Escola Austriaca
Casos: Escola Austriaca. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: luispareto • 21/5/2013 • 3.275 Palavras (14 Páginas) • 388 Visualizações
Escola Austriaca
Pensamento austríaco
A teoria da escola austríaca sobre ciclos econômicos trata-se da integração de duas teorias: da moeda e do capital, que se baseia na ação do homem e no processo de mercado, servindo então como um mecanismo que é capaz de transmitir informações.
A teoria estuda as forças que determinam os preços e valores relativos de bens e serviços e também a ação do homem, fatores que os economistas clássicos não conseguiam explicar corretamente. Por exemplo, o paradoxo do valor: como o pão, um bem importante de utilidade tem menor valor que o diamante, uma mera jóia de luxo.
Para Hayek a origem dos ciclos econômicos parte da idéia de que a política monetária não é neutra, sendo assim, não afeta todos os preços igualmente, apenas os relativos e assim, afetando a estrutura temporal de produção. Então quando se tenta voltar à estrutura de produção ao que era antes a partir de expansões monetárias, estas terão o efeito de descoordenar a estrutura de capital, gerando mais inflação e desemprego.
Uma característica da Escola é que ela observa as leis da economia como sendo relações de causa e efeito, ou seja, sem exatidão matemática. Isto porque na economia não existem constantes como se observa na física.
A escola austríaca de Economia apresenta quatro conceitos fundamentais:
● Teoria austríaca do Valor – essência: subjetividade.
A lei da utilidade marginal se origina através da procura do homem por maior satisfação, optando entre os recursos escassos, aqueles
que permitem chegar aos objetivos com os menores custos possíveis. Essa escolha é denominada valoração. A lei trata de que o homem age para priorizar seus objetivos numa escala própria de valor e que utiliza uma série de meios que são formados por unidades para poder chegar a esses objetivos. Quando aumenta o número de unidades do bem, o valor marginal da última unidade cai, afinal essa unidade está no nível mais inferior dos objetivos que eram antes priorizados.
Quanto maior for a quantidade de um bem que o indivíduo possui, menor o valor que este atribuirá a cada unidade do bem.
Então, explica-se o porquê do pão, que é mais útil, ser mais barato que o diamante. O pão é encontrado mais facilmente e em maior quantidade do que o diamante. Quanto maior a oferta (quantidade) de um bem, menor sua produtividade marginal e assim, menor seu preço.
Os recursos são escassos e daí surge o problema de alocar cada unidade de um bem segundo seu uso (em primeiro os de uso mais importantes), sendo as escolhas dos agentes então feitas de acordo com seus objetivos individuais.
Cada consumidor age de acordo com sua própria escala de preferências e de valores. Esses valores interagem e se combinam para formar as demandas do consumidor, que são a base e o guia da atividade produtiva. Os austríacos então chegam à conclusão que a atividade produtiva tem base na expectativa de corresponder a demanda do consumidor.
● Mercado como um processo de coordenação
A partir do sistema
de preços, percebe-se que é importante o governo não interferir no mercado, evitando que possa haver uma descoordenação do mercado dada pela alteração nos preços relativos.
Para os austríacos, o mercado é um processo de descoberta das realidades, um processo de exploração ativa do desconhecido: não se tem as preferências dos consumidores, então o descobrimento dessas preferências é o centro da atividade competitiva.
Há duas características de mercado para os austríacos e elas funcionam de maneira interligada: 1- o fato de ser importante conhecer os vários participantes do mercado. 2- importância do processo que leva os mercados ao equilíbrio (destacado pela teoria convencional).
O sistema de preços tem como “função” emitir sinais aos participantes do mercado, para que estes possam coordenar seus planos, e assim então possibilita a transmissão de informações facilitando a coordenação de atividades econômicas. E a competição surge com o meio de descoberta de informações relevantes, que deve ser estudada como um processo no tempo, e não como um estado de equilíbrio final.
Há duas proposições básicas para a postura dos austríacos sobre as “falhas de mercado: A primeira é de que a maior parte das falhas, são resultados de defeitos extra-mercados e a segunda é de que, por causa da intervenção do governo, quando ocorrem as falhas de mercado, elas tendem a não ser excluídas e sim aumentadas.
● Importância da moeda como meio de troca
A teoria monetária da Escola
Austríaca apóia que as mudanças nos fluxos monetários acabam gerando variações do estoque de moeda e de forma não uniforme, afetando então desigualmente os preços relativos, a estrutura de capital e os padrões de produtividade econômica, assim também modificando os níveis de emprego dos fatores de produção.
Segundo Mises, aumentos na oferta monetária não geram benefícios para a sociedade porque eles não modificam os serviços de troca que a moeda proporciona, somente reduzem o poder de compra de cada unidade de moeda (que é na realidade um conjunto das quantidades de bens e serviços alternativos que essa unidade de moeda pode comprar), sem que aumente sua produção. Sendo assim, não há nenhuma “necessidade social” que fundamente o crescimento da oferta de moeda.
Para a Escola Austríaca, uma adequada teoria monetária deve partir da hipótese de que cada indivíduo, ao decidir quanto de sua riqueza será mantida em forma de moeda (demanda de moeda), deve avaliar a utilidade marginal de cada unidade de moeda (seu poder de compra, seu preço). Ou seja, o indivíduo não utiliza a moeda pelo fato dela ser consumida, mas sim porque ela tem um valor prévio de troca.
● Teoria austríaca do capital
Para os economistas austríacos, ao se estudar estoque de bens de capital num determinado período de tempo, deve-se tratar o estoque contendo itens heterogêneos que não consideram agregação, sendo assim, o capital apresentado como uma estrutura diversificada de elementos heterogêneos
e complementares, que são utilizados nos estágios de produção, e não como um agregado homogêneo.
Os investimentos são partes da estrutura de capital geral que é necessária para que ocorra a produção de bens de consumo final, sendo então complementares
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