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Desigualdade Social

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Por:   •  2/6/2014  •  1.818 Palavras (8 Páginas)  •  281 Visualizações

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A desigualdade social na sociedade é um fenômeno que ocorre em quase todos os países do globo, guardadas suas proporções e dimensões, e é desencadeado principalmente entre outros motivos pela má distribuição de renda entre uma população onde se concentra a maioria dos recursos na mão da minoria abastada da sociedade e consequentemente, o maior e melhor aceso a subsídios econômicos, educacionais, de saúde e de segurança, etc.

Porem é necessário entender a desigualdade social também como uma espécie de “leque” de outros tipos de desigualdades geradas a partir desta, como a desigualdade econômica, que gera pobreza, problemas como acesso à moradia, segurança publica, educação de má qualidade, desemprego, entre outros.

A moral e os costumes que dão cor a vida, tem maior importância do que as leis, que são apenas umas de suas manifestações. A lei toca-nos por certos pontos, mais os costumes cercam-nos por todos os lados, e enchem a sociedade como o ar que respiramos.

Fernando Braga da Costa.

A invisibilidade social eh um tema novo, e também antigo, que esta relacionada a pessoas que exercem profissões desprovidas de status, glamour, reconhecimento social e adequada remuneração.

Assim, os trabalhadores que executam tarefas imprescindíveis a sociedade moderna, mais assumida como de categoria inferior pelos mais variados motivos, geralmente não são nem percebidos como seres humanos e sim apenas como “elementos” que realizam trabalhos a que um membro das classes superiores já mais se submeteria.

Em consequência o que não é reconhecido não é visto.

As profissões cujos elementos carregam esse estigma da invisibilidade social tais como: faxineiras, seguranças, frentistas, garçons, domesticas e outros de caráter operacional. Esses são vistos como inferiores pela sociedade em geral, apesar de sua importância econômica.

Esses trabalhadores geralmente não são percebidos nem como seres humanos, o indicador disso é o uso do uniforme, o qual o rotula como não pertencente à parte dominante.

É nosso dever trazer a visibilidade para essas pessoas que contribuem tanto pra a construção das classes econômicas.

Neste processo, o sociólogo percebeu como o emprego doméstico é um poço de desigualdades de todos os tipos. A esmagadora maioria de trabalhadores da categoria é formada por mulheres, o que denota uma desigualdade de gênero. Entre elas, a maior parcela é formada por mulheres negras (e nordestinas, no caso da cidade de São Paulo, que foi usada no estudo), estando presente a questão da raça. Todas elas também pertencem a uma classe econômica mais baixa, e a humilhação e o preconceito aparecem em decorrência de todos esses tipos de preconceito. Foi no decorrer das entrevistas que Freitas percebeu como a humilhação era um tema muito falado pelas trabalhadoras, e como ela está presente em tudo, sendo corroborada por várias situações. Para ele, essa questão está muito ligada à distância social entre as duas partes. Distância essa que é em certa medida necessária para a reprodução do emprego doméstico, pois a patroa precisa mostrar que ela é a patroa, é necessário mostrar quem manda.

“No emprego doméstico, temos dois grupos sociais distintos em um mesmo espaço físico, mas a distância social entre eles é muito grande. As empregadas se sentem humilhadas quando percebem a externalização dessa distância social, desse sentimento de “mostrar quem manda”, o que acaba entrando em contraste com o discurso feito por algumas patroas de que elas são da família”, diz. Esse jogo de pouca (“você é da família”) e muita distância social está em permanente movimento, pois é quando a patroa explicita a distância entre elas que aparece a humilhação e que começam os conflitos no ambiente de trabalho. “É por conta disso que os sindicatos da categoria tentam banir essa ideia de que elas são da família, mostrando que aquela é uma relação trabalhista como outra qualquer, o que na prática é muito difícil de acontecer, visto que ela se dá no âmbito privado”, acrescenta o pesquisador.

Preconceitos e cordialidade

Historicamente, o emprego doméstico começou a ser problematizado pelas feministas, que queriam mostrar as estruturas do patriarcado, como era da mulher a responsabilidade pelos problemas de âmbito privado (cuidar da casa). Mas o trabalho doméstico não é só uma questão de gênero.

Embora o problema da divisão sexual do trabalho exista, ele não é o único. Enquanto isso, o preconceito de raça é muito difícil de ser tratado em nossa sociedade pois, segundo o pesquisador, há uma tendência em achar que esse preconceito não existe mais. Afinal, afirmar que ele existe na vida privada é afirmar que ele não está extinto “e que nós não somos tão legais quanto pensamos”.

Para o sociólogo, “há um costume de se pensar que nós brasileiros somos cordiais e tratamos as pessoas muito bem, mas as humilhações sofridas pelas domésticas mostram que nós não necessariamente fazemos isso ou somos assim”. Por isso, uma grande contribuição de seu estudo, que foi orientado por Antônio Sergio Alfredo Guimaraes, é conseguir encadear na base do argumento muitas desigualdades do emprego doméstico e mostrar como ele pode abarcar vários tipos de preconceito. “Não a toa, muitas dessas mulheres querem mudar de emprego, porque essa é uma profissão muito estigmatizada. Algumas nem falam publicamente qual é a sua ocupação.”

A humilhação social,se utiliza em sua discussão das colaborações trazidas pelo Marxismo e pela Psicanálise, que segundo ele “não poderia ser deixado de lado as colaborações trazidas pelo Marxismo e pela Psicanálise, apesar de deixar claro que ambos os métodos de investigação não se fundem ou confundem, apenas se complementam, se bem utilizados na ação investigativa.”

Na visão do Regime Marxista a questão da humilhação social busca a solução para os problemas de forma eficaz no âmbito social, ou seja, o homem em conjunto, lutando coletivamente. Já para os seguidores de Freud, adeptos da Psicanálise, entendem que o dilema da humilhação social inicia internamente no próprio indivíduo, resultado de pressões sofridas inconscientemente, e que só depois se exteriorizar passa a influenciar o grupo o qual pertence. Devemos entender que a humilhação social está diretamente ligada à questão da desigualdade de classes, sendo os seus resultados sentidos mais notadamente pelas camadas mais pobres da sociedade, constantemente expostos

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