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EXERCÍCIOS DE REVISÃO

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Por:   •  14/3/2015  •  3.814 Palavras (16 Páginas)  •  309 Visualizações

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Inglês Instrumental – Pressupostos Teóricos

Revista Semente, 2011, 6(6), pp. 44-52

INGLÊS INSTRUMENTAL – PRESSUPOSTOS TEÓRICOS E APLICABILIDADE

Larissa Bezerra Moraes

Tânia Maria Ferreira Marques

Faculdade de Educação e Comunicação

RESUMO: O ensino de Inglês como língua Estrangeira é baseado nas abordagens Tradicional, Estrutural e Comunicativa e nos pressupostos do Inglês Instrumental. Este último trouxe importantes contribuições ao processo, uma vez que permitiu que alunos de diferentes áreas e cursos pudessem, através de estratégias de leitura, compreender textos em língua inglesa de modo mais eficaz. Nesta pesquisa, a origem e o desenvolvimento do Inglês Instrumental no Brasil são apresentados, bem como sua fundamentação metodológica. Com base nos pressupostos do Inglês Instrumental e a fim de constatar sua aplicabilidade, serão apresentados os resultados da pesquisa realizada no Curso de Análise de Sistemas do Centro Universitário Cesmac.

PALAVRAS-CHAVE: Abordagens. Inglês Instrumental. Leitura.

ABSTRACT: Teaching English as a foreign language is based on Traditional, Structural and Communicative approaches and on English for Specific Purposes presuppositions. The former brought important contributions to the process once it allowed that students from different areas and courses could, through reading strategies, comprehending texts in English language in a more effective way. In this research, English for Specific Purposes’ origin and development are presented, as well as its methodological foundations. Based on the English for Specific Purposes presuppositions and in order to realize its applicability, results on the research accomplished in the Curso de Análise de Sistemas of the Centro Universitário Cesmac will be presented.

KEY-WORDS: Approaches. English for Specific Purposes. Reading.

INTRODUÇÃO

O ensino de línguas estrangeiras sempre esteve baseado em abordagens, métodos e técnicas de ensino que buscavam oferecer ao aprendiz oportunidades para que este pudesse se adaptar às novas situações de aprendizagem e, ao mesmo tempo, atualizá-lo em relação ao que havia de mais moderno nesta área de conhecimento. Estas abordagens, métodos e técnicas eram influenciados pelo contexto social de

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determinadas épocas da história da humanidade e sofriam modificações de acordo com aspectos educacionais, políticos, sociais e culturais em vigor na sociedade. Com o propósito de melhorar o ensino de línguas, alguns métodos foram criados e desenvolvidos com base em novas estruturas e pressupostos, procurando adaptar de métodos anteriores seus aspectos positivos e sendo norteados por abordagens. As principais abordagens de ensino de línguas estrangeiras foram a Tradicional, a Estrutural e a Comunicativa.

A Abordagem Tradicional foi uma das primeiras a ser conhecida no ensino de línguas estrangeiras (BROWN, 1994). A ênfase era no Método Clássico, baseado no ensino do Latim ou Grego. Seu foco eram as regras gramaticais, a memorização de vocabulário, muitas conjugações, tradução e leitura de textos e exercícios escritos. No século XIX, o Método Clássico passou a ser conhecido como o Método da Gramática e Tradução, cujas principais características eram: aulas ensinadas na língua materna com pouco uso ativo da língua alvo, exercícios baseados em regras gramaticais, ênfase na gramática e nenhuma atenção dada à pronúncia.

A Abordagem Estrutural teve início quando, ainda segundo Brown (op.cit.), durante a Segunda Guerra Mundial os Estados Unidos perceberam a necessidade dos americanos em adquirir proficiência oral na língua de seus aliados e de seus inimigos. Então, o exército americano solicitou cursos intensivos especiais focando as habilidades orais e auditivas. Estes cursos eram chamados “Army Specialized Training Program” (Programa de Treinamento Especializado do Exército) ou “Army Method” (Método do Exército). Este método era baseado em atividades orais e em práticas de pronúncia e conversação. Finochiaro e Brumfit (1983) comentam que nos anos 50 o “Army Method” passou a ser conhecido como o Método Audiolingual, baseado principalmente em teorias lingüísticas e psicológicas.

A Abordagem Comunicativa é vista como um sistema para a expressão de significado através da interação e da comunicação na língua alvo. As atividades envolvem comunicação real incluindo habilidades funcionais e objetivos lingüísticos. Outras características são: introdução de textos autênticos, contribuição das experiências dos aprendizes, comunicação com intenção, ensino das quatro habilidades ao mesmo tempo (compreensão auditiva, leitura, fala e escrita), atividades feitas em pequenos grupos e desenvolvimento da competência comunicativa do aprendiz. Os pressupostos da Abordagem Comunicativa lançaram as bases para o surgimento do “English for Specific Purposes” (Inglês para Fins Específicos), método conhecido no Brasil como Inglês Instrumental.

Nesta pesquisa, a origem e o desenvolvimento do Inglês Instrumental no Brasil são apresentados, bem como sua fundamentação metodológica. De acordo com Hutchinson e Waters (1995), o Inglês Instrumental teve sua relevância a partir do momento em que “... o Inglês tornou-se a língua internacionalmente aceita na tecnologia e no comércio, isto criou uma nova geração de aprendizes que sabia especificamente porque estava aprendendo uma língua”. Com a influência da Língua Inglesa pessoas de diferentes áreas, como médicos, pesquisadores e estudantes, começaram a procurar cursos com propósitos definidos. No Brasil, de acordo com Celani (1998), o ápice do Inglês Instrumental ocorreu entre 1980 e 1990. O principal objetivo era melhorar o uso que pesquisadores brasileiros, professores de Ciências e técnicos faziam da Língua Inglesa.

Os pressupostos do Inglês Instrumental serviram para embasar as observações de aulas que foram feitas no Curso de Análise de Sistemas do Centro Universitário Cesmac durante a realização desta pesquisa. A partir das observações, questionários foram aplicados para professor e alunos para que, com base na análise de dados, fosse possível

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constatar se os pressupostos do Inglês Instrumental estão sendo aplicados ou não no referido curso. O objetivo principal é analisar a aplicabilidade dos pressupostos do Inglês Instrumental através das estratégias de leitura e técnicas utilizadas pelo professor, verificando, desta forma, a eficácia deste método de ensino na aprendizagem do aluno. Ao mesmo tempo, será possível observar se sua aprendizagem está sendo desenvolvida de forma significativa, em comum acordo com seus objetivos e metas acadêmicas e profissionais.

INGLÊS INSTRUMENTAL

Depois da II Guerra Mundial em 1945, houve uma enorme expansão da tecnologia e do comércio. Devido a esta expansão e ao poder dos Estados Unidos no período pós-guerra no que se refere a estes dois setores, muitas pessoas tentaram aprender Inglês mais extensivamente. O objetivo não era aprender por prazer ou desenvolvimento pessoal, mas aprender a língua então considerada como um meio para estar atualizado com negócios internacionais como um todo.

De acordo com Hutchinson e Waters (1995, p.6), “...o Inglês se tornou a língua internacionalmente aceita na tecnologia e no comércio, criou uma nova geração de aprendizes que sabiam especificamente porque estavam aprendendo uma língua”. Com a influência da língua inglesa, pessoas de diferentes áreas, como doutores, pesquisadores e estudantes, começaram a procurar por cursos com objetivos específicos, e a necessidade em aprender a língua em questão tornou-se eminente. Cursos de inglês para grupos específicos de aprendizes logo apareceram. Estes cursos eram dados com o objetivo de fazer com que os aprendizes participassem de uma “comunicação real” e entendessem textos de uma área específica.

Era necessário fazer a análise de necessidades (needs analysis) dos alunos, o que caracterizaria um dos objetivos do programa do Inglês Instrumental, cujo desenvolvimento ocorreu entre 1960 e 1970, alcançando vários países de modo muito rápido.

ORIGEM E DESENVOLVIMENTO DO INGLÊS INSTRUMENTAL NO BRASIL

Nos anos 70, um grupo de professores universitários que estava participando de um mestrado em Linguística Aplicada na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), demonstrou alguma preocupação em relação a dificuldades que tinham ao oferecer cursos de Inglês. Objetivando desenvolver um projeto em nível nacional, o Programa de Linguística Aplicada, liderado por Antonieta Celani, contou com a colaboração de um professor visitante do British Council especialista em Inglês Instrumental. O projeto incluía visitas a vinte universidades, onde professores, reitores e estudantes participariam de encontros para apresentar seus interesses e necessidades em adotar o projeto. Para tanto, seminários foram ofertados e seus resultados foram coletados em “Working Papers”, que tinham o envolvimento de professores na produção de materiais e mostravam os principais estudos sobre Inglês Instrumental bem como seu principal objetivo: desenvolver, entender e praticar uma abordagem baseada no uso efetivo de estratégias de leitura.

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No Brasil, projetos objetivando a adoção do Inglês Instrumental começaram a ser discutidos nos anos 70 e seu ápice ocorreu, de acordo com Celani (1998), entre os anos 80 e 90. O principal objetivo era melhorar o uso que pesquisadores brasileiros, professores de ciências e técnicos faziam da língua inglesa. Durante este período, foi observado que era possível aplicar as técnicas usadas para atingir tal objetivo não apenas nas ciências ou na tecnologia, mas também em outras áreas e em diferentes cursos em universidades brasileiras.

No início, a ênfase era no uso de textos autênticos e na habilidade da leitura, mas especificamente nas estratégias de leitura devido à forte influência de modelos psicolingüísticos de leitura, como os modelos de Goodman e Smith. O uso do Inglês Instrumental também transformou a postura do professor, que passou a ser visto como mediador e que, precisava do conhecimento de seus alunos, visto que estes já estavam inseridos na área em que os professores ensinavam.

De acordo com Celani et al (2005), outras importantes contribuições foram dadas por Tony Deyes, John Holmes e Mike Scott, que ajudaram a desenvolver o projeto em sua fase inicial e foram responsáveis, dentre outros, pelo ápice do projeto entre 1980 e 1990. Mais que um projeto sobre Inglês Instrumental, este projeto deu uma abordagem brasileira ao Inglês Instrumental devido à extensiva participação de professores e alunos bem como ao conhecimento prévio que eles traziam. Como resultado dos esforços de todos os envolvidos no projeto, foi possível observar que não apenas o Inglês como língua estrangeira estava se tornando mais compreensível, mas também professores de Português e Espanhol estavam usando algumas estratégias de leitura baseadas no projeto do Inglês Instrumental, principalmente aqueles professores que ensinavam escrita para fins acadêmicos.

Na segunda fase do projeto, entre 1986 e 1989, outras instituições foram atraídas pelas concepções do Inglês Instrumental e as incluíram em seu programa pedagógico, como os CEFETs, Centros Tecnológicos, que eram conhecidos como Escolas Técnicas Federais àquela época. É relevante dizer que no final da segunda fase, por volta de 1990, o ensino de línguas baseado nos princípios do Inglês Instrumental começou a ser mais intensivamente enriquecido com as contribuições das teorias discursivas da linguagem. Desta forma, elementos da análise do discurso e abordagens sociointeracionais têm trazido importantes subsídios ao processo do ensino de leitura em línguas estrangeiras, principalmente no Inglês Instrumental.

A partir do ano 2000, o Inglês Instrumental começou a incorporar recursos da mídia virtual. Neste sentido, o uso de computadores nos cursos e projetos de Inglês Instrumental tem sido apresentado em seminários e encontros da área em várias universidades brasileiras e institutos tecnológicos, incluindo a modalidade de educação a distância.

Portanto, devido ao grande número de instituições, professores, alunos e especialistas interessados nos pressupostos do Inglês Instrumental, nós podemos dizer que o que foi inicialmente um projeto restrito a um grupo de professores, supervisionado pela PUC, tornou-se um projeto nacionalmente conhecido, e porque não dizer, uma significante abordagem adotada por vários professores no Brasil e extremamente relevante para o aprendizado dos alunos.

FUNDAMENTAÇÃO METODOLÓGICA

Durante o desenvolvimento do projeto, a metodologia a ser usada foi proposta e as sugestões para avaliar a compreensão da leitura foram apresentadas. A intenção era

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desenvolver estratégias apropriadas de leitura, que deveriam ser mais úteis do que qualquer item lexical, sintático, fonológico ou morfológico (SCOTT, 2005). Em relação a testar a compreensão da leitura, os testes deveriam avaliar até que ponto os alunos aprenderam. O autor cita, para tanto, questões “open-ended”, resumos, questões de múltipla escolha, de verdadeiro e falso e de preenchimento de lacunas como os procedimentos mais usados, entretanto, para reunir todos estes exemplos, ele sugere três procedimentos específicos:

- testes para compreensão detalhada, baseados em preenchimento de lacunas com diferentes classes de palavras opções de múltipla escolha;

- testes para compreensão de pontos principais, baseados na reorganização de parágrafos ou frases e

- testes para compreensão de pontos principais baseados em encontrar frases extras irrelevantes.

Estes testes devem ser escolhidos de acordo com o objetivo do professor e devem permitir ao aluno participar de avaliações de modo mais efetivo, ser exposto a um tipo diferente de exame e compreender melhor os textos. Devem, assim como outros aspectos relacionados ao processo de ensino-aprendizagem, inicialmente, considerar as necessidades dos alunos, em comum acordo com os propósitos do professor e para que se possa evitar uma atitude tradicional. O professor deve observar mais atentamente o tipo de material e de recurso que leva para a sala de aula e o papel do aluno quando tem que se deparar com o material e os recursos propostos.

Baseado em Celani et al (2005), de modo geral, o projeto do Inglês Instrumental propunha que professores tinham que considerar que alunos eram diferentes uns dos outros e que estas diferenças tinham que ser levadas em consideração. Materiais, principalmente livros didáticos, tinham que ser adequados à metodologia do professor ou escritos por ele, quando necessário. Ele não podia esperar que os alunos fizessem a mesma coisa ao mesmo tempo, ou seja, cada aluno tinha seu próprio tempo no que se refere à aprendizagem. O papel do aluno passou a ser mais especificamente observado por volta de 1980, quando significantes mudanças políticas interferiram na educação como um todo.

No Brasil, a mudança do regime autoritário para o regime democrático fez surgir em alguns estudiosos o interesse em fazer com que os alunos entendessem e participassem de discussões políticas e sociais. A partir destas discussões era possível perceber que não apenas mudanças políticas eram necessárias naquele momento, mas também mudanças educacionais. Alunos não eram apenas observadores das mudanças, mas poderiam opinar e exigir que as mudanças trouxessem alguns benefícios para eles. Além disso, o método áudio-lingual do ensino de línguas, que era baseado, dentre outros aspectos, na repetição maciça de padrões da língua, gradativamente deu lugar a métodos comunicativos, que serviam para consolidar a verdadeira função dos alunos no contexto de ensino e aprendizagem. Houve uma tendência em eliminar aspectos tradicionais e os professores passaram a ter consciência das necessidades dos alunos em relação a aprender uma língua estrangeira.

Observando o panorama apresentado, aqueles que estavam engajados no projeto brasileiro do Inglês Instrumental propuseram uma aprendizagem baseada nos seguintes aspectos: porque os alunos aprendem como aprendem, como eles aprendem e até que ponto o uso de estratégias de leitura efetivas poderia contribuir para desenvolver o processo da leitura. Em resumo, o aspecto porque aprender refere-se à relevância de alguns conteúdos com os quais os alunos têm que se deparar. Como aprender está relacionado a considerar o conhecimento prévio do aluno em relação a algumas técnicas de aquisição de uma segunda língua. Em relação às estratégias de leitura e sua

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contribuição para o processo da leitura, o principal ponto a ser considerado é que professores têm que levar em consideração que cada aluno tem que ser ajudado para encontrar um conjunto efetivo de técnicas para aprender vocabulário, gramática e estratégias de leitura.

Todos estes aspectos baseados na conscientização dos alunos em relação ao aprendizado da língua conduzirão os alunos a desenvolver a compreensão da leitura. Também os conduzirá a tornarem-se leitores críticos uma vez que eles começarão a ler “entre linhas”, inferindo sobre os argumentos do autor e reagindo emocionalmente e intelectualmente em relação aos textos.

2 MATERIAL E MÉTODO

Inicialmente foi feita uma pesquisa bibliográfica sobre as abordagens de ensino Tradicional, Estrutural e Comunicativa e sobre o Inglês Instrumental. Mais especificamente em relação ao Inglês Instrumental, além de suas principais características, leituras foram feitas a fim de apresentar um panorama histórico deste método no mundo e no Brasil, sua origem e desenvolvimento, seus precursores e sua fundamentação metodológica. A partir das pesquisas, leitura e fichamentos dos principais títulos foram feitos a fim de embasar e facilitar o processo de produção escrita.

Observações e registros de 10 aulas foram feitos no Curso de Análise de Sistemas do Centro Universitário Cesmac. Após as observações e registros, questionários foram entregues a alunos e ao professor da turma para que fossem analisados dados referentes aos pressupostos do Inglês Instrumental e sua aplicabilidade em sala de aula. Para que a pesquisa fosse bem embasada, fez-se necessário apresentar as principais características das outras abordagens citadas, visto que estas serviram como alicerce para a introdução do Inglês Instrumental. Foi possível observar que pressupostos norteiam o trabalho do professor e que estratégias de leitura ele faz com que seus alunos desenvolvam em sala de aula.

Nomes dos alunos e do professor não foram citados e as informações coletadas serviram significativamente para o desenvolvimento desta pesquisa.

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Foi possível observar que, de maneira geral, houve interação e momentos de descontração entre o professor e os alunos durante as aulas observadas. Em determinados momentos a turma parecia agitada e um pouco dispersa, porém, predominava um clima de interesse e participação. O professor mostrava-se sempre disposto a solucionar eventuais problemas e dúvidas e os alunos sentiam-se à vontade para questionar quando necessário.

As aulas tinham início com o registro da freqüência dos alunos e com um comentário sobre o conteúdo visto na aula anterior. Em seguida um novo conteúdo era apresentado tendo como referência a apostila elaborada pelo professor, textos avulsos ou slides.

Outros recursos utilizados durante as aulas foram data-show, vídeos e músicas. Alguns conteúdos gramaticais foram trabalhados de forma isolada e depois a explanação era feita com base nos textos. Para que os alunos pudessem entender melhor

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tais conteúdos, comparações entre a gramática da língua inglesa e da língua portuguesa eram necessárias. Para melhor fixação do conteúdo, exercícios eram respondidos e corrigidos em sala de aula ou o professor pedia que os respondessem em casa para que a correção fosse feita na aula seguinte. Os alunos foram avaliados de acordo com a resolução de exercícios da apostila, apresentação de seminários em grupo e uma avaliação individual escrita. Mais especificamente em relação ao uso dos pressupostos do Inglês Instrumental, observou-se que todos os textos trabalhados eram atualizados e condizentes com o curso no qual os alunos estavam inseridos, Análise de Sistemas.

O resultado do questionário dos alunos indicou que a atividade mais apreciada por eles na aula de inglês é a compreensão auditiva, seguida por conversação, leitura e produção escrita. A habilidade em que sentem mais dificuldades é leitura, seguida por produção escrita e compreensão auditiva. Em geral eles consideram que a leitura é, dentre as quatro habilidades básicas do ensino aprendizagem de língua inglesa, uma habilidade tão importante quanto as outras. A dificuldade em relação às atividades com leitura é atribuída, de acordo com a maioria, a pouco ou nenhum tempo dedicado a esta habilidade fora da sala de aula. Segundo os alunos, o professor utiliza, nas atividades com leitura, textos oriundos de jornais, revistas, livros impressos, da internet e da apostila utilizada.

Quanto ao nível de proficiência em língua inglesa a maioria se considera iniciante. As atividades com leitura nas aulas de inglês foram consideradas pela maioria como sendo envolventes devido à utilização de textos atuais e interessantes e à diversificação de recursos didáticos. Como sugestão para o professor em relação à leitura em sala de aula os alunos citaram que o mesmo deveria trazer mais filmes com legendas, que trabalhasse mais tradução ao invés de dedução, mais gramática e que utilizasse mais técnicas voltadas para a tecnologia da informação.

O questionário do professor mostrou que ele considera a leitura como sendo uma habilidade de suma importância para o curso em questão. Ele define leitura como um jogo de inferências onde quanto mais conhecimento prévio do tema, mais facilidade há para o “jogador” vencer. O professor, assim como os alunos, também fez referências aos recursos e aos textos utilizados em sala de aula. Segundo o mesmo, a leitura assume a função instrumental no seu programa de ensino e procura desenvolver estratégias como inferência, seleção, exploração dos cognatos, dentre outras. Ele compreende Inglês Instrumental como sendo um curso que dá condições ao aluno de se instrumentalizar e desenvolver suas estratégias de leitura. Participou de seminários sobre Inglês Instrumental com John Holmes, um dos precursores do Inglês Instrumental.

Considerando os pressupostos do Inglês Instrumental e a relação que o professor faz entre eles e o modo como a leitura é trabalhada em suas aulas, o professor mencionou que tenta fazer uma relação total, procurando dar mais oportunidades para leitura em sala de aula. Para melhorar suas aulas com leitura procura diversificar os gêneros de um período para o outro e antes de trabalhar um texto apresenta um clipe com o mesmo assunto. Há também interesse em melhorar a prática metodológica, o que procura fazer a cada dia.

CONCLUSÃO

A partir das observações das aulas, dos registros e dos questionários do aluno e do professor podemos concluir que, de modo geral, os pressupostos do Inglês Instrumental fazem parte da metodologia utilizada pelo professor. Dentre estes pressupostos ou

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características destacam-se o desenvolvimento de estratégias de leitura, a utilização de textos referentes ao curso e o uso de diversos recursos didáticos.

Em relação ao modo como a leitura era trabalhada foi possível observar que durante as atividades com textos o professor geralmente fazia perguntas sobre o tema que o mesmo abordava e sobre se os alunos reconheciam algumas das palavras. A estratégia de leitura mais utilizada foi skimming , utilizada quando ao aluno é solicitado que através de uma leitura rápida identifique as principais ideias do texto. Em alguns momentos os alunos também fizeram uso de estratégias como inferência e predição. Geralmente os textos eram lidos pelo professor que, em seguida, os traduzia com a interferência dos alunos.

A utilização de textos voltados para o curso fazia com que os alunos se mantivessem em contato direto com o que havia de mais atual na área. O interesse e a participação dos alunos eram resultado de tais textos, a sua relevância e ao que podiam proporcionar no que se refere à aquisição de informações.

O uso de diversos recursos didáticos, além de tornar as aulas mais dinâmicas e envolventes, contribuiu também para possibilitar ao aluno muitos outros meios para que desenvolvesse seu aprendizado. Tais recursos eram vistos pelos alunos como mais uma forma de aprimorar seus conhecimentos.

A pesquisa mostrou que, apesar de o professor ainda apresentar algumas características das abordagens Tradicional, Estrutural e Comunicativa do ensino de línguas estrangeiras, prevaleceram as características do Inglês Instrumental, fato este que pode ser comprovado a partir das observações realizadas. Esta pesquisa poderá servir como base para outras que abordem o mesmo tema ou equivalentes, considerando seu resultado satisfatório e as contribuições que pode propiciar ao ensino de línguas estrangeiras.

REFERÊNCIAS

ALDERSON, J. Charles. Reading in a foreign language: a reading problem or a language problem? In: __________ Reading in a foreign language. London and New York: Longman, 1984. Pp. 1-27.

BROWN, H. Douglas. Teaching by principles. Englewood Cliffs, NJ; Prentice Hall. 1994.

CELANI, Maria Antonieta Alba. A retrospective view of an esp teacher education programme. In: The Especialist.Vol. 19, nº 2. São Paulo:EDUC, 1998.

CELANI, Maria Antonieta Alba [et al]. ESP in Brazil: 25 years of evolution and

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