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Crise Economica

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Por:   •  25/3/2014  •  1.321 Palavras (6 Páginas)  •  370 Visualizações

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O impacto da crise nos diversos setores da economia

 Aéreo – Moderadamente afetado

O ano de 2008 foi mais uma vez difícil para a aviação. Embora tivessem diminuído os problemas relacionados ao “caos aéreo” e não fosse registrado

nenhum grave acidente (como o da Gol em 2006 e o da TAM em 2007), a demanda cresceu aquém das expectativas a uma taxa de 7,4%. Como a

oferta elevou-se em 12,8%, verificou-se um recuo na taxa de ocupação, que passou de 68,8% em 2007 para 65,5% em 2008, comprometendo a

rentabilidade do setor. Como há uma correlação muito forte com o PIB, e esse deve apresentar um fraco desempenho em 2009, as empresas

poderão rever seus planos de expansão para que algo semelhante não volte a acontecer. Outro fator de preocupação para as empresas é a entrada

de um novo concorrente, a Azul. Pelo seu perfil de baixo custo, é uma ameaça especialmente para a Gol. Tanto é que a Gol já reduziu as tarifas nos

destinos atualmente atendidos pela Azul (Porto Alegre, Curitiba, Campinas, Vitória e Salvador). Além disso, fica a preocupação com relação à infraestrutura

nos aeroportos quando o setor voltar a crescer mais fortemente. Um ponto positivo para as companhias aéreas é a queda acentuada nos

preços do petróleo e consequentemente do querosene de aviação (QAV) verificada nos últimos meses. Ao contrário do diesel e da gasolina a

Petrobras reajusta sistematicamente os preços do QAV.

 Alimentos – Moderadamente afetado

Dado o seu caráter de essencialidade, o setor de alimentos deve sentir os efeitos da crise em menor intensidade. Após as duas grandes empresas do

setor (Perdigão e Sadia) terem apresentado taxas de crescimento de dois dígitos ao longo dos últimos anos, em 2009 esse ritmo deverá ser mais

modesto. É provável que com a menor renda disponível os consumidores passem a consumir produtos menos nobres e de menor valor. No cenário

externo há risco de surgirem barreiras ao comércio internacional, especialmente na Europa e na Rússia. No entanto, visto a grande competitividade

dos produtos brasileiros, novos mercados podem ser buscados. Com relação ao preço das carnes, verificou-se um recuo em torno de 20% em

dólares de setembro a dezembro no mercado internacional. Em contrapartida, a recente desvalorização do real beneficia nossas empresas, visto que

Sadia e Perdigão tem mais de 40% de suas receitas oriundas de exportações. Já a queda registrada nos grãos (especialmente o milho) traz um alívio

aos custos, com impacto positivo sobre as margens.

 Bancos – Moderadamente afetado

Em 2009, o crédito deve expandir a um ritmo menos acentuado que nos anos anteriores. Após as operações de crédito do sistema financeiro terem

subido 27,8% em 2007 e 31,1% em 2008, para 2009 estima-se que o incremento deva ficar numa faixa entre 15% e 20%. Após as concessões de

crédito terem apresentado forte desaceleração em outubro e novembro, auge da crise no mercado financeiro, em dezembro elas já voltaram ao

patamar de setembro. Com relação ao spread, verificou-se um salto de 8,3 p.p. ao longo de 2008, sendo 6,1 p.p. no 2º semestre. Nesse sentido, deve

haver uma pressão por parte do governo para tentar reduzir a taxa dos juros cobrados nos empréstimos, o que pode ser feito via bancos públicos.

Com relação à inadimplência, foi constatada uma elevação no último trimestre do ano, passando de 4,0% em setembro para 4,4% em dezembro. Na

pessoa física a inadimplência passou de 7,3% para 8,1% e na pessoa jurídica, de 1,6% para 1,8%. Com a perspectiva de aumento do desemprego e

um cenário desfavorável para as empresas de um modo geral, a inadimplência tende a continuar crescendo. Já a recente consolidação do setor, com

a fusão do Itaú e Unibanco e as compras do Banco do Brasil (Banco Nossa Caixa e Banco Votorantim), gerará ganhos de escala.

 Construção – Muito afetado

O apelo do setor de construção sempre foi o aumento da renda dos brasileiros, que deveria sustentar uma forte demanda por imóveis. Com o atual

cenário de aumento de desemprego e a piora da percepção das pessoas sobre a crise, entretanto, deve haver uma redução na demanda. Embora a

Caixa Federal pretenda ampliar suas linhas de financiamento em 2009, a restrição de crédito no mercado financeiro é um fator de preocupação. A

atual situação financeira de parte das empresas do setor de construção mostra um baixo nível de caixa e um alto nível de imobilização do capital.

Muitas empresas, capitalizadas na ocasião de sua abertura de capital, compraram terrenos a preços elevados e agora se encontram sem caixa e sem

crédito (que ficou mais escasso) para tocar seus projetos. Outro fator negativo é o atual alto nível de estoques de terrenos. Na tentativa de ajudar o

setor a superar esse cenário adverso, o governo pode anunciar um pacote habitacional que deve beneficiar principalmente as construtoras voltadas

ao segmento de baixa renda. Deve ajudar o setor a queda da taxa básica de juros. Ainda, podemos verificar futuramente movimentos de

consolidação no setor, que já eram esperados em tempos pré-crise

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