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Por:   •  20/11/2013  •  9.316 Palavras (38 Páginas)  •  348 Visualizações

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jam plenamente utilizados, existem trade-offs, quer seja de rabanetes por cenouras, tempo livre por salário ou consumo presente por consumo futuro. A noção marginalista de custo de oportunidade é um instrumento para medir o tamanho do trade-off entre alternativas competidoras. Tais custos, refletidos nos preços, são usados para prever as reações á política pública, mudanças ou perturbações numa economia de mercado. Também são usadas para avaliar a eficiência econômica. De forma parecida, em uma economia planejada, relações de preço-sombra devem ser satisfeitas para um uso eficiente dos recursos.30 Nesse caso também, o marginalismo pode ser usado como ferramenta, tanto para modelar unidades ou setores de produção quanto em relação aos objetivos do planejador central.

Mercado e imperfeições de mercado[editar]

Ver artigo principal: Falha de mercado

Um mercado tradicional é um espaço onde os compradores e vendedores se encontram.

Agir pelo interesse individual conduz muitas vezes ao interesse geral, mas nem sempre é assim. Paul Krugman e Robin Wells notam que "a mão invisível não é sempre nossa aliada".4 .

Uma falha de mercado é um situação na qual o mercado não consegue a alocação óptima dos recursos económicos e dos bens e serviços. Isso pode acontecer, por exemplo, no caso de um monopólio (ou de um cartel), ou de uma situação em que coexista desemprego e falta de mão-de-obra, ou ainda a existência de poluição.

A falha de mercado, no sentido de alocação económica, é um conceito diferente da anomalia de mercado, que tem um caráter mais financeiro, não da falta de eficiência do mercado. A anomalia de mercado diz respeito ao rendimento financeiro e a uma anomalia nos preços devida a fenómenos comportamentais.31 Estes dois fenómenos podem ser a causa ou a consequência um do outro, ou resultar de uma causa comum.

O conceito de falha tem também um aspecto político, e por isso algo controverso, na medida em que serve para justificar intervenções políticas para “corrigir”, ou até mesmo suprimir, o mercado. Apesar disso, a generalidade dos economistas utiliza o termo mas para se referir às situações em que o funcionamento real de um mercado se afasta significativamente do mercado perfeito, devido ao efeito de três causas principais:

de estruturas de mercado sub-optimais (falta de transparência, latência, etc.)32

da não internalização de custos (como nos casos de externalidades, bens públicos e assimetria de informação, seleção adversa, risco moral e do problema do principal-agente)33 .

das ineficiências de preço (não consideração de informação na formação dos preços) devidas a desvios comportamentais34 35 .

O autores liberais, após o surgimento da teoria da escolha pública, acrescentam uma quarta causa, que na sua opinião tem consequências bem mais graves:

as intervenções estatais. A expressão falha do Estado (no sentido de falha do governo, em inglês government failure), surge por analogia com a "falha de mercado".

Novas teorias: compreendendo melhor a concorrência imperfeita[editar]

A partir dos dos anos 1970, o paradigma dominante na microeconomia sofre uma inflexão36 de modo a melhor integrar todas as anomalias e imperfeições do mercado. Para Pierre Cahuc "a nova microeconomia foi construída progressivamente, a partir de críticas dispersas, muitas inicialmente de forma isolada, ao modelo walrasiano".37 De uma forma mais geral, para a economista Anne Perrot, o edifício teórico da microeconomia tradicional deixava "desarmado o economista que procurasse uma representação positiva do funcionamento do mercado"38 . Esta mudança aconteceu num momento em que a macroeconomia buscava os seus fundamentos microeconómicos, de forma que iria gerar alguma convergência entre os dois campos.

O quadro geral da nova microeconomia é preferencialmente reduzido à análise de um só mercado e o seu estudo científico baseia-se mais em constatações que se julga serem representativas do funcionamento da economia (que são apelidados de "factos estilizados"38 ).

A nova microeconomia enfatiza os problemas relativos aos estímulos, à informação e à teoria dos jogos.

Por "estímulo" entende-se toa a ação de um agente económico (incluindo o Estado) que levem a certos agentes económicos adotar este ou aquele comportamento. Esta noção tem todo o sentido se considerarmos que a informação disponível é inevitavelmente limitada por um agente económico desejoso de incentivar outros agentes a ter comportamentos do seu interesse.

A teoria dos jogos, por seu lado, é um ramo da matemática aplicada que estuda as interações estratégicas entre agentes. Segundo essa teoria, os agentes escolhem as estratégias que maximizam os seus benefícios, sendo dadas as estratégias que os outros agentes irão escolher. Propõem um modelo formal das situações em que os decisores interagem com outros agentes.39 .

A teoria dos jogos generaliza a abordagem de maximização desenvolvida anteriormente para a análise de mercados. Foi desenvolvida a partir do livro de 1944 Theory of Games and Economic Behavior, de John von Neumann e Oskar Morgenstern. É também empregue em numerosos domínios não económicos: estratégia nuclear, ética, ciência política e teoria evolucionista.40

A extensão da abordagem microeconómica conduziu também ao desenvolvimento da "teoria dos contratos". Esta teoria conceptualiza as organizações, instituições, famílias e empresas como conjuntos de contratos (nós de contratos, na terminologia económica)36 41 .

Uma empresa é, por exemplo, um nó composto por contratos de trabalho, ligando-a aos seus assalariados, por contratos ligando-a aos seus clientes e fornecedores, por contratos de produtos bancários e financeiros, por contratos legais ligando-a ao seu Estado ou região em matéria fiscal e de regulação. os mercados são outro caso particular de nós de contratos, neste caso de contratos de comércio.

Os Estados, no sentido das organizações políticas que administram determinados espaços geográficos, são um outro exemplo de nó contratual, representando as Constituições contratos gerais ligando estas organizações ao povo que governam.

Um aspecto importante dos contratos é, regra geral, serem "incompletos", isto é, não conseguem especificar totalmente as obrigações das partes em todas as situações possíveis.42 O desenvolvimento desta teoria gerou naturalmente

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