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Elaborar uma resenha a partir do texto sobre Desenvolvimento Rural

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Por:   •  23/5/2013  •  Tese  •  1.347 Palavras (6 Páginas)  •  921 Visualizações

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Disciplina: Economia Política

Tarefa: Elaborar uma resenha a partir do texto sobre Desenvolvimento Rural.

O ultimo censo demográfico realizado no Brasil, em 2000, informa que cerca de 82% da população do país vivem em aglomerações definidas como urbanas. A população rural, minoritária, tende a decrescer numa tal progressão que se poderia prever, para 2030, sua completa extinção. Mas, de que “urbano” e de que “rural” se está falando?

As estatísticas oficiais brasileiras, diferem completamente dos conceitos modernos, que permitem distinguir os espaços e seus habitantes urbanos e rurais. Com efeito, no Brasil, a distinção adotada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE - considera como urbana toda sede municipal, independentemente do número de seus habitantes e das funções que esta aglomeração exerça efetivamente. É rural o espaço existente em torno deste núcleo, onde a população é dispersa ou se concentra em pequenos grupos de vizinhança.

A adoção desta concepção tende a superdimensionar o que é urbano no país, e conseqüentemente, o processo de urbanização da sociedade brasileira, ao mesmo tempo em que tende a desqualificar e anular a importância do “rural”. Dependendo da “cidade”, o “rural” se caracteriza pela ausência do poder público no seu espaço e mesmo a ausência da grande maioria dos bens e serviços, naturalmente concentrados nas áreas urbanas mais

densamente povoadas. A idéia de um «rural melhor» é pouco assimilada. O rural quando melhora torna-se urbano.

Analisando os dados do último Censo, calcula-se que “de um total de 5.507 sedes de municípios existentes em 2000, havia 1.176 com menos de 2.000 habitantes, 3.887 com menos de 10.000, e 4.642 com menos de 20 mil.” Assim, a grande maioria do que é chamado indistintamente “cidade” não passa de pequenas aglomerações, nas quais faltam as condições mínimas para uma efetiva vida urbana. É possível pensar um espaço urbano onde não exista uma agência bancária, um hotel, uma livraria?

Tendo como referência a trama social e espacial específica e as trajetórias de desenvolvimento destes pequenos centros, também podemos afirmar que os pequenos municípios fazem parte do mundo rural. Pode-se dique que o “mundo urbano” no Brasil é menor do que o IBGE aponta. Uma nova classificação, que leve em conta o critério da densidade demográfica, como a que é utilizada pela OCDE - permitiria distinguir nos espaços urbanos, propriamente ditos, 12 aglomerações metropolitanas, 37 aglomerações não-metropolitanas e 77 centros urbanos.

Vivem neste conjunto urbano, de 455 municípios, 56,8% da população brasileira. Além destas aglomerações, há a registrar 567 municípios ambivalentes ou intermediários, isto é, aqueles que têm populações entre 50 e 100 mil habitantes e os que, tendo menos de 50 mil habitantes,

apresentam densidades superiores a 80 hab/km2. Vivem nestas áreas 21,7 milhões de brasileiros, o que corresponde a 12,8% da população do País. Finalmente, o Brasil rural é formado por 4.485 municípios, lugar de vida de 51,6 milhões de basileiros. O “mundo rural” não pode ser associado indistintamente a espaços degradados, atrasados e vazios. Heterogêneo, ele é portador, em várias regiões, para surpresa de muitos, de um expressivo dinamismo demográfico, registrado no aumento da população entre 1991 e 2000, datas dos últimos Censos.

Há uma grande diversidade de questões postas à sociedade brasileira pela existência deste Brasil rural. Questões que vão desde a interpretação histórica da visão oficial - que pode ser associado à herança autoritária do período Vargas – às problemáticas modernas do lugar da agricultura, da preocupação com o meio ambiente e com o desenvolvimento rural.

Este último tema merece uma atenção especial. Se o Brasil rural não é uma realidade em vias de extinção, o que significa, para a sociedade brasileira, o desenvolvimento rural? A este respeito, podemos constatar que a idéia de desenvolvimento rural não parece ser objeto de um consenso, nem mesmo de uma larga legitimação na sociedade brasileira. A referência ao desenvolvimento rural está freqüentemente associada a um projeto que vise a superação do “rural” e não, necessariamente, ao desenvolvimento

do rural.

O desenvolvimento rural é, freqüentemente percebido como a urbanização do meio rural, isto é, um processo que visa prolongar até à zona rural, os benefícios «urbanos» - tais como eletricidade, transporte, abastecimento de água - ou favorecer um maior acesso da população rural a bens e serviços sociais - educação, saúde, atendimento bancário - em geral concentrados sede municipal. Da mesma forma, a multifuncionalidade da agricultura, e o exercício da pluriatividade pelos agricultores são também, não raramente, associados a um processo de aprofundamento da urbanização do meio rural.

É inegável que houve no Brasil um processo muito intenso de esvaziamento do meio rural e de redução de sua população. Resultado sobretudo da expulsão em massa dos

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