Escoamento Superficial
Trabalho Universitário: Escoamento Superficial. Pesquise 861.000+ trabalhos acadêmicosPor: silbago • 23/6/2014 • 3.670 Palavras (15 Páginas) • 665 Visualizações
Hidrologia Agosto/2006
Prof. Daniel Fonseca de Carvalho e Prof. Leonardo Duarte Batista da Silva
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CAPÍTULO 7. ESCOAMENTO SUPERFICIAL
7.1. Introdução
Das fases básicas do ciclo hidrológico, talvez a mais importante para o
engenheiro seja a do escoamento superficial, que é a fase que trata da
ocorrência e transporte da água na superfície terrestre, pois a maioria dos
estudos hidrológicos está ligada ao aproveitamento da água superficial e à
proteção contra os fenômenos provocados pelo seu deslocamento.
No capítulo 2, foi discutido que a existência da água nos continentes é
devida à precipitação. Assim, da precipitação que atinge o solo, parte fica retida
quer seja em depressões quer seja como película em torno de partículas sólidas.
Do excedente da água retida, parte se infiltra e parte escoa superficialmente.
Pode ocorrer que a água infiltrada venha, posteriormente, aflorar na superfície
como fonte para novo escoamento superficial.
O escoamento superficial abrange desde o excesso de precipitação que
ocorre logo após uma chuva intensa e se desloca livremente pela superfície do
terreno, até o escoamento de um rio, que pode ser alimentado tanto pelo
excesso de precipitação como pelas águas subterrâneas.
7.2. Fatores que Influenciam no Escoamento Superficial
Os fatores podem ser de natureza climática, relacionados à precipitação
ou de natureza fisiográfica ligados às características físicas da bacia.
Dentre os fatores climáticos destacam-se a intensidade e a duração da
precipitação, pois quanto maior a intensidade, mais rápido o solo atinge a sua
capacidade de infiltração provocando um excesso de precipitação que escoará
superficialmente. A duração também é diretamente proporcional ao escoamento,
pois para chuvas de intensidade constante, haverá maior oportunidade de
escoamento quanto maior for a duração. Outro fator climático importante é o da
precipitação antecedente, pois uma precipitação que ocorre quando o solo está
úmido devido a uma chuva anterior, terá maior facilidade de escoamento.
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Dentre os fatores fisiográficos os mais importantes são a área, a forma, a
permeabilidade e a capacidade de infiltração, e a topografia da bacia.
A influência da área é clara, pois sua extensão está relacionada à maior
ou menor quantidade de água que ela pode captar. No capítulo 3 foi visto que a
área é o elemento básico para o estudo das demais características físicas, que
também foram descritas neste capítulo.
A permeabilidade do solo influi diretamente na capacidade de infiltração,
ou seja, quanto mais permeável for o solo, maior será a quantidade de água que
ele pode absorver, diminuindo assim a ocorrência de excesso de precipitação.
Outros fatores importantes são as obras hidráulicas construídas nas
bacias, tal como uma barragem que, acumulando a água em um reservatório,
reduz as vazões máximas do escoamento superficial e retarda a sua
propagação. Em sentido contrário, pode-se retificar um rio aumentando a
velocidade do escoamento superficial.
7.3. Grandezas que Caracterizam o Escoamento Superficial
7.3.1. Vazão (Q)
A vazão, ou volume escoado por unidade de tempo, é a principal grandeza
que caracteriza um escoamento. Normalmente é expressa em metros cúbicos
por segundo (m3.s-1) ou em litros por segundo (L.s-1).
a) vazão média diária
É a média aritmética das vazões ocorridas durante o dia (quando se
dispõe de aparelho registrador – linígrafo, Figura 31); o mais comum é a média
das vazões das 7 e 17 horas (horas de leitura do nível da água – linímetro,
Figura 31).
b) vazão específica
Vazão por unidade de área da bacia hidrográfica; m3.s-1.km-2, L.s-1.km-2,
L.s-1.ha-1. É uma forma bem potente de expressar a capacidade de uma bacia
em produzir escoamento superficial e serve como elemento comparativo entre
bacias.
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É comum ter-se como dados que caracterizam uma bacia, as vazões
máximas, médias, mínimas, Q7-10, Q95%, em intervalos de tempo tais como hora,
dia mês e ano.
Figura 31 - Estação Fluviométrica com réguas linimétricas e linígrafo.
7.3.2. Coeficiente de Escoamento
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