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DAVI

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Por:   •  3/8/2013  •  Tese  •  1.262 Palavras (6 Páginas)  •  494 Visualizações

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Caso Concreto: O Decreto Legislativo n 136/2011 dispõe sobre a realização de plebiscito para a criação do Estado de Carajás, nos termos do inciso XV do art.49 da Constituição Federal, enquanto, por sua vez, o Decreto Legislativo n 137/2011 convocou plebiscito sobre a criação do estado do Tapajós.

Vale ressaltar, que os parlamentares foram responsáveis pela definição territorial do suposto novo estado caso fosse aprovado no plebiscito.

Informe quais seriam os possíveis resultados do plebiscito?Pediu-me o Relógio (rapaz de mil artes e ofícios) que escrevesse um conto (mas que de ilusões se alimentará este rapaz?). Seja como for e também, por ventura, algum respeito, acedi (pura loucura ou apenas mórbida curiosidade de ver até onde é que o meu corpo fragilizado por horas infindáveis em torno de petiscos alentejanos aguentava).

Antes ainda de iniciar e vos iniciar na encruzilhada que se segue e no fatal começo de todos os contos do meu dia a dia (quem me manda ser contador de estórias?), devo-vos avisar de que a acção se situará, numa primeira fase, em Santarém, terra onde aliás nasci. Só isso faz com que associe a ela todo um conjunto de factores míticos e místicos, apenas acentuados pelas inúmeras igrejas (com preferência especial pela da Piedade, pelo simples facto de ter a forma de uma cruz grega, contrastando com o claro domínio da latina), as casas que nos contam estórias e ameaçam desabar a qualquer instante e a (quase) inevitável visão do Tejo nos miradouros onde devia ter beijado mais raparigas do que as que beijei na realidade. Se a ordem do mundo (ou pelo menos da minha vida) se tivesse invertido e tivesse nascido em Grândola (aguentem, peço encarecidamente, o fervor pavloviano de invocar a música do Zeca Afonso), talvez agora ousasse uma estória baseada na terra donde vos escrevo.

Enfim.

Era uma vez (agora sim, confessem lá o doce prazer de ver a estória começar) uma cidade onde nasceu um menino que gostava de poesia. Os pais trabalhavam dedicadamente numa farmácia cujo nome não irei revelar (por ora) e que, obviamente, estranharam tamanho problema no rapaz.

Ele, coitado, tendo nascido a 10 de Novembro de 1948, dever-se-ia ter preocupado com o facto do Eusébio só ter completado a instrução primária em Portugal, ou a vinda da Rainha Isabel II ao nosso país na primeira emissão da nacional televisão RTP.

Mas como ia a dizer, ele gostava de poesia.

Também gostava de pintar, mas dessa arte poucos sabem ou conhecem pois não foi muito visível. Os que viram conseguem (ainda hoje) garantir a pés juntos que ele nunca teria sido ninguém se se tivesse dedicado só à pintura, até porque isto é um país (e deixem-me que vos diga com algum rancor na voz) que não dá o mínimo apoio à pintura. Tirando, claro está, a Paula Rego que vive em Inglaterra e o Júlio Pomar que ninguém sabe quanto tempo mais se aguentará vivo, não existe verdadeiro apoio à nossa pintura. Talvez por isso ele nunca tenha exposto a sua pintura ao mais alto nível e se tenha dedicado à poesia.

Também, ouvi dizer, gostava de teatro e até que tinha bastante jeito para a coisa, pois anos mais tarde chegou mesmo a fundar não uma, não duas, mas três companhias, das quais só uma parece funcionar bem nos dias que correm.

Mas regressemos à poesia. Aos seis anos, já com o seu fato de marujo, construía pequenos teatros de papel onde recitava pequenos poemas que a família/amigos ou quem quer que seja que frequentasse a casa do bairro de São Bento (felizes são os pobres pois deles é o reino dos céus) lhe ensinava com algum fervor, mas não muito. Que isto estas coisas da poesia são bonitas, mas nada de excessos.

Mas esse gosto pela poesia e também as dívidas de muito boa gente para com a farmácia dos pais, fez que o nosso pobre rapaz fosse acarinhado por quase todas as pessoas de uma Santarém que alimentava um Liceu onde os finalistas trajavam de negro, havia bailes de e da sociedade e os toiros percorriam livremente a Avenida do Tribunal (que entretanto se encontrava a ser construído pelos voluntariosos presos de Alcoentre) em época de Feira e Feiras. Embora fosse muito acarinhado, havia sempre um ou outro amigo de verdade que lhe dizia, Tem cuidado António que com isso da poesia nem sei onde vais parar. Mas ele sorria no seu jeito cachopo e continuava a saltar e percorrer as pedras centenárias da cidade, como o rio que corre na esperança de encontrar o mar.

Um dia caiu. Levantou-se

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