Diferentes Gerações e Percepções sobre Carreiras Inteligentes e Crescimento Profissional nas Organizações
Por: Sabrina Sousa • 16/3/2021 • Resenha • 1.580 Palavras (7 Páginas) • 191 Visualizações
Diferentes Gerações e Percepções sobre
Carreiras Inteligentes e Crescimento Profissional
nas Organizações
A partir do conceito de Quinn (1992) de empreendimento inteligente - no
qual o conhecimento dirige a organização, que precisa
desenvolver competências ligadas à cultura, conhecimento operacional (Saber-como) e redes de relacionamento
(redes) - foi criada a primeira proposta de carreiras
inteligentes (Khapova, Arthur, & Wilderom, 2007).
Nessa proposta, apresentada por Arthur, Claman e
DePhillipi (1995), as competências, que devem ser construídas pelas pessoas, são análogas às organizações, mas não são subordinadas a nenhum empregador: saber por que
reflete a identidade e a motivação individual, significado pessoal e identificação com o trabalho;
Esse perfil de empregados se enquadra no que a literatura empresarial e acadêmica recente denominam geração Baby boomer.O termo geração, comumente, se refere a um grupo
delimitado de pessoas que, por terem nascido em uma determinada época, vivenciou eventos históricos e sociais significantes em estágios cruciais do seu desenvolvimento, os quais influenciaram sobremaneira seus valores, suas atitudes e suas crenças (Westerman & Yamamura, 2007). Embora seja essencial considerar como diferenças individuais
de cada ser humano, não é adequado cogitar que as pessoas de uma mesma geração compartilhem expectativas, desejos e percepções sobre o trabalho e sobre o papel das
associações laborais em suas vidas. Já para a geração X, tal preferência vem de sua necessidade de sobreviver e de empregabilidade, e para a geração Y, aprendizagem e
desenvolvimento garantem o estilo de vida que desejam, além da busca por crescimento de carreira nas associações (Zemke et al., 2000). Conforme as reflexões até aqui, foi
delineado um estudo quantitativo, apresentado neste artigo, com o objetivo de investigar uma possível relação entre a percepção sobre o desenvolvimento das competências
das carreiras inteligentes e a percepção sobre o crescimento
profissional nas associações, neste caso, considerando as
distintas favoritas e visões do mundo das três gerações
acima especificadas.
Referencial teórico e hipóteses
Nesta seção, uma descrição do contexto das carreiras
mostra a evolução da visão sobre o trabalho que fez surgir como
novas formas de análise das carreiras, a carreira proteana
e as carreiras sem fronteiras, além das carreiras inteligentes, fundadas são utilizadas na análise proposta
neste trabalho.
O contexto das carreiras e o crescimento profissional
Porém, além disso desafios, que se agregam entre vários outros, atualmente é considerado considerado como dificuldades das associações em manter suas estruturas de emprego. Arthur, Inkson e Pringle (1999) observam que as
principais teorias de carreira foram desenvolvidas com
base em uma visão voltada à economia industrial, na qual
as associações eram burocráticas, com níveis hierárquicos rígidos, situadas em economias relativamente estáveis. Guns, Evans e Jalland (2000) mostra que o período pós Segunda Guerra envolveu um crescimento econômico para as economias ocidentais o que ocasionou o aumento de corporações que atendiam empregos, incrementando as chances da construção de carreiras voltadas a uma única organização. A grande influência social dos interesses das sociedades proporcionou à visão decorrente das teorias tradicionais a noção de que o desenvolvimento profissional é predominantemente determinado pelos interesses das empresas e que mudanças organizacionais fatalmente ocasionam mudanças nos padrões de carreira. (1999) apontam a ocorrência da transição para a chamada nova economia, em que a palavra de ordem planejamento foi substituída pela palavra flexibilidade, o
que influencia o pensamento sobre carreira e, consequentemente, influencia as teorias que tratam do assunto. A necessidade de flexibilidade impõe-se às associações para sua atuação em um ambiente altamente competitivo, o que leva à tendência de elas próprias se tornem organizações sem fronteiras.
As carreiras inteligentes
(1999) entendem que essas competências são específicas com educação, trabalho e experiência de vida e se acumulam em forma de um capital de carreira
que pode adquirir ou perder valor ou ser adquirido de novo com capital. Esse comportamento é condizente com as necessidades das carreiras sem fronteiras e foi utilizado neste trabalho para levantar as seguintes hipóteses, seguido a seguir. H1a - Há uma relação positiva entre a percepção do desenvolvimento da competência sabendo por que e crescimento profissional na organização. H1b - Há uma relação positiva entre a percepção do desenvolvimento da competência sabendo como e crescimento profissional na organização.H1c - Há uma relação positiva entre a percepção do desenvolvimento da competência sabendo quem e o crescimento profissional na organização.
As diferenças geracionais
A delimitação temporal e a descrição de cada geração foi originalmente criada considerando a realidade norte americana a partir do encerramento da Segunda Guerra Mundial. Entretanto, nem nas economias ocidentais, como Estados Unidos e Reino Unido há consenso sobre a delimitação dos períodos que abrangem cada geração, bem como de suas características acerca das diferenças entre as três gerações (Parry & Urwin, 2011). Parry e Urwin (2011) sugerem que mais estudos comprovem empiricamente prováveis diferenças entre as gerações, considerando ou não as delimitações temporais, comumente utilizadas pela literatura tradicional sobre gerações. De forma geral, pesquisas empíricas realizadas na Europa (D’amato & Herzfeldt, 2008); Taiwan (Hui-chun & Miller, 2003, 2005); Austrália (Cennamo & Gardner, 2008; Wong, Gardiner, Lang, & Coulon, 2008) e Brasil (Reis, Antônio, Santos, & Marinho 2010; Veloso, Dutra, & Nakata, 2008) encontraram diferenças e, algumas vezes, resultados semelhantes aos estudos norte-americanos. Tais resultados referem-se à distinção das gerações quanto a aspectos relacionados às suas características perante o trabalho nas organizações, principalmente no que diz respeito às diferenças entre os Baby boomers e as demais gerações. Nas pesquisas brasileiras, inclusive, encontra-se o questionamento sobre a existência (ou não) de uma geração Y (Cavazotte, Lemos, & Viana, 2010). É importante ressaltar que tal indagação é coerente com as pesquisas que questionam se realmente existem diferenças expressivas que possibilitem a distinção entre geração X e Y nos Estados Unidos (Westerman & Yamamura, 2007).
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