticada, não possuindo, portanto, teorias próprias desenvolvidas. Da forma como ela é realizada atualmente, está dirigida a fornecer informações mais voltadas para os usuários externos, no caso, o Tribunal de Contas e o Poder Legislativo.

Além de outras finalidades, as técnicas de custos são úteis para que se conheça até que ponto o serviço é deficitário, até onde poder-se-ia empregar outros meios mais baratos e até mesmo de que modo os valores poderiam ser cobrados. A economicidade na gestão pública está estreitamente ligada à informações adequadas de custos, os sistemas contábeis e orçamentários tradicionais tornam-se insuficientes (quando não inadequados) diante das constantes mudanças que ocorrem no ambiente dos negócios públicos e privados.

Beulke e Bertó (2008), uns dos pioneiros na apuração de custos na área da saúde no Brasil, afirmam que as características dessa área tornam esta tarefa complexa face aos inúmeros empreendimentos realizados dentro de uma organização, e também que a maior parte das instituições de saúde no país desconhece sua estrutura de custos.

O presente estudo será aplicado em uma unidade básica de saúde da região norte de São José dos Campos, com o objetivo de demonstrar os custos na prestação dos serviços, o qual trata da prevenção e curativo da atenção básica. Esta unidade possui o programa Estratégia na Saúde da Família diferenciado das outras UBS's, são três equipes que abrangem parte da zona rural (norte) do município: Taquari, Buquirinha e Freitas.

Identificaremos dentro da prestação de serviço da atenção básica municipal a aplicação dos recursos, classificando-os em custos diretos/indiretos, fixo/variável, despesas, investimentos e gastos. Faremos a análise dos custos primários, custos de transformação e custo total da prestação do serviço.

A metodologia adotada para a apuração dos custos indiretos será o sistema de custeio por absorção. Essa metodologia foi escolhida por ser de fácil aplicação e por ser a mais utilizada entre as instituições vinculadas ao SUS . Outro fator importante é que a sua apuração é possível a partir da segmentação da instituição em centros de custos.

O sistema de custeio por absorção controla o custo e o desempenho da entidade, podendo comparar os custos estimados, com os valores orçados. Esse sistema de rateio é considerado uma metodologia de custeio integral, pois ele apropria todos os custos ocorridos na produção do serviço, ou seja, consideram-se os custos diretos, indiretos, fixos e variáveis.

Mesmo com certas dificuldades ainda existem fortes razões para a utilização desta metodologia:

• inspira maior confiança, pois apropria todos os custos aos produtos/ serviços finais;

• assegura uma visão unitária para o custo total de cada serviço, desde que todos os custos estejam absorvidos.

Classificação dos custos

Levantamento da Mão de Obra Direta e Indireta

Levantamento das despesas do período

Apropriação dos Custos Diretos

A metodologia de rateio utilizada é a de Absorção Total com direcionadores baseado na porcentagem dos custos diretos alocados.

Apropriação do rateio nos procedimentos totalizando os custos dos procedimentos.

Cálculo dos Custos Primário/Transformação e Prestação do Serviço Total:

Custo Primário = Mão de Obra Direta + Material Direto

Custo Primário = R$ 90.400,00 + R$ 80.000,00 + R$ 15.000,00 + R$ 4.000,00 + R$ 5.000,00 + R$ 500,00 + R$ 250,00 +R$ 500,00 = R$ 195.650,00

Custo Transformação = Mão de Obra Direta + CIF

Custo Transformação = R$ 90.400,00 + R$ 14.880,00 = R$ 105.280,00

Custo Prestação Total = MOD + CIF + Material Direto

Custo Prestação Total = R$90.400,00 + R$14.880,00 + R$105.250,00 = R$ 210.530,00

DRE

Na área da saúde pública municipal as verbas são repassadas através da produção conforme o número de atendimentos e procedimentos realizados seja do governo federal ou estadual nesta unidade específica possui também repasse referente a quantidade de habitantes e equipes de PSF cadastradas. Como nossa entidade é governamental não visa lucros nossa apuração será somente o quanto de gasto é aplicado para a prestação do serviço de saúde municipal em uma única unidade básica de saúde.

Nos tempos atuais, quando as crises abordam organizações em todo o mundo, sejam elas privadas ou públicas, a modernização administrativa torna-se imprescindível. A gestão de custos faz parte deste processo, uma vez que permite ao administrador otimizar os recursos financeiros sem comprometer a qualidade dos serviços prestados. Essa otimização faz com que os gestores utilizem os recursos públicos