Estagio E Docencia

Dos cursos de formação profissional, o estágio sempre foi identificado como a parte prática, o oposto da teoria. Esta diferença se da no poder da estrutura curricular, onde se atribui a menor carga horaria para a prática. O que tem que ser aplicado é o estágio teórico-prático, ou seja, a teoria não pode ser separado da prática.

Toda profissão em seu exercício é prático, como também a do professor, e desta, o aluno pratica através da observação, imitação, produção e as vezes, a reelaboração dos modelos existentes na prática consagrados como bons.

A formação como professor se dará, pela observação e tentativa de reprodução como prática e um aprendiz. Então, o estágio nessa perspectiva, se limita a sala de aula, sem uma análise de contexto escolar, e espera-se dos estagiários uma elaboração de aulas modelos.

O estágio tem como utilização o aprimoramento de técnicas para executar as operações ações próprias, no entanto, a prática e o emprego de técnicas sem a devida reflexão podem reforçar a ilusão de que há uma prática sem teoria desvinculada da prática. Mas o que se pode entender por teoria e por prática?

Quando a prática é separada da teoria resulta em um empobrecimento dos estágios em sala de aula, onde acaba ferindo o conceito de ação docente, sendo o educador uma pratica social.

Esta ação designa a atividade humana, um fazer efetivo ou a simples oposição a um estado passivo, em que o papel da teoria é iluminar e oferecer instrumentos e esquema para análisar e investigar as ações dos sujeitos, e colocar elas próprias em questionamento, uma vez em que estas teorias são explicações.

Portanto, o estágio compete possibilitar que os futuros professores compreendam a complexidade das práticas e das ações praticadas por seus profissionais como alternativa no preparo para a sua vida profissional.

2. Estágio e construção da identidade profissional docente

A identidade do professor é construída durante a sua trajetória, como profissional da educação, sendo o estágio o processo para a construção e o fortalecimento da identidade.

De acordo com Guimarães (2004), os estudos sobre identidade, e principalmente identidade profissional docente, tem um caráter interdisciplinar e complexo podendo receber significados diferentes.

Sobre a vida profissional, é necessário lembrar o sentido do trabalho humano, as influencias em que as profissões exercem sobre o individuo, como cita Codo (1992), “o individuo é aquilo que faz”.

O papel do professor é trazer para o individuo o conhecimento sobre uma determinada área e ter o domínio dos recursos teóricos para transmitir e socializar o conhecimento.

Então, a formação de identidade do profissional da educação envolve um duplo processo: o de auto formação do professor a partir da reelaboração constante dos saberes que realizam em sua prática e o de formação nas unidades escolares onde atuam.