DESENVOLVIMENTO DE PRODUTO À BASE DE NOZ DE LICHIA
Por: João Vittor • 27/4/2022 • Trabalho acadêmico • 1.340 Palavras (6 Páginas) • 87 Visualizações
RESUMO
A lichia é a fruta mais popular da China, muito apreciada por sua doçura e suculência, ela vem ganhando espaço em outros países, inclusive no Brasil. Atualmente esta fruta é consumida geralmente in natura, mas já existem alguns outros produtos no mercado fazendo seu uso, como gelatinas, shakes e sorvetes. No entanto, tem suas cascas e sementes descartadas, mesmo sendo dotadas de muitos nutrientes. Tendo em vista tal questão, este projeto pretende elaborar uma farinha à base da noz de lichia e um biscoito doce com este subproduto. Trata-se de uma pesquisa experimental com dados quantitativos. Serão realizados testes físico-químicos com a farinha produzida a fim de definir sua composição proximal, seu teor de fibras e sua capacidade antioxidante. Os biscoitos serão analisados em relação à sua composição físico-química: ao teor de umidade, cinzas totais, proteínas, carboidratos, lipídios e fibras e quanto às suas características microbiológicas. Espera-se que a farinha de noz de lichia seja um bom ingrediente para elaboração de biscoitos e que este produto apresente um adequado valor nutricional e seja bem aceito pelo público.
Palavras-chave: Litchi chinensis; Subprodutos; Biscoitos; Farinha.
3 produtos a base de noz lichia
na atualidade, as indústrias alimentares têm buscado formas de diminuir a geração de descartes de alimentos, tendo em vista a sustentabilidade. A semente da lichia é um subproduto em geral descartado, no entanto, dele é possível desenvolver outros produtos como farinha, que pode ser utilizada como matéria-prima de outros produtos, como biscoitos.
3.1 LICHIA
A lichia (Litchi chinensis Sonn.) é uma fruta subtropical de origem asiática, mais especificamente da China, onde é considerada fruta nacional, pertencente à família Sapindaceae, que conta com mais de duas mil espécies de plantas, entre elas estão as frutas brasileiras pitomba (Talisia esculenta) e o guaraná (Paulinia cupana) (MARTINS, 2005). A lichia é bem aceita pelo público em geral devido ao seu gosto adocicado e sua suculência. No Brasil geralmente é consumida em sua forma in natura, porém, com o advento das redes sociais e cada vez mais disseminação da cultura asiática, vem se popularizando o consumo de uma gelatina pronta para consumo a base da polpa da lichia. Na figura 1, pode-se ver as principais culturas de lichia plantadas em nosso país.
Na China, onde a produção é bem mais expressiva e uma das maiores do mundo, a fruta não é usada somente para produção de alimentos e bebidas, mas também é aplicada na indústria farmacêutica, na composição de bebidas medicinais. De acordo com Bhoopat et al. (2019) a polpa da fruta é utilizada na medicina devido aos seus benefícios para o coração, cérebro, baço e fígado e as sementes que muitas vezes são descartadas como resíduos podem ser empregadas em tratamentos de doenças como os cânceres de bexiga e próstata e também carcinoma renal. Tais benefícios à saúde foram dados devido a sua diversidade de nutrientes como polifenóis e polissacarídeos que influenciam na atividade biológica e são dotadas de propriedades benéficas.
O cultivo de lichia no Brasil está concentrado nos estados de Minas Gerais, São Paulo e no norte do Paraná, porém em quantidade bem menos expressiva que nos países do oriente, como relatado por Vilela (2016), as espécies mais comuns por aqui são:
Bengal: São originadas da seleção da variedade indiana Purbi, tem formato de coração e pesam cerca de 21g.
Brewster: Com origem na China, onde é chamada de Chen Zi, tem peso médio de 23g e costumam ser bem acidas caso consumidas em um estado de maturação precoce, quanto a sua aparência, são bem semelhantes à Bengal.
Americana: Essa variedade foi desenvolvida no Brasil, através de sementes selecionadas e trazidas dos USA, pesam em média 18g e possuem uma coloração vermelha intensa e rendimento moderado.
3.2 aproveitamento de subprodutos
De acordo com o dicionário de língua portuguesa, subproduto é “Corpo obtido acessoriamente no curso da fabricação de uma outra substância, ou como resíduo de uma extração: o alcatrão é um dos subprodutos da destilação do carvão-de-pedra.”
Segundo Queiroga (2018), o Brasil é o país que mais desperdiça alimentos no mundo, tendo em média de 35% de toda produção agrícola inutilizada e geração de resíduos de 50% de toda matéria-prima empregada na agroindústria alimentar. Isso se dá pois geralmente cascas e sementes de certos alimentos não são utilizados para produção de subprodutos. Os subprodutos, são produtos desenvolvidos de forma secundária ao produto principal, por exemplo nas indústrias de suco de laranja (produto principal) têm como subprodutos os farelos e óleos essenciais que são elaborados a partir do bagaço da laranja que seria descartado como resíduo após a produção do suco.
Rezzadori e Benedetti (2009) mencionam que utilizar esses resíduos na produção de subprodutos é essencial para cumprimento de normativas ambientais e de produção mais limpa partindo da premissa de uma gestão sustentável dentro da indústria. No caso da lichia, atualmente não se conhece nenhum subproduto em escala comercial com os resíduos da fruta no Brasil, existem apenas alguns estudos com a formulação de uma farinha a base das cascas e semente. Em estudos realizados pode ser constatado que esses resíduos possuem propriedades que colaboram
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