Desenvolvimento Economico Brasileiro

066. História do desenvolvimento econômico no Brasil

Coordenadores: AGNALDO DE SOUSA BARBOSA (Doutor(a) - UNESP), FABIO RICCI (Doutor(a) - Universidade de Taubaté - UNITAU)

Local: Setor I, Sala G4

Resumo: O simpósio temático em questão se assenta em uma dupla perspectiva: reunir pesquisas que analisem a temática do desenvolvimento econômico-social tanto do ponto de vista das experiências local e regional, quanto da perspectiva da interpretação macro-histórica e/ou macrossociológica acerca dos modelos de edificação da modernização capitalista do país. Com essa iniciativa, buscamos propor um painel amplo de discussões acerca das experiências de desenvolvimento nas múltiplas realidades territoriais do país, chamando a atenção para regularidades e especificidades da experiência de construção do capitalismo no Brasil, assim como fazer um balanço das interpretações correntes que caracterizam a temática. Neste sentido, ganham relevância as análises dos processos de desenvolvimento industrial, formação do empresariado e da classe trabalhadora e da evolução da ciência e da técnica no universo de produção da riqueza.

Justificativa: O conceito de desenvolvimento é frequentemente associado (e confundido) com crescimento econômico e industrial. Recentemente vários autores tem procurado relativizar os fatores materiais e os indicadores de crescimento econômico como base para o processo de expansão social e cultural na vida das pessoas, entre eles destacam-se Amartya Sen e suas referências ao IDH, indicador de referência mundial. Outros aspectos tem sido agregados à questão, como a sustentabilidade ambiental e a produção solidária, além do capital social, que traduz a capacidade de interação e cooperação entre os atores de um território, o empreendedorismo, elemento que materializa o potencial inovador dos agentes econômicos, e a territorialidade, fator que explica os determinantes locais da produção.

Bibliografia: CANO, W. Raízes da concentração industrial em São Paulo. São paulo: UNICAMP/IE, 1998.

CARDOSO, C.F. e VAINFAS, R. Domínios da história. Rio de Janeiro: Campus, 1997.

DEAN, W. A industrialização de São Paulo. São Paulo: Difel/Edusp, 1971.

DOBB, M. A evolução do capitalismo. Rio de Janeiro: Zahar, 1976.

DOSSE, F. A história em migalhas.Campinas-SP: EDUNICAMP,1992.

FURTADO, C. Formação Econômica do Brasil. São Paulo: Companhia das letras, 2009.

__________Teoria e política do desenvolvimento econômico. São Paulo: Companhia editora nacional, 1967.

HARVEY, D. A produção capitalista do espaço. São Paulo: annablume, 2006.

HOBSBAWN, E. Era dos Extremos. o breve século XX. São Paulo: Companhia das letr KOWARICK, L. Capitalismo e marginalidade na América latina. Rio de janeiro: Paz e Terra, 1981.

LEFEBVRE, H. A revolução urbana. Belo Horizonte: Ed. da UFMG, 1999.

MANTEGA, G. A economia política brasileira. Petrópolis-RJ: Vozes, 1992.

MARCOVITCH, J. Pioneiros e empreendedores. São paulo: EDUSP/Saraiva, 2006.

MARTINS, J. de S. O Cativeiro da Terra. São paulo: Hucitec, 1986.

MELLO, J. M. C. de O Capitalismo Tardio. São paulo: Brasiliense, 1984.

SANTOS, M. O espaço dividido. São Paulo: EDUSP, 2008.

SEN, Amartya. Desenvolvimento como liberdade. São Paulo: Companhia das Letras, 2000.

SUZIGAN, W. Indústria Brasileira: origem e desenvolvimento. São Paulo: brasiliense, 1986.

VEIGA, J. E. da. O desenvolvimento agrícola: uma visão histórica. São Paulo: EDUSP/Hucitec, 1991.

WEFFORT, F. C. O populismo na política brasileira. Rio de janeiro: Paz e Terra, 1980.

_____(Org.) Os Clássicos da Política.São paulo: Ática, 2006.

as, 1995.

Programação

23/07 - Terça-feira - Tarde (14:00 às 18:00)

MARCO ANTONIO PERRUSO

Uma trajetória dissonante: Francisco de Oliveira, a SUDENE e o CEBRAP

Francisco de Oliveira, um dos mais importantes cientistas sociais brasileiros, possui uma trajetória que ainda não foi investigada sob a perspectiva do campo intelectual e do pensamento social e político brasileiro da segunda metade do século XX. O fato de Francisco de Oliveira ter sido figura destacada da cultura política populista do pré-64 – na SUDENE – e da cultura política anti-populista após o golpe – no CEBRAP – consubstancia uma trajetória dissonante, movimentada, por vezes turbulenta. E evidencia o “devir” do espaço social onde atuava, propiciando uma relativização da dualidade institucional, estilística e ideológica entre aqueles dois verdadeiros tipos ideais de produção e atuação intelectual, estabelecidos por Miceli (1989). Embora tal dualidade tenha feito toda a diferença para muitos dos que protagonizaram o período que trouxe a substituição de um padrão intelectual e político hegemônico (o ensaísmo engajado à maneira isebiana) por outro (os universitários politizados de origem uspiana), talvez ela não seja tão necessariamente opositiva como estamos acostumados a ler na história de nosso campo intelectual e da institucionalidade das ciências sociais brasileiras.

Edson Trajano Vieira

FUNDO DE EMANCIPAÇÃO DOS ESCRAVOS EM TAUBATÉ

O objetivo da pesquisa que subsidiou o artigo foi verificar a potencialidade dos documentos do Fundo de Emancipação dos escravos na cidade de Taubaté para a compreensão do desenvolvimento do município. Os documentos do Fundo permitem investigar o cotidiano não somente dos cativos, mas também de seus senhores e do contexto econômico local, pautado no uso intenso do trabalho escravo. O método aplicado para a realização da pesquisa foi a analise documental com a comparação dos dados extraídos das fontes com a historiografia pertinente a escravidão no Brasil. Ressalta-se a importância dos documentos para a análise histórica, particularmente quanto ao questionamento entre o envolvimento entre a