Estudo de Caso: TAM e Star Alliance
Por: nicolastamburu • 1/4/2016 • Pesquisas Acadêmicas • 1.965 Palavras (8 Páginas) • 550 Visualizações
Estudo de Caso: TAM e Star Alliance
Introdução a Tam
A companhia teve inicio nos anos 60 com a união de jovens pilotos de monomotores, os quais faziam transporte de cargas e passageiros com base no Paraná onde transportavam para São Paulo e Mato Grosso. Orlando Ometto, empresário no ramo de agricultura e açúcar, muda a sede para São Paulo e, a partir disso, não mais transporta passageiros.
O comandante Rolim Amaro já havia trabalhado na empresa em seus primeiros anos de funcionamento, e em 1971 é convidado por Ometto para ser sócio da companhia com 33% das ações. Um ano após já havia adquirido metade das ações.
Em 1976 surge a TAM – Transportes Aéreos Regionais, da qual Rolim é sócio majoritário com 67% das ações. A companhia atendia o interior dos estados de Mato Grosso, Paraná e São Paulo. Em 1980, com a chegada do Fokker-27 em substituição dos bimotores, marca o crescimento da companhia. Após seis anos Rolim enxerga na VOTEC, companhia que apresentava vários problemas devido a acidentes, a oportunidade de expansão da malha. A VOTEC é adquirida e muda o nome para BR Central, expandindo o atendimento para Centro-Oeste e Norte.
O ano de 1989 marca o início do tratamento diferenciado da TAM com o famoso tapete vermelho e ainda a presença do próprio Rolim para recepcionar os passageiros na porta da aeronave. Na década de 90 são adquiridos os Fokker-100, um marco para a aviação regional. Em 1993 é lançado o programa TAM Fidelidade, três anos depois a empresa adquire a Lapsa do governo paraguaio e cria a TAM mercosur.
Ainda nos anos 90 a TAM se concentra em dois pontos estratégicos: juntamente com LAN e TACA, lidera o consórcio que negocia com a Airbus a compra de aeronaves, resultando em 150 aeronaves para as três empresas. A companhia também compra uma área de 447 hectares na região de São Carlos, que se tornou sede do Centro Tecnológico. Após a chegada dos primeiros A330, a TAM inicia seu setor internacional com a rota São Paulo – Miami e São Paulo – Paris.
Em 2001 ocorre a trágica morte do comandante Rolim em um acidente de helicóptero e ainda assim, mesmo após os atentados do dia 11 de setembro, a empresa apresenta o crescimento de 31%. Em 2003 inicia um compartilhamento de voos com a Varig e faz um remanejamento de sua malha aérea. O ano de 2004 a companhia faz um acordo com as empresas regionais Passaredo, Ocean Air, Trip, Total e Pantanal, aumentando a cobertura do território doméstico. Efetua a compra do décimo A330 e expande ainda mais o mercado Internacional em 2005. Tornou-se líder do mercado Internacional em 2006 com 60,6% de Market Share. Anunciou em 2007 a compra de mais 4 Airbus A330, 4 Boeing 777-300ER e 22 A350-XWB para entrega entre 2013 e 2018. Em 2008 anuncia a entrada na Star Alliance, que ocorreria efetivamente no dia 13 de Maio de 2010.
Contexto de Entrada
Decadência da VARIG
A VARIG se filiou à Star Alliance logo após seu início, em outubro de 1997, sendo na época a maior companhia aérea brasileira. Após 10 anos fazendo parte a aliança, a companhia apresentava sérios problemas devido à decadência já apresentada desde o inicio dos anos 90, muito pela falta de eficiência e competitividade apesar do status da marca. Foi expulsa da aliança em 8 de Janeiro de 2007 em decorrência da grande reestruturação, e assim não atendendo mais aos requisitos para ser uma filiada, deixando um gap para a Star Alliance. Dentre as companhias postulantes a filiar-se estavam as duas maiores, TAM Linhas Aéreas S.A e Gol Linhas Aéreas Inteligentes, com 48% e 38% do Market Share doméstico respectivamente, sendo a primeira a escolhida por se enquadrar nos padrões estabelecidos pela aliança.
O MERCADO BRASILEIRO
O mercado brasileiro havia recentemente sofrido com 3 grandes impactos: o voo da Gol G31907, operado por um Boeing 737-800 que colidiu com um Embraer Legacy 600, deixando 154 mortos. O acidente serviu de estopim para o chamado Apagão aéreo, série de falhas na infraestrutura e gestão que culminaram em vários atrasos e teve o pico no voo da TAM JJ3054, no qual uma aeronave A320 escapa da pista do Aeroporto de Congonhas (CGH) e colide com um prédio da própria empresa, resultando em 199 mortos. O mercado apresentava indícios de baixa, desacelerando o crescimento nos períodos de 2006 a 2007. Houve em 2006 uma variação de -3,8% no RPK e -2,7% no ASK.
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Analisando o gráfico nota-se, entretanto, que houve um crescimento acentuado a partir do período de 2008, com uma variação de 14,95% no RPK e 14,91% no ASK com relação ao ano anterior. Em seguida no ano de 2009 apresentou uma taxa de crescimento de 11,86% no RPK e 10,49% no ASK em relação a 2008, numero bastante expressivo se considerado a crise econômica de 2009, onde o mercado teria a tendência de entrar em queda. Estes fatores motivam os interesses de alianças, o Brasil possui um grande mercado interno e ter uma grande empresa do setor filiada significa disponibilizar boas opções de receita aos participantes.
Apresentação Variaveis
Segundo Russo e Macedo-Soares, as empresas aéreas encontram dificuldades de avaliar indicadores de desempenho, sendo assim, foi realizada, em 2007, uma pesquisa pelos mesmos autores, no qual foram apresentados 18 benefícios de uma aliança. Lançado o questionário para empresas aéreas membros da IATA que faziam parte de algum tipo de aliança estratégica, ao todo 41 empresas responderam o questionário.
Benefício | N | Média | Variância |
Ser atrativo para passageiros participantes de grandes redes | 41 | 3,88 | 0,71 |
Network Synergy | 41 | 3,61 | 0,74 |
Acesso a novos mercados | 41 | 3,56 | 0,81 |
Reconhecimento da marca | 41 | 3,46 | 0,67 |
Divulgar voo do parceiro como se fosse seu | 41 | 3,41 | 0,89 |
Desenvolvimento de produtos | 41 | 3,10 | 0,92 |
Aumento do Load Factor | 41 | 3,10 | 0,66 |
Aumento de receita por RPK | 41 | 3,07 | 0,57 |
Expandir as oportunidades de negócio sem a necessidade de investimento | 41 | 2,98 | 0,82 |
Aumento de ASK | 41 | 2,98 | 0,76 |
Melhores lucros | 41 | 2,90 | 0,70 |
Economia de escala | 41 | 2,88 | 0,84 |
Acesso à tecnologia superior | 41 | 2,88 | 0,78 |
Controle de distribuição pelo acesso de grande número de agentes de turismo, especialmente os que fazem parte de um GDS | 41 | 2,88 | 0,78 |
Compartilhar recursos e atividades eliminando duplicidade | 41 | 2,85 | 0,96 |
Redução de custos | 41 | 2,85 | 0,79 |
Incorporar conhecimento pode gerar a habilidade de solucionar problemas complexos | 41 | 2,80 | 0,68 |
Acessar novas competências / Aprendizagem Operacional | 41 | 2,80 | 0,78 |
Cooperação técnica na área operacional | 41 | 2,71 | 0,78 |
Criar barreira contra novos entrantes | 41 | 2,49 | 0,87 |
Compartilhar riscos | 41 | 2,32 | 0,79 |
Evitar a interferência do governo que regula as fusões e aquisições e o Acesso aos mercados | 41 | 2,15 | 0,79 |
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