Educação Popular E Cooperação Na Escola pública
Trabalho Escolar: Educação Popular E Cooperação Na Escola pública. Pesquise 861.000+ trabalhos acadêmicosPor: monicakessler • 22/10/2014 • 5.792 Palavras (24 Páginas) • 301 Visualizações
Educação Popular
e Cooperação na Escola Pública
Miguelângelo Corteze1
Resumo
Este artigo busca refletir sobre a educação popular e a cooperação na escola pública brasileira
como alternativa viável diante das incertezas que crescem ante as contradições sociais,
políticas e econômicas oriundas da economia da lógica capitalista. Sua estrutura começa
pela educação popular em seu contexto, em seguida trata da educação cooperativa e a
escola, para finalizar com a educação em movimentos sociais e organizações cooperativas.
Trata-se de uma reflexão teórico-conceitual de orientação das atividades de pesquisa que
visam a discutir a possibilidade de inclusão ou ampliação da educação popular nos espaços
da escola pública.
Palavras-chave: Educação popular. Cooperação. Escola pública. Movimentos sociais.
Organizações cooperativas.
Popular education and cooperation in public schools
Abstract
This essay reflects on the education popular and cooperation in Brazilian public schools as
a viable alternative in the face of uncertainties grows in the face of social contradictions,
political and arising from the economic logic of the capitalist economy. The structure begins
with the popular education in their context, and then deals with the cooperative education
and school, to finish with education in motion social and cooperative organizations. This is a
theoretical and conceptual orientation of research activities aimed at discussing the possibility
of inclusion or expansion of education popular in public school spaces.
Keywords: Popular education. Cooperation. School public. Social movements. Cooperative
organizations.
1 Mestre em Educação nas Ciências, Unijuí/2011 e professor de História do Instituto Estadual de
Educação Cardeal Pacelli, Três de Maio, RS. Endereço eletrônico: migmig_39@yahoo.com.br
CONTEXTO & EDUCAÇÃO
Editora Unijuí Ano 26 nº 85 Jan./Jun. 2011
Miguelângelo Corteze
138 CONTEXTO & EDUCAÇÃO
Educação Popular
Educação popular e cooperação são conceitos que têm muito em comum
e que encontram curiosamente obstáculos dentro da educação pública oferecida
às classes populares. Como isso ocorre se entre eles existe grande identidade? Na
escola pública, na maioria das vezes, esses conceitos são trabalhados de forma
marginal ou se reproduz uma prática pedagógica que em vez de aproximar, afasta
o estudante oriundo das classes populares. Como fazer para ampliar na escola
pública o espaço da educação popular e da cooperação? Essa questão, oriunda
da pesquisa e da prática docente, está voltada para os estudantes que buscam
referências mais sintonizadas com os movimentos sociais e outras organizações
populares, que emergem como alternativas de resistência diante das necessidades
sociais abafadas pelo sistema econômico dominante.
Inicialmente é importante definir o que se entende por educação popular.
A educação popular não é a educação das classes populares, tratada aqui por
“educação do popular” como observa Paludo (2001, p.65). A educação popular é
um processo dinâmico e reflete constantemente sobre a sua prática. Ela não traz
uma receita pronta para ser universalizada e também não existe uma “ordem”
como na educação do popular, pois ela muda ao longo do tempo, mantendo,
porém, uma sistemática, uma metodologia e “um rigor” na perspectiva de outra
sociedade. A educação popular quer incluir a todos: o negro, o índio, a mulher e
não apenas o homem. Estes grupos e outros, historicamente excluídos, também
têm conhecimento e isso leva a repensar a educação.
A educação popular possui uma profunda crença na vida de todos os
seres, nas pessoas, mulheres e homens, como atores coletivos que caminham
na esperança de um mundo melhor e mais justo. Nesse aspecto, para os países
explorados e as classes sociais oprimidas, a contribuição de Paulo Freire foi
fundamental. Freire critica a educação do popular que reproduzia o sistema
injusto. Sua crítica cresce mais no contexto da intolerância da ditadura militar
imposta na América Latina nas décadas de 60 e 70 do século 20:
Educação Popular e Cooperação na Escola Pública
Ano 26 • nº 85 • Jan./Jun. • 2011 139
Não junto a minha voz à dos que, falando em paz, pedem aos oprimidos, aos
esfarrapados do mundo, a sua resignação. Minha voz tem outra semântica,
tem outra música. Falo da resistência, da indignação, da “justa ira” dos traídos
e dos enganados. Do seu direito e do seu dever de rebelar-se
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