Doenças Inflamatorias Intestinais
Trabalho Escolar: Doenças Inflamatorias Intestinais. Pesquise 861.000+ trabalhos acadêmicosPor: brunagabrielass • 4/12/2014 • 1.501 Palavras (7 Páginas) • 401 Visualizações
INTRODUÇÃO
As doenças inflamatórias intestinais ocorrem em todas as pessoas e representam sério problema de saúde, pois atingem preferencialmente pessoas jovens, muitas vezes de forma bastante grave. Trabalhos retrospectivos sobre a epidemiologia das doenças inflamatórias intestinais, sobretudo a partir de 1980, mostram que está havendo, atualmente, uma tendência mundial para o aumento de sua incidência (SOUZA et al., 2002).
Segundo Lanna et al. (2006), na conceituação mais ampla, a doença inflamatória intestinal corresponde a qualquer processo inflamatório envolvendo o trato gastrintestinal, seja ele agudo ou crônico.
Dentre as principais formas, encontram-se a doença de Crohn e a retocolite ulcerativa (RCU), que, apesar de serem doenças distintas, compartilham aspectos clínicos, epidemiológicos e, possivelmente, fatores etiológicos comuns (DROSSMAN; DOUGLAS, 1998).
O curso clínico, cujas manifestações principais são diarréia, dor abdominal e sangramento retal, caracteriza-se por períodos de remissão e exacerbação que podem ser acompanhados de complicações dos mais diversos tipos.
A etiopatogenia das DII é multifatorial, com a participação de fatores genéticos, intraluminais, alterações na barreira do epitélio intestinal e resposta imunológica anormal da mucosa. Estes fenômenos determinam a ativação da cascata imunoinflamatória, que resulta em lesão continuada da mucosa do intestino. (DANZI, 1998)
A principal diferença é que a doença de Crohn, caracteriza- se por inflamação crônica de uma ou mais partes do tubo digestivo e pode acometer desde a boca até o reto e o ânus, passando pelo esôfago, estômago, intestino delgado e intestino grosso. Acomete, com maior freqüência, o íleo terminal e o cólon. Já a RCU é uma inflamação da mucosa (camada de células que forra a superfície interna do intestino grosso), muitas vezes acompanhada de úlceras, pode, em 40 a 50% dos pacientes, ser limitada ao reto ou ao retossigmóide. Em 30 a 40% dos doentes vai além do sigmóide, não atingindo o cólon em toda a sua extensão e numa minoria, não mais do que 20%, atinge todo o cólon. (VERONESI, 2003).
Uma das complicações mais inconvenientes para os portadores da Doença de Crohn é a fístula, comunicação anômala de órgãos ou estruturas através de um pertuito anormal. Pode ser interna, entre órgãos intracavitários (interalças, enterovesical, enterovaginal, etc), ou se exteriorizar (fístula perianal, enterocutânea ou de parede abdominal, etc.) Além do aspecto fisiopatológico, de perda de nutrientes, dor, desconforto e infecção, a fístula pode causar constrangimentos quando com drenagem aparente abundante. (STEINWURZ, 1999).
Como conseqüência da natureza e da sintomatologia da doença de Crohn, alguns autores argumentam que ela pode criar um impacto negativo na auto-imagem, prejudicando as relações familiares e amizades. Esses autores sugerem que o tratamento não deveria focalizar apenas os sintomas físicos da doença, mas também incluir atenção a fatores psicológicos, que, se medidos por ferramentas apropriadas, podem sugerir novas modalidades de tratamento. Esse mesmo raciocínio parece valer para a RCU, devido à semelhança da sintomatologia.(Guimarães1 2008).
A mortalidade é baixa e geralmente acontece nos primeiros anos da doença. Isto ocorre quando há alterações nutricionais, podendo causar desidratação e anemia, que aumentam a morbidade gerada pelas crises de diarreia. Nas doenças de longa duração a mortalidade está associada ao risco de câncer de cólon.( BIONDO, 2003).
EPIDEMIOLOGIA
Os epidemiologistas tem encontrado muita dificuldade em realizar estudos epidemiológicos em razão da heterogeneidade dos grupos étnicos que compõem essas doenças, da localidade em que elas se inserem e da falta de padronização nesses grupos que gere uma uniformidade. Informações epidemiológicas precisas sobre incidência e prevalência das DII são prejudiciais por se tratar de um grupo heterogênio de doenças, nem sempre de fácil diagnóstico.
Outro problema que se observa é a classificação equivocada das DII. Tanto as manifestações clínicas quanto os diagnósticos diferenciais são variados. Agentes infecciosos podem ser responsáveis por uma parcela dos casos diagnosticados como RCU e DC, identificados tardiamente por intermédio de cultura adequada e técnicas diagnósticas,principalmente em pacientes com apenas um episódio da doença.
A própria classificação entre RCU e DC pode ser difícil, especialmente no momento no momento do diagnóstico e antes que o tempo permita a manifestação de características distintas das doenças. Diferenças no sistema de registro na área da saúde dos diversos países também contribuem para uma estimativa imprecisa dos casos.
Apesar das limitações citadas, observaram- se dados epidemiológicos consistentes em diferentes ares geográficas e etnias.
Durante o processo de desenvolvimento e modernização dos países, as DII despontam, com a RCU aparecendo primeiro,seguida pela DC após um intervalo variável.Tal tendência mundial também pode ser evidenciada em setores menos desenvolvidos da sociedade como Nova Zelândia e Canadá.
ETIOLOGIA
A etiologia das DII permanece obscura, mas há evidências de ser multifatorial, envolvendo fatores genéticos, imunológicos e ambientais. Os epidemiologistas podem contribuir para um maior conhecimento da causa e da patogênese das DII ao seguirem as pistas apresentadas pelas mudanças nas sociedades que fazem a transição da condição de sociedades em desenvolvimento para a de sociedades desenvolvidas.
As DII tem diversos fatores envolvidos no seu início, em seu mecanismo, sua evolução e suas consequências, ela se desenvolve no TGI, que é refúgio da maior concentração de microrganismos de todo corpo.
A DC e RCU são caracteristicamente crônicas, e apesar de cada uma delas apresentar representar uma entidade clínica distinta, elas compartilham manifestações clínicas semelhantes e eventos patogênicos comuns. Entre esses eventos está, uma desregulação dos sistema imunológico adaptativo e inato, afetando primeiramente a camada epitelial na RCU e toda a parece na DC. A forma de inicio da sua desregulação e o motivo da sua persistência por toda vida do paciente continuam não completamente esclarecidos. Mas, nas ultimas décadas foi formulada uma hipótese de que a DII é uma condição causada por alterações ambientais
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