Diversidade Linguistica
Trabalho Universitário: Diversidade Linguistica. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: wesleyrooh • 23/5/2014 • 4.285 Palavras (18 Páginas) • 428 Visualizações
A DIVERSIDADE LINGÜÍSTICA NO CONTEXTO ESCOLAR
ANTONIO ESCANDIEL DE SOUZA1
asouza@unicruz.edu.br
SÍLVIA PAUTZ2
ABSTRACT
This article is a result of a developing project by Universidade de Cruz Alta. The
methodology used consists of reading and application of questionnaires and
interviews with students of primary and high schools from Panambi. The previous
outcomes suggest that the reason of some discrimination in the classroom is due to
the student’s speaking way and some teachers don’t realize yet the enormous
linguistic diversity in our country. In this sense, many traditional teachers discriminate
their students because according to them, the pupils don’t know the Portuguese
language. In fact these professionals don’t notice the linguistic diversity of Brazil.
1. INTRODUÇÃO
A língua de um povo constitui-se como um dos seus bens mais preciosos. É na
língua que se apresentam refletidas as representações e construções de uma
sociedade. É pela língua que se dão as relações de poder e dominação, os
consensos, as discórdias, as transmissões culturais. Assim como é pela língua que o
sujeito constrói seu lugar na sociedade, também é através dela que é excluído.
Considerando que as cidades de nossa região são formadas pela união de
diversas raças e povos, é impossível ignorar que a diversidade étnica caracteriza
nosso país. A língua, em suas diversas formas e variantes, é uma entidade viva,
dinâmica e é o código utilizado pelo ser humano para se comunicar com seus
semelhantes, trocar informações, difundir idéias e conceitos. O uso da escrita
desenvolveu a comunicação entre os homens permitindo-lhes remontar as
barreiras do tempo na recepção de mensagens, além de ajudar muito no
desenvolvimento intelectual do ser humano. Ademais, seu domínio passou a
figurar, socialmente, como prestígio social e instrumento de ascensão profissional.
Devido a constantes inovações, a escola está deixando de ser apenas o local
onde se acumulam conhecimentos, que tem no professor o depositário da
sabedoria e no estudo, um fim em si mesmo. A escola passou a ser um ambiente
voltado à reflexão e o educador passou a atuar como mediador da aprendizagem,
sabendo respeitar e interagir com as diferenças étnicas, culturais, sociais e
econômicas do educando. A sociedade está cada vez mais exigente, então não
basta seguir rigidamente as normas lingüísticas, sem deixar espaço para o
desenvolvimento do educando como ser crítico, capaz de expressar suas idéias e
lutar pelos seus ideais.
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A língua se relaciona com a sociedade porque é a expressão das
necessidades humanas de se congregar socialmente, de construir e
desenvolver o mundo. A língua não é somente a expressão da alma, ou do
íntimo, ou do que quer que seja, do indivíduo; é acima de tudo, a maneira
pela qual a sociedade se expressa como se fosse a sua boca.
(SIGNORINI, 2002. p. 76-77)
É importante ter um discurso condizente com a realidade social, mas a
consideração da modalidade lingüística que o educando traz de casa, é essencial,
já que a democracia e a liberdade de expressão devem acontecer desde o espaço
escolar e, porque por meio dessa linguagem é possível estabelecer a comunicação.
Com respeito pela linguagem do aluno, é possível levá-lo a aprimorar-se da
variedade lingüística valorizada socialmente, o que possibilitará a ele a adequação
de uso da linguagem ás diversas situações sociais em que precise se manifestar.
Ao contrário do ensino tradicional, que silencia, e contribui, desse modo, para a
manutenção da ordem social vigente, com as mudanças no ensino poderão ser
conseguidas mudanças sociais ao se garantir que a possibilidade de expressão
deixe de ser sonegada à grande parcela da população. Não é preciso substituir a
modalidade do aluno, mas é possível fornecer-lhe outra adicional, a de maior
prestígio, para que, com isso, ao mesmo tempo em que ele possa conseguir sua
ascensão social, também continue participando de seu grupo de origem, não
sofrendo, assim, um processo de despersonalização.
Faz-se necessário o ensino da forma para enriquecer e contribuir com o
desenvolvimento cognitivo do educando, bem como ampliar o seu léxico, porém
não se deve impor bruscamente o padrão sob pena de continuar promovendo, na
sociedade, o complexo de incompetência lingüística, que gera alienação. Seria
necessário ao professor falante da forma culta se familiarizar com a nova realidade
escolar, conduzindo
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