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Do Planejamento A Execuçao Da Manutençao

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Por:   •  19/9/2013  •  1.916 Palavras (8 Páginas)  •  512 Visualizações

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PLANEJAMENTO E CONTROLE DA MANUTENCAO (PCM) ¡V Parte 2

Luiz Carlos Dorigo

4 - ATRIBUICOES DO PCM

As quatro funcoes fundamentais do PCM, quais sejam, Planejamento, Programacao, Coordenacao e Controle devem ser bem definidas e compor o Manual de Gestao atraves de seus Padroes e Procedimentos de Trabalho.

4.1 - PLANEJAMENTO

O nucleo de PCM deve desenvolver as seguintes atividades na funcao Planejamento:

„h Participar da geracao da Matriz de Criticidade dos Ativos junto com a

Engenharia de Manutencao

„h Elaborar o mapa de 52 semanas

„h Classificar os ativos no CMMS/EAM, utilizando a Matriz de Criticidade e grupando os equipamentos por tipos definidos (codigo de catalogacao dos ativos)

„h Detalhar e orcamentar as Ordens de Servico dos diversos planos de manutencao (Inspecao, Manutencao Preditiva e Manutencao Preventiva)

„h Diligenciar a aquisicao, reservar e requisitar os sobressalentes (Aprovisionamento)

„h Negociar com os clientes a real necessidade dos servicos de Manutencao Corretiva

E importante ressaltar de imediato a necessidade de um programa sistematico de capacitacao do pessoal da Manutencao na funcao de planejador. Um equivoco comum e a colocacao de empregados recem admitidos na funcao de planejador porque esses profissionais tem boa formacao em ¡§softwares¡¨ de Planejamento (Gantt, Diagrama de Setas, Pert-CPM, MS-Project, Nivelamento de Recursos...). As competencias fundamentais de um bom planejador sao, em um determinado servico de manutencao, conhecer:

- A DURACAO DAS ATIVIDADES - A QUANTIDADE DE RECURSOS (PESSOAL, MATERIAL, FERRAMENTAS ESPECIAIS, EQUIPAMENTOS DE APOIO - VENTILACAO, EXAUSTAO, ILUMINACAO, ACESSO- MAQUINAS DE ELEVACAO DE CARGA) - A DEPENDENCIA DESSAS ATIVIDADES (SEQUENCIA DE TAREFAS) - AS FERRAMENTAS DE PLANEJAMENTO E OS SOFTWARES DE GERENCIAMENTO DA MANUTENCAO

E, admitindo que em nossas escolas tecnicas e de engenharia, nao existe preparacao adequada para as atividades de Manutencao e, muito menos, de Planejamento de Manutencao, e um absurdo imaginar que somente por conhecer ¡§softwares¡¨ de planejamento esses profissionais estao preparados para a funcao.

Luiz Carlos Dorigo, engenheiro eletricista, consultor senior da TECEM TECNOLOGIA EMPRESARIAL LTDA, co-autor do livro Manutencao Orientada para Resultados, instrutor de cursos e conferencista em congressos e seminarios.

2013 ¡V Luiz Carlos Dorigo ¡V TECEM TECNOLOGIA EMPRESARIAL LTDA ¡V www.tecem.com.br

Essa decisao nao muito rara, de colocar recem contratados nos grupamentos de PCM, tem sido um fator de frustracao para novos empregados.

Dentro de um nucleo de PCM, planejar e estabelecer planos de manutencao e de inspecao, alem de atender as solicitacoes de manutencao corretiva, de pequenos projetos e obras. Trata-se de criar para todos os ativos da empresa, atraves das Ordens de Trabalho (OT/OS) os mais adequados planos da Manutencao e Inspecao que irao garantir a sua confiabilidade e a sua disponibilidade.

A atividade de planejar na Manutencao deve comecar pela elaboracao da MATRIZ DE CRITICIDADE dos ativos, cuja responsabilidade e da Engenharia de Manutencao, porem com a parceria do Planejamentio do PCM, em conjunto com a Operacao, Programacao de Producao, Seguranca e Meio Ambiente.

A Matriz de Criticidade e elaborada a partir da analise dos ativos em relacao aos aspectos de:

„h Seguranca Pessoal

„h Meio-Ambiente

„h Producao

„h Qualidade do Produto

„h Custos de Manutencao.

Ao analisarmos todos os ativos da Empresa deveremos nos esforcar para estabelecer 3 niveis de Criticidade. Esses 3 niveis servirao de base para a escolha das tecnicas e os tipos de servico mais adequados de Manutencao que serao aplicadas a eles, assim como a frequencia de sua aplicacao. As tecnicas/servicos aplicaveis sao classificadas em:

„h Manutencao Corretiva

„h Manutencao Preventiva

„h Manutencao Preditiva

„h Inspecao.

MATRIZ DE CRITICIDADE

Os parametros que devem nortear sua execucao estao indicados na tabela a seguir:

Area de Acao

Parametro

Graduacao

Seguranca e

Meio- Ambiente

Causa fatalidade ou acidente incapacitante, danos irreversiveis a Saude e Meio-Ambiente, nao cumprimento da legislacao (NR-10 e NR-13...) Maxima

Causa lesoes leves, perturbacao ecologica de baixa duracao Media

Causa efeitos leves a saude, nao afeta o Meio-Ambiente Pequena

Producao

Afeta a producao anual de forma irrecuperavel Maxima

Afeta a producao, porem pode ser recuperada Media

Nao afeta a producao Pequena

Qualidade do

Produto

Afeta a qualidade final (produto fora de especificacao para o cliente externo) Maxima

Exige reprocessamento do produto Media

Nao afeta a qualidade do produto Pequena

Custos

de

Manutencao

Aumenta em mais de 20% os custos mensais da Manutencao Maxima

Aumenta de 10% a 20% os custos mensais da Manutencao Media

Nao afeta significativamente os custos de Manutencao Pequena

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A MAIOR CONTRIBUICAO DA MATRIZ DE CRITICIDADE E UNIFORMIZAR O COMPROMETIMENTO DE TODO PESSOAL E PARTICULARMENTE DOS GERENTES COM A DEFINICAO DA IMPORTANCIA RELATIVA DOS ATIVOS.

Aplicada a Matriz de Criticidade para todos os ativos faz-se a classificacao dos equipamentos definindo-os em tres niveis: A, B, C.

Serao de Criticidade A todos aqueles equipamentos que se enquadrarem na classificacao Maxima em qualquer um dos quatro requisitos, quais sejam Seguranca e Meio-Ambiente, Producao, Qualidade do Produto e Custos de Manutencao. De Criticidade C serao aqueles que se situarem na classificacao Pequena em todos os requisitos. Quanto a Criticidade B, depende muito de decisao gerencial na utilizacao da Matriz de Criticidade, podendo programar servicos por oportunidade. Como exemplo, a contratacao dos servicos externos de Vibracao e Termografia, que podem gerar um lote economico, quando as empresas contratadas tem que deslocar para o local da planta industrial que as contratou.

EMBORA SEJA NECESSARIO LEVANTAR A MATRIZ DE CRITICIDADE PARA TODOS OS ATIVOS, RECOMENDAMOS CONCENTRAR INCIALMENTE TODOS OS ESFORCOS NA CONSOLIDACAO DOS PLANOS PARA OS ATIVOS ¡§TOP TEN¡¨ DE CRITICIDADE A. TRATA-SE DE UM TRABALHO EXAUSTIVO, QUE GERALMENTE NECESSITA DE REVISOES AO LONGO DE SUA EXECUCAO.

A Matriz de Criticidade assim elaborada define uma situacao estatica. Nao significa que a prioridade de atendimento para as intervencoes de manutencao do dia a dia ja esteja previamente definida. Ha que se considerar as circunstancias de funcionamento da planta. Por exemplo: quando ha excesso de Manutencao Corretiva, a prioridade fica impactada pela indisponibilidade e mesmo que alguns equipamentos tenham reserva (ou stand-by), pode ser gerada a necessidade de urgencia ou emergencia. Isso enfatiza as desvantagens de se trabalhar com alto percentual de manutencao corretiva em carteira de servicos futuros, pois pode provocar perturbacoes na Programacao de Servicos. Como a lotacao de Manutencao e estavel pode inclusive provocar atrasos e descumprimento dos planos de Inspecao, Manutencao Preventiva e Manutencao Preditiva.

Podemos considerar que a Criticidade e tratada no Planejamento, enquanto que a Prioridade e tratada na Programacao (cujas atividades definiremos porsteriormente).

Ativos de Criticidade A devem ser, aproximadamente, 10% do total de ativos da planta. Obrigatoriamente devem ser detalhados para esses ativos:

„h Planos de Inspecao,

„h Planos de Manutencao Preditiva,

„h Planos de Manutencao Preventiva (onde nao for possivel aplicar Manutencao Preditiva),

„h Programas de Confiabilidade,

„h Programas de Engenharia de Manutencao

„h Programas de TPM.

A Manutencao Corretiva nesses ativos so deve acontecer sob a forma de Manutencao Corretiva Planejada, isto e, aquela aplicada apos a Inspecao ou a Manutencao Preditiva.

Esses ativos devem gerar obrigatoriamente Relatorios de Nao Conformidade, em casos de falha (situacao de indisponibilidade).

Adicionalmente, dentre esses ativos sao escolhidos os ¡§TOP-TEN¡¨ da planta industrial, ou seja, os 10 (dez) ativos mais criticos e importantes, para serem os primeiros a receber a aplicacao dos Programas de Confiabilidade.

Ativos de Criticidade Bl devem representar aproximadamente 60% dos ativos da planta.

Deve ser adotada pelo menos uma entre as tecnicas:

„h Manutencao Preventiva,

„h Preditiva ou Inspecao.

Ativos de Criticidade C devem representar aproximadamente 30% do total de ativos da planta. Por definicao gerencial, podem ser adotadas desde tecnicas de Manutencao Preditiva, Preventiva ou Inspecao (em funcao

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das disponibilidades/oportunidades) ate tecnicas de Manutencao Corretiva apos falha, ou seja, deixar o equipamento operar ate a falha.

Criticidade e Prioridade

Por vezes os termos Criticidade e Prioridade podem provocar alguma confusao.

Criticidade e ¡§o quanto um equipamento e critico ou influencia o funcionamento de uma maquina ou sistema. O efeito de um mau funcionamento ou falha de um item para o desempenho de um sistema¡¨.

Prioridade e o tratamento que se da ao servico no momento de sua execucao. ¡§Prioridades de Atendimento sao normas ou padroes de gerenciamento que indicam quais os criterios a serem adotados para definir quem sera atendido antes, quando existem varios pedidos pendentes ou simultaneos e acima da capacidade de atendimento momentaneo¡¨.

Assim, um equipamento de Criticidade A pode em um dado momento, nao ser o mais prioritario.

Simplificando podemos afirmar: As acoes decorrentes da Criticidade sao acoes de Confiabilidade e sao tratadas no Planejamento. As acoes decorrentes da Prioridade sao acoes de Disponibilidade e sao tratadas na Programacao.

Planos de Inspecao e de Manutencao

Uma vez estabelecida a Matriz de Criticidade e o Mapa de Classificacao dos Ativos estao satisfeitas as condicoes para a elaboracao dos Planos de Manutencao. Normalmente costuma-se detalhar os Planos de Manutencao e Inspecao com o horizonte anual, ou seja, 52 semanas. Por isso esses sao conhecidos como ¡§planos de 52 semanas¡¨.

Os Planos de Inspecao e Manutencao sao desenvolvidos na Engenharia de Manutencao e enviados ao PCM para insercao no CMMS/EAM, planejamento e execucao. Os tipos usuais de Planos sao:

„h Planos de Inspecao rotineira

„h Planos de Manutencao Preventiva

„h Planos de Manutencao Preditiva

„h Planos de Inspecao para atendimento de Normas (NR-13, por exemplo)

„h Planos de Lubrificacao

Na elaboracao dos Planos de Manutencao as atividades ou intervencoes (Manutencao Preventiva, Manutencao Preventiva, Inspecao) sao distribuidas ao longo do tempo, considerando-se, no minimo:

„h Recomendacoes do fabricante,

„h Experiencia pessoal dos especialistas,

„h Historico dos equipamentos,

„h Sazonalidade do negocio,

„h Oportunidades de Programacao da Producao,

„h Nivelamento de recursos.

E condicao basica que cada plano explicite a frequencia de aplicacao bem como as tecnicas a serem adotadas.

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Processamento das Solicitacoes de Servico de Manutencao Corretiva

As Solicitacoes de Servico (SS) sao a entrada (input) do sistema em relacao aos servicos do dia a dia. Os servicos, independentemente de sua origem, devem ser pedidos atraves da Solicitacao de Servicos que na maioria das empresas e feito via Intranet, ou atraves de formularios preenchidos manualmente em modelo especifico. Predominante sao servicos de Manutencao Corretiva, solicitados pela Operacao, podendo ser geradas tambem pela propria Manutencao..

Embora seja desejavel que haja um predominio de servicos de Inspecao, Manutencao Preditiva e Manutencao Preventiva, ainda existe uma grande incidencia de servicos de Manutencao Corretiva na maior parte das empresas.

Esses servicos tambem devem ser realizados a partir da emissao de OS e receber o mesmo tratamento utilizado para todos os outros.

O tratamento dessa demanda, atraves do PCM, deve considerar:

„h A entrada no sistema, dos servicos solicitados pelos diversos usuarios.

„h Mesmo sendo solicitacoes de cunho emergencial ou de reparacao em curto prazo, as perguntas classicas de analise e filtro das solicitacoes deverao ser feitas:

„Ï A solicitacao e procedente?

„Ï E uma atividade de manutencao?

„Ï Qual a sua prioridade?

„Ï O servico se enquadra na manutencao de rotina?

„Ï O servico pode ser realizado em campanha ou somente em ocasioes especiais (paradas, por exemplo)?

O PCM deve atuar como um filtro para os servicos solicitados, planejando somente aqueles que se justificam. Quando o PCM nao cumpre essa funcao, a demanda de servicos normalmente e maior do que a capacidade que a Manutencao pode atender. Paradoxalmente a queixa que se ouve e ¡§falta gente¡¨ e nao ¡§a demanda esta elevada¡¨.

Caso o servico seja emergencial, executa-se o servico enquanto o planejamento abre uma OS e toma as providencias de suporte a sua execucao. Devem ser executados e ter apropriacao ¡§a posteriori¡¨. Espera-se que esses servicos sejam sempre uma excecao.

Uma vez resolvidos esses aspectos, a solicitacao de servico e incluida no sistema e gera uma Ordem de Servico (OS):

„h Recebe um numero (numero da Ordem de Servico - OS),

„h Sua prioridade e registrada,

„h O servico e detalhado a partir de um detalhamento padrao ou desenvolvido em

conjunto com a area especializada,

„h O centro de custo contabil e registrado para correta alocacao dos custos,

„h Recebe um codigo para fazer a ligacao com o equipamento ou posto de servico (TAG

ou Codigo do local), objetivando alimentar o historico de equipamento e garantir os

dados necessarios para analises de falhas ou analises economicas

...

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