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Evolução Contabil

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Por:   •  18/5/2014  •  2.122 Palavras (9 Páginas)  •  350 Visualizações

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Apesar de ter se estruturado como Ciência moderna apenas em meados do século XIX, como veremos mais adiante no decorrer do trabalho, sabe-se hoje que os primeiros registros contábeis primitivos foram realizados há cerca de 200 séculos e, portanto, ainda na Pré-história. Segundo IUDÍCIBUS (2005, p. 31), “a Contabilidade é tão antiga quanto o próprio homem que pensa”, ou seja, mesmo que de maneira empírica e, conseqüentemente, não científica, as civilizações primitivas já utilizavam ferramentas contábeis básicas para controlar o seu patrimônio e, em alguns casos, até mesmo apurar custos e elaborar orçamentos, como se nota em registros feitos em pranchas de argila nas civilizações da Suméria e da Babilônia, de acordo com SÁ (1997, p.25).

Devido a essa imensa dimensão histórica, vários autores apresentam categorizações diferentes de períodos para o estudo da evolução do pensamento contábil, no entanto todas não passam de formas diversas de estudo de um único assunto, a História da Contabilidade. Assim, será empregada no decorrer do presente artigo, para fins de apresentação, a classificação utilizada pelo Prof. Dr. Antônio Lopes de Sá, onde se encontram expostos sete períodos, dos quais cinco podem ser considerados Pré-Científicos, ou seja, anteriores à estruturação da Contabilidade como Ciência (Período Intuitivo Primitivo; Período Racional-Mnemônico; Período Lógico-Racional; Período da Literatura; e Período Pré-Científico), e dois Pós-Científicos (Período Científico e Período Filosófico-Normativo).

2 – PERÍODO INTUITIVO-PRIMITIVO

A Contabilidade Intuitiva Primitiva tem início no período denominado no estudo da Pré-história de Paleolítico Superior (18.000 a.C.), momento no qual ocorrera na região européia a última Idade do Gelo. Foi, entretanto, na chamada Era Neolítica (8.000 a.C.), popularmente conhecida como a Idade da Pedra Polida, que o homem passou a praticar a criação de animais e a agricultura, desenvolvendo, deste modo, maiores noções de propriedade e patrimônio, surgindo a partir daí a necessidade de formas de controle e registro dos bens, direitos e obrigações do homem pré-histórico.

Foi durante este período que apareceram as primeiras contas primitivas. Em sítios arqueológicos do Oriente Próximo (região da Ásia próxima ao mar Mediterrâneo, a qual engloba países como Síria, Líbano, Israel, Palestina e Iraque) foram descobertos sistemas contábeis primitivos utilizados entre 8.000 e 3.000 a.C. por civilizações pré-históricas.

Através de pequenas fichas de barro e outros instrumentos igualmente simples, o homem daquele tempo já fazia o registro de seu patrimônio, antes mesmo da invenção da escrita e da contagem abstrata (na verdade, muitos historiadores remetem o desenvolvimento da linguagem escrita à própria Contabilidade).

Embora em caráter eminentemente empírico, pode-se dizer que este período foi o gênesis da Contabilidade, dando início ao que mais tarde passaria a ser a ciência contábil.

3 – PERÍODO RACIONAL-MNEMÔNICO

A Contabilidade Intuitiva Primitiva perdurou até aproximadamente 4.000 a.C., ano em que, de acordo com a classificação proposta pelo Prof. Antônio Lopes de Sá, tem início o período Racional – Mnemônico.

A evolução das civilizações, impulsionada pelos Estados e pelos poderes religiosos, assim como a invenção da escrita cuneiforme pelos sumérios por volta de 3.500 a.C., serviram de mola propulsora para o desenvolvimento da Contabilidade daquele período.

De fato, foram nas antigas cidades da Suméria (em especial Uruk e Susa) que surgiram algumas das mais ousadas técnicas de escrituração contábil da antiguidade. Para SCHMIDT et al. (2007, p.22) “aos contadores de Uruk [...] pode ser creditada a criação dos numerais, a revolução na contagem e na manipulação de dados”. Nota-se mais uma vez que, pelo que demonstram os fatos históricos de que temos conhecimento atualmente, a Contabilidade foi a base para a criação da escrita e dos números abstratos, e não o contrário.

Com o avanço das próprias civilizações nas regiões da Suméria e Babilônia, houve a necessidade de aprimoramento do trabalho realizado pelos contadores da época. Assim, começou-se a registrar as movimentações financeiras em placas de barro que posteriormente passaram a ter os seus registros transcritos de forma resumida para pranchas maiores, surgindo assim as primeiras noções do que atualmente conhecemos por Diário.

Sabe-se hoje que já no ano de 2.000 a.C. os contadores da Mesopotâmia já adotavam uma espécie primitiva de razão, elaboravam demonstrações, orçamentos e até mesmo a apuração de custos.

A civilização egípcia também apresentou considerável destaque no período Racional – Mnemônico da Contabilidade. Como contribuições do Egito ao desenvolvimento da prática contábil destacam-se: a criação do papiro (forma primitiva de papel, confeccionada a partir do miolo de planta de mesmo nome), permitindo a criação dos primeiros livros de escrituração; e a criação de uma moeda como base de valor, o shat de ouro e prata.

Ainda neste período, a humanidade presenciou o surgimento do Império Romano, um dos maiores da História. As principais contribuições de Roma para o nosso estudo se dão em relação à importância da Contabilidade Pública e das colônias, havendo inclusive a figura do Contador Geral do Estado, um dos profissionais mais importantes da administração pública de Roma.

4 – PERÍODO LÓGICO RACIONAL

O terceiro período de nosso estudo acerca da história do pensamento contábil tem início na segunda metade do século XI e se estende até meados do Século XV. É neste momento que a racionalização oriunda das fases anteriores da Contabilidade passa a caminhar para uma lógica de sistematização contábil, de acordo com SÁ (2005).

Durante o período da Alta Idade Média (476 – 1.000), a influência da Igreja sobre as terras e a economia fizeram com que, no Ocidente Europeu, ocorresse uma estagnação na evolução social e econômica. O Oriente, entretanto, não sofria do mesmo modo a influência da Igreja ou dos problemas gerados pelos grandes latifúndios, permitindo que fosse desenvolvido nesta região um método de registros que posteriormente seria desenvolvido na Itália sob o nome de Método das Partidas Dobradas ou Método Veneziano, uma equação onde um conjunto de créditos sempre corresponderá a um conjunto de débitos no mesmo valor.

Não se sabe ao certo

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