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Eça De Queiros

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Por:   •  28/9/2014  •  375 Palavras (2 Páginas)  •  242 Visualizações

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narrado em primeira pessoa, no caso, um amigo de Jacinto, a personagem principal. Jacinto nasceu na França, de família portuguesa aristocrática: ele vive na Avenida Champs-Elysées, 202, endereço privilegiadíssimo em Paris. Sua casa é o símbolo máximo da modernidade - na sala de jantar, por exemplo, tem um elevador para comidas salgadas, e outro, só para sobremesas geladas; há também telefone, gramofone, torneira de água quente, biblioteca com mais 30 mil títulos (sobretudo de Economia). Em suma: Jacinto é culto, mas vive entediado, tem a postura encurvada e a tez pálida. Ocorre, então, uma chuva forte em Tormes, Portugal, onde estão as propriedades da família, e Jacinto vai até lá para transladar os ossos dos seus antepassados que haviam sido atingidos pelo temporal. Decide levar tudo o que tem de melhor, mas o vagão de trem com os seus pertences não chega a tempo a Lisboa, Jacinto chega à capital apneas com a roupa do corpo, um jornal e a companhia do amigo (o narrador). Faz o caminho até Tormes montado em mula e fica maravilhado com a paisagem serrana. É recebido pelo capataz, come uma refeição simples e bebe o vinho da terra - gosta demais de tudo! O amigo vai embora e quando retorna, tempos depois, encontra um Jacinto que esbanja vigor físico. Mais: totalmente incorporado à vida do campo, ele se casa com uma prima e se instala nesse Portugal, pensando em melhorar a vida dos seus camponeses. A casa em Paris? Totalmente abandonada. É livro de final feliz, com a transformação da personagem principal e a constatação de que se pode fazer muito com bem pouco. Foi recebido friamente pela crítica que entendeu a obra como uma espécie de reconciliação do escritor com a pátria. Só a partir da década de 90 é que surgiram estudos discutindo essa visão redutora. Porque a crítica que Eça faz da sociedade ocidental, em ‘Cidade e as Serras’, é fundamental.

Trechos

"E em breve os nossos males esqueceram ante a incomparável beleza daquela serra bendita! Com que brilho e inspiração copiosa a compusera o divino Artista que faz a serras, e que tanto as cuidou, e tão ricamente as dotou, neste seu Portugal bem-amado! (...) (...) Jacinto, adiante, na sua égua ruça, murmurava: - Que beleza!"

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