EDUCAÇÃO FISICA ESPECIAL E ADAPTADA
Artigo: EDUCAÇÃO FISICA ESPECIAL E ADAPTADA. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: milico • 13/10/2014 • 1.225 Palavras (5 Páginas) • 543 Visualizações
Descrição da atividade
A partir da leitura atenta sobre os conteúdos da Unidade 1, escreva uma pequena carta
(de no mínimo uma lauda) a um amigo de outro país interessado em conhecer como é a educação física especial e adaptada em nosso país. Comente com ele aspectos relevantes observados como:
1)Como são as diferentes formas de tratamento dispensadas às pessoas com deficiência no decorrer da história?
“Para compreender o modo como se trata o deficiente hoje, deve-se relembrar que, durante um longo período, a deficiência foi analisada segundo uma abordagem de fatalista, que considera a causa da deficiência como preexistente ao ato da concepção do indivíduo. Tal abordagem pode ser dividida em concepções sobrenaturais e naturais. Segundo a visão sobrenatural, o espírito ou a mente tem existência antes da concepção do corpo, e de acordo com a natural, o corpo determina a mente (Tunes, 2006).
Em diferentes épocas e culturas, o tratamento dado aos deficientes tem variado. Porém, como aponta Diaz (1995), sempre existiu uma constante histórica: a marginalização. Termos como idiotas, imbecis, excepcionais, cretinos, dementes, amentes, doentes, oligofrênicos, deformados são algumas das nomeações utilizadas para tentar definir o deficiente ao longo da história da humanidade. Na contemporaneidade, pessoas incomuns ainda são designadas por muitos desses termos e rejeitadas pela sociedade, legitimando-se o preconceito.
A prática de infanticídio é registrada desde a pré-história e continuou a ser realizada no período da antiguidade nas sociedades Indiana, Grega e Romana. Em Esparta, sabe-se que, devido ao culto de um corpo atlético e perfeito, as crianças que nasciam com algum tipo de deficiência eram abandonadas ou eliminadas (Pessotti, 1984). Em Atenas, ocorria o infanticídio de débeis e deformes ou, então, estes eram deixados na porta de algum templo para serem adotados.
Acredita-se que a crença de que as deficiências eram causadas por espíritos e forças sobrenaturais sejam anterior ao século V. É possível que, nessa época, a visão demonológica tradicional sobre a deficiência tenha sido iniciada já que, efetivamente, outros estudos (Pessotti, 1984) apontam que é a partir desse século que os deficientes começam a ser vistos como seres diabólicos dotados de poderes malignos. Acreditava-se que o homem é o próprio mal quando lhe falece a razão ou lhe falta a graça celeste a iluminar-lhe o intelecto: “assim, dementes e amentes são, em essência, seres diabólicos” (Pessotti, 1984, p. 12).
A visão demonológica da deficiência foi muito forte e persistente ao longo dos tempos. Ela aparece na religião persa, é acolhida pela tradição judaico-cristã, tem auge na idade média e expressão máxima em 1487 com a publicação do manual sobre bruxariaMalleus Maleficarum dos monges alemães Sprenger e Kraemer. O martelo dos bruxos, como era conhecido, foi um manual indispensável na luta contra a bruxaria na Europa. Nesse período, pessoas com epilepsia, lepra, cegos e coxos juravam que as suas enfermidades eram originadas pelas bruxas que, por intermédio do demônio, deixaram-nas em tais condições. Pessotti (1984) chama a atenção para o fato de que, dada a credulidade da população rural e seu fanatismo clerical, não surpreende que, entre as cem mil pessoas queimadas por bruxaria, só na Alemanha do século XVII, estivessem incluídas centenas de dementes e amentes ou deficientes mentais (p. 9).
Do mesmo modo, a idéia de assistencialismo para com os deficientes também é muito antiga. Na China, Confúcio (551 – 479 a.c.), citado em Diaz (1995) já demonstra esse fato dizendo que os “débeis” deveriam ser ajudados e que era preciso ter para com eles amabilidade e responsabilidade social. Coexistia, ainda, a idéia de que a deficiência poderia ser amenizada por algumas práticas culturais como o uso de massagens e banhos com determinadas propriedades “medicinais”.
Na sociedade Indiana, coexistiam duas práticas. Uma era a do infanticídio e a outra era ligada à crença de que as pessoas deficientes deviam ser tratadas com banhos, exercícios, massagens, compaixão e generosidade. A crença das sociedades persa, assírica e babilônica era a de que as pessoas eram deficientes devido a um castigo dos deuses por pecado. Havia também, ao mesmo tempo, a visão demonológica. Nessas mesmas sociedades existia outra corrente que acreditava que deveria haver consideração pelos semelhantes e a adoção de crianças deficientes. Com esses povos, surgem as primeiras iniciativas voltadas para a inclusão, com ênfase na não-exclusão dos deficientes.
Em Roma, deveria acontecer o abandono da criança inválida, caso contrário, a metade dos bens da família seria confiscada. Ocorria ainda a compra de descapacitados para diversão e a responsabilidade da doença era atribuída ao próprio enfermo mental (Diaz, 1995). Até o aparecimento do cristianismo, o deficiente era visto como um ser sem alma, dotado de uma infelicidade por ser assim constituído. A partir de então, ele ganha uma alma e não pode ser mais abandonado e
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