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Contabilidade Internacional - Contabilidade Do Japão

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Por:   •  14/2/2015  •  9.135 Palavras (37 Páginas)  •  905 Visualizações

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1. INTRODUÇÃO

A finalidade deste trabalho é fazer uma comparação entre o Brasil e o Japão, fazendo comparativos da cultura e da econômica de cada um deles verificando a possibilidade da harmonização da contabilidade internacional sendo possível um dia termos uma linguagem contábil homogênea.

Estabeleceu-se um paralelo entre a teoria dos valores culturais de Hofstede e a teoria dos valores contábeis de Gray, em dois países selecionados, Brasil e Japão. Busca-se saber se os seguintes fatores culturais enunciados por Hofstede - Distância do Poder, Individualismo, Masculinidade e Aversão às Incertezas - são obstáculos ao processo de harmonização das normas contábeis no Brasil e Japão.

Realizou-se revisão bibliográfica e normativa dos conteúdos relacionados com o tema. A seleção dos países objeto deste estudo deu-se por conveniência, pois se entende que o Brasil possui pouca pesquisa histórica e antropológica sobre Contabilidade apesar de ter herdeiro de outras culturas, o Japão por apresentar forte sistema econômico, além de uma cultura tradicional e milenar. Os resultados preliminares evidenciam que há influência dos aspectos culturais no processo de harmonização contábil nos países selecionados.

Apesar de este estudo concluir que o aspecto cultural é empecilho ao sucesso pleno da harmonização, trata-se de obstáculo passível de ser transposto, desde que sejam realizados estudos que contemplem, não só a operação formal dos sistemas de contabilidade e as suas produções técnicas, mas também a prática atual de tais sistemas, as instituições nas quais eles estão envolvidos, e os ambientes sócio-econômicos e políticos em qual eles operam.

A língua e a cultura conferem identidade às nações e condicionam a diversidade de comportamentos, ideais e reações. Em um momento no qual os laços econômicos estão cada vez mais apertados entre os países, pesquisas recentes apontam que a cultura é um fator importante que afeta o desenvolvimento, progresso e as mudanças dos países, particularmente de seu sistema contábil. Uma vez que a contabilidade internacional se torna a cada dia mais aceita como uma área importante a ser investigada.

Verma (2000) salienta que pesquisadores vêem importância em identificar os fatores ambientais que influenciam e explicam as divergências da contabilidade, além de tentar classificar diferentes sistemas e práticas contábeis nacionais sob um critério homogêneo.

Em particular, a teoria de Hofstede (1980, 1997), com as quatro dimensões culturais, especificamente, à distância ao poder, o individualismo, a masculinidade e a aversão à incerteza, têm sido constantemente testadas para identificar alguma ligação potencial entre as variáveis culturais e as características dos sistemas contábeis.

Essas dimensões exercem papel crucial na caracterização da cultura de cada país. Assim sendo, caracterizadas basicamente pelos quatro fatores acima, imagina-se que a cultura de cada país atue no sentido de contrapor o avanço em torno da harmonização das normas contábeis, processo este em pleno andamento. O presente trabalho apresenta como objetivo geral, investigar se os fatores culturais enunciados por Hofstede (1980, 1997) são obstáculos ao processo de harmonização das normas contábeis entre os países Brasil e Japão.

Os objetivos específicos são:

a) Demonstrar as dimensões culturais propostas por Geert Hofstede, preponderantes nos países, particularmente, Brasil e Japão.

b) Evidenciar as ligações entre as dimensões culturais propostas por Geert Hofstede com os valores contábeis propostos por Gray, nos países, Brasil e Japão. Sendo a harmonização das normas contábeis internacionais um processo que está em curso, é de se observar que os fatores ambientais que formaram a cultura de cada país influem decisivamente na prática da contabilidade de cada país, bem como afetam sobremaneira o processo de harmonização.

Pode-se afirmar que a contabilidade evoluiu em nível internacional, mas ela ainda mantém características e peculiaridades de cada país, sendo um dos entraves no progresso à harmonização.

A harmonização das normas contábeis deve acontecer para que as demonstrações contábeis sejam de fácil comparabilidade e conseqüentemente confiáveis. Sabemos que todos esses empecilhos citados acima dificultarão a harmonização entre os paises, mas não será um obstáculo dificultoso, pois a tecnologia e os avanços da contabilidade farão com que essa realidade aconteça.

A Contabilidade como toda ciência, tem sofrido transformações e adaptações ao longo dos tempos para se adequar ao mundo cada vez mais globalizado. Um país não vive isolado, as empresas ultrapassaram as fronteiras e com elas, também seus Demonstrativos Contábeis. Isso trouxe um problema, pois uma prática contábil de um país pode não ser utilizada ou rejeitada por outro. E como proceder com os relatórios contábeis em caso de empresas multinacionais? Como ser entendido em qualquer lugar do mundo o resultado de uma empresa se cada país tem suas normas, seus costumes?

2. REFERENCIAL TEÓRICO

Há dúvidas se o processo de harmonização alcançará êxito, porque as demonstrações contábeis e suas normas podem ter múltiplos propósitos, que refletem o ambiente cultural de cada país. A idéia inicial de harmonização como um movimento para a padronização das normas contábeis não alcançou êxito, devido às diferenças culturais existentes nos países. É prudente falar em harmonização e não em padronização. Segundo Amenábar (2001, p.7), harmonização “significa que diferentes padrões podem existir em diferentes países, desde que estejam em harmonia com a norma internacional.” CASTRO, 2001, salienta que a contabilidade é a linguagem universal dos negócios e para que as demonstrações contábeis sejam entendidas em qualquer dimensão cultural e geográfica precisam atender a quatro requisitos fundamentais:

a) Estar expressos em moedas que façam sentido aos usuários;

b) Estar expressas em um idioma que seja familiar aos usuários das demonstrações, é indiscutível que o idioma inglês tem esse caráter de universalidade mais do que qualquer outro;

c) Preparada consoante um conjunto de normas e procedimentos que permitam comparações com empresas congêneres, bem como mediante técnicas de análise, tais como Retorno sobre Investimento, Retorno sobre Ativos, entre outros;

d) Serem examinadas por profissionais independentes, mediante um conjunto único de parâmetros de aferição de sua adesão às normas,

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