Educação No século XXI

A EDUCAÇÃO NO SÉCULO XXI:

VALORES, PARADIGMAS E TECNOLOGIAS

MAÍRA ALCAIDE PEREZ¹

TATIANE MARGARIDA DE FREITAS²

RESUMO: Muito se discute a respeito da educação, dos rumos a serem tomados, do desenvolvimento, das construções sociais viabilizadas através da educação. E uma das maiores preocupações de pedagogos e da sociedade de um modo geral, tem sido o emprego da educação na formação de cidadãos – pessoas conscientes de sua responsabilidade social, capazes de desenvolver aptidões e percepções em benefício do todo. O presente estudo tem por objetivo fazer uma reflexão sobre os conhecimentos a respeito da dinâmica educacional e as mudanças que o sistema de ensino vem sofrendo. Podemos perceber que a educação cada vez mais se aproxima do aluno. Ele passou a ser a peça importante e sua maior preocupação, assim como também preocupa, a forma como ele poderá devolver-se em benefício da sociedade. Levantamentos apontam para inúmeros questionamentos, tais como: de que forma o modelo escolar e a consolidação do sistema público de educação podem trazer á escola um novo direcionamento? A escola deve tornar-se o principal espaço de socialização de crianças e jovens? Para desenvolver capacidades e valores, tanto individuais quanto coletivos, a escola deve ser a única responsável? Ou deve contar com o apoio de pais e familiares? Podemos perceber que estão sendo levadas em conta as necessidades individuais do aluno, seu padrão social, suas vivências familiares. Mas o maior desafio é garantir o que de fato mais importa: a educação de nossos jovens.

PALAVRAS-CHAVE: educação, sociedade, responsabilidade social.

¹ - RA: 226393-9, Curso de Pedagogia EaD Universidade de Santo Amaro, Módulo XII Polo de Praia Grande

² - RA: 225735-1, Curso de Pedagogia EaD Universidade de Santo Amaro, Módulo XII Polo de Praia Grande

INTRODUÇÃO

A educação é a base fundamental para o desenvolvimento. Melhorar a qualidade de ensino exige, dentre tantos outros fatores, a revisão do currículo escolar, melhor preparação dos profissionais de educação, aprimoramento de projetos político-pedagógicos, utilização de novas tecnologias, além da participação efetiva da comunidade. O século XXI trouxe com ele inúmeras tecnologias. Segundo Cândida Moraes, “essas tecnologias da inteligência facilitam a criação de ambientes informatizados, ricos em códigos simbólicos, em representações de imagens, sons e movimentos.” (MORAES, 1997) São invenções realmente facilitadoras do conhecimento. Mas para disseminar informações e proporcionar o aprendizado, os profissionais da área de educação precisam estar aptos. A sociedade deste século baseia-se na modernidade, na experimentação, em novos conhecimentos. É uma sociedade imediatista que aprendeu a exigir e quer se fazer ouvir. E a educação não passa ilesa sobre essas transformações. Segundo Gohn, in FRIGOTTO, 2002:

O conceito de educação é visto de forma ampliada, ele não se restringe aos processos de ensino-aprendizagem no interior das unidades escolares formais. Processos de aprendizagem e novas concepções emergem advindas de processos gerados no cotidiano do mundo da vida, dos processos interativos e comunicacionais dos homens e das mulheres, no dia-a-dia, para resolverem seus problemas de sobrevivência, criando um setor novo, da educação não-formal.

(GOHN, 1999)

A escola é o principal espaço de socialização e inserção de valores éticos e sociais. Deve incentivar no aluno o desenvolvimento de suas habilidades intelectuais, proporcionando total domínio da leitura e compreensão da escrita, capacidade para resolução de problemas, habilidade para trabalhar em grupo, conhecer e dominar novas tecnologias, questionar e criticar os meios de comunicação e, principalmente, torná-lo um cidadão crítico e consciente. Estamos num período de mudanças, de transformações, de descobrimento de novas tecnologias. O principal objetivo de se inserir essas tecnologias na rotina escolar é proporcionar uma aula dinâmica, transformar a escola em um local mais interessante, com atividades instigantes, capaz de prender a atenção do aluno e despertar o desejo de aprender. Segundo Moraes (1997, apud MAGALHÃES 2001), para repensar a educação no mundo globalizado, é necessário propor um paradigma construtivista, interacionista, sociocultural e transcendente como ponto de partida. Este paradigma relaciona o sujeito e o objeto como “organismos vivos e interativos, considerando a necessidade de diálogo do indivíduo consigo próprio e com o outro, na busca da comunhão com o universo”. É necessário repensar o uso de materiais didáticos que, embora possam ser atrativos, podem estar apenas reproduzindo os padrões escolares tradicionais, e alertar o docente para a necessidade de se escolher o material a ser utilizado de acordo com o efeito que ele é capaz de fazer no educando. Não esquecendo que a utilização de mídias e hipermídias nas escolas, tanto quanto o uso de modernas tecnologias de informática, não são capazes de estabelecer por si só uma nova postura diante do processo de ensino e promover aprendizagem. E embora seja muito empolgante estar diante de algo tão promissor como é o montante de tecnologias de que dispomos nos dias atuais, nada é válido se não houver preparação. Tanto o professor quanto o aluno precisa estar pronto para receber e utilizar esses novos recursos: os professores passando por reciclagens e oficinas para aprenderem essas novas técnicas e os alunos sendo orientados e preparados pedagogicamente para usufruir desse novo meio de propagação do conhecimento. Segundo TORRES, (1994, P. 46):

O Currículo globalizado e interdisciplinar se converte assim em uma categoria capaz de agrupar uma ampla variedade de práticas educativas que se desenvolvem nas aulas e é um exemplo significativo do interesse por analisar a forma mais apropriada de contribuir na melhoria dos processos de ensino e aprendizagem.

(TORRES, 1994)

A educação e, por que não dizer a escola, se tornou responsável pela formação do cidadão, pelo futuro trabalhador que emprestará suas habilidades para o desenvolvimento de seu país. Numa sociedade em que o tempo urge e as coisas são efêmeras, a educação vem transformar esse profissional. Vem para moldá-lo e para mantê-lo apto a realizar suas funções que deixaram o âmbito operacional e passaram a tomar