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Dossie Educação Hospitalar

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Por:   •  23/6/2014  •  5.734 Palavras (23 Páginas)  •  452 Visualizações

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FACULDADE INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO DO PARANÁ

ALUNO: KAREN C. PEREIRA

DISCIPLINA: EDUCAÇÃO HOSPITALAR

PROF(a):

UNIDADE I

1-As Classes Hospitalares foram criadas a partir da constatação da necessidade de assegurar a crianças e adolescentes a continuidade de sua escolarização. Intenciona ser um espaço de socialização e valorização da auto-estima, que possibilite um enfretamento menos traumático a esse momento tão peculiar, que é a hospitalização, de modo a propiciar um retorno à escola de origem, após a alta hospitalar, com o mínimo de prejuízo cognitivo e emocional. As discussões aqui apresentadas situam-se numa perspectiva epistemológica que compreende a escolarização hospitalizada como um espaço de diálogos entre as áreas de educação e saúde, na perspectiva de oferecer um atendimento cada vez mais significativo para o desenvolvimento das crianças e adolescentes nos seus aspectos biopsicossociais, durante a hospitalização.A criação de Classes Hospitalares resulta da identificação formal de que as crianças e os adolescentes, mesmo hospitalizados, têm direito a continuidade da escolarização sem interrupção em função das internações para tratamento de saúde, independentemente, do tempo de permanência ou de quaisquer outros fatores. Esse atendimento não é algo recente. No Brasil, o primeiro registro de atendimento pedagógico educacional em hospitais ocorreu, segundo Fonseca (1999), no Hospital Bom Jesus no Rio de Janeiro, na década de 1950. Entretanto, foi apenas nos anos de 1990, que essa modalidade de ensino começou a expandir-se no país, impulsionada pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), (BRASIL, 1990) e da Lei dos Direitos das Crianças e dos Adolescentes Hospitalizados (BRASIL, 1995), apoiados pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e pelo Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (CONANDA), que aprovou a resolução n. 41, de 13 de outubro de 1995 (BRASIL, 1995), que garantiu o direito a escolarização dos estudantes nos hospitais. Sendo mais tarde, firmado pelo Ministério da Educação, por meio das Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica, estabelecidas em 2001.a importância do atendimento pedagógico em ambiente hospitalar e como estas atividades podem promover o desenvolvimento sócioafetivo de crianças e adolescentes que, por motivo de internação hospitalar, estão privadas de participar de seu meio sócio-cultural e escolar.A Classe Hospitalar tem por objetivo dar continuidade à escolaridade das crianças e adolescentes que precisam de freqüente internação, além de desenvolver atividades que contribuam para a sua formação e que auxiliem durante o período de internação. Também tem como função, sanar as dificuldades da criança hospitalizada, dando-lhe todo o aparato para a compreensão e superação da enfermidade, além de servir de suporte para o seu desenvolvimento sócio-afetivo, uma vez que,Existem resultados que demonstram como o trabalho realizado pela escola em ambiente hospitalar é positivo, pois ajuda na recuperação da saúde reduzindo o tempo de internação da criança, estas superam suas dificuldades acadêmicas e passam a participar com mais empolgação da escola e, além disso, a Classe Hospitalar ajuda a humaniza o ambiente hospitalar. É importante salientar que fica a cargo deste serviço atuar como instrumento ao acesso escolar, pois algumas crianças hospitalizadas não estão formalmente matriculadas narede de ensino devido à quantidade de internações durante o ano, o que acaba prejudicando o desempenho nas atividades previstas para seu grau escolar.

2 -O hospital é por natureza um lugar que causa temor, por ser o encontro da vida com a morte. De extrema abertura nos antigos tempos, aos mais rigorosos e fechados ambientes de há pouco, o hospital passa hoje por um processo de abertura no que concerne ao tratamento humanizado aos pacientes. a saúde comporta três noções essenciais: 1) a saúde é o equilíbrio e a harmonia de todas as possibilidades da pessoa humana, biológicas, psicológicas e sociais. O que exige por um lado, a satisfação das necessidades do homem e por outro lado o questionamento da adaptação constante do homem a um ambiente em perpétua mutação. 2) a saúde no plano individual é a plenitude de vida, o equilíbrio qualitativo, a harmonia total da pessoa humana, com o objetivo de enriquecer cada um de seus dons, ou seja, cada ser humano busca encontrar em sua existência o meio de desenvolver todas as suas possibilidades. À noção de saúde individual devem ser somadas às de saúde familiar e de saúde comunitária. 3) a saúde supõe a existência de uma força potencial de reserva que permite ao organismo de resistir aos choques físicos e psíquicos quotidianos. Essa força potencial que podemos chamar resiliência é em parte devida a nossa herança genética, e em parte adquirida ao longo da vida pela aplicação de regras elementares de uma vida sadia.O hospital infantil é por excelência um ambiente carregado de emoções. A doença exclui a criança de seu ambiente, imobilizando-a social e intelectualmente. Junto ao fato de estar excluída de seu ambiente, de estar doente e ser diferente de seus colegas de escola, aparece com frequência uma queda da auto-estima. A criança atingida por doença de tratamento em longo prazo vê-se inconcebível e contrária à vida: talvez daí derive o silêncio em que frequentemente se afunda. O diagnóstico de uma doença grave ou a chegada de uma situação diferente e excluidora compromete o desenvolvimento psico-intelectual da criança por provocar sensações de confusão entre as noções de continuidade, de ruptura e de plenitude. Essas crianças sofrem pela doença, pelo distanciamento do ambiente familiar e dos amigos, e de seu ambiente social, a escola. A intervenção pedagógica já é uma realidade no ambiente hospitalar, graças à iniciativa de grupos voluntários e algumas instituições e universidades preocupadas com o afastamento da escola sofrido por crianças e adolescentes enfermos hospitalizados. Em alguns casos de doenças graves, esses jovens passam meses, quem sabe anos, sem freqüentar a escola, longe do processo de escolarização. Assim o jovem abandona a escola e a escola abandona o jovem.A classe hospitalar busca recuperar a socialização da criança por um processo de inclusão, dando continuidade a sua aprendizagem. A inclusão social será o resultado do processo educativo e reeducativo. A escola é um fator externo à patologia, logo, é um vínculo que a criança mantém com seu mundo exterior. Se a escola deve ser promotora da saúde, o hospital

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