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Resenha De A Relíquia- Eça De Queirós

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Por:   •  12/12/2014  •  1.770 Palavras (8 Páginas)  •  635 Visualizações

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Memórias de um Anti-herói

Linguagem e identidade: elementos para uma discussão no campo aplicado/ Inês Signorini (org.) – Campinas, SP : Mercado das letras 1998- ( Coleção Letramento, Educação e Sociedade.

José Maria Eça de Queiróz, nascido em Póvoa do Varzim- Portugal, no ano de 1845, passou sua infrancia longe dos pais, pois estes casaram- se apenas quando ele tinha quatro anos, devido ao fato de que os pais de sua mãe eram contra o romance com seu pai. Em sua juventide estudou direito na Universidade de Coimbra, por causa disso ele se envolveu com o grupo “Escola de Coimbra’’, um dos responsáveis pela introdução do realismo em Portugal. Após a conclusão do curso, Eça de Queiróz dedicou- se ao jornalismo e viajou para o Oriente Médio.

Eça de Queiróz foi um dos maiores escritores de Portugal, em sua primeira fase como escritor do movimento Romancista e em sua segunda fase como escritor Realista, período no qual ele ganhou maior destaque em suas obras.

O livro ‘’A relíquia’’ de 1887, faz parte das obras realista do escritor Eça de Queiróz. Sua estrutura é dividida em 5 capítulos e em três partes. A primeira é em trata da infância e juventude do personagem principal em Portugal, a segunda traz os relatos de sua viagem ao Oriente Médio e a terceira é o desfecho da trama e final do personagem. Narrada em primeira pessoa, pelo narrador-personagem, a obra de Eça, relata as memórias de Teodorico Raposo e é caracterizada pela crítica à hipocrisia da sociedade Lisboeta Católica e à religião em si.

A Relíquia se inicia com uma apresentação feita pelo narrador, contando os motivos pelos quais ele decidiu relatar suas memórias de vida.

Teodorico começa a contar sua história nos dizendo características de seu avô paterno, o padre Rufino da Conceição. Seu pai conheceu o rico comendador G. Godinho que estava em Viana com suas sobrinhas a beata D. Maria do Patrocínio e D. Rosa, com a qual se casou. Quando ainda era pequeno, sua mãe morreu e logo depois o seu pai, por esse motivo ‘’Tedrico’’, como ele pronunciava seu nome quando era criança, foi morar com sua Tia Maria Patrocínio das Neves, a Titi, herdeira do comendador. Logo ele foi aconselhado a sempre agradar a Titi, e assim foi feito. Logo foi mandado para um colégio em regime de internato. Dentro do colégio Teodorico começou a formar a sua personalidade boemia e de caráter duvidoso, mas sempre que ia passar um final de semana com sua tia, ele tinha que ir a igreja e conhecer a sua religião, além de seguir fielmente, do jeito que vivia a sua tia, com a finalidade de herdar seu patrimônio rico.

Na figura de Teodorico Raposo, Eça constrói a personalidade de um herói pícaro, amante do dinheiro, interesseiro e de um comportamento lascivo, acreditava que o dinheiro podia comprar tudo, inclusive o amor das mulheres, ele faz de tudo para se dar bem, seu caráter é duvidoso, mas com o bom humor que Teodorico trata as coisas, ele conquista os leitores, que torcem pelo seu sucesso, mesmo que seus objetivos não sejam bons.

A noite estava estrelada. E, descendo o Chiado em silêncio ao lado do Doutor Margaride, eu

pensava que, quando todo o ouro da Titi fosse meu e dourasse a minha pessoa, eu poderia então conhecer uma viscondessa de Souto Santos ou de Vilar-o-Velho, não na sua frisa, mas na minha alcova, já caída a grande capa branca, despidas já as sedas cor de palha, alva só do brilho da sua nudez, e fazendo-se pequenina entre os meus braços... Ai, quando chegaria a hora, doce entre todas, de morrer a Titi? (QUEIRÓS, 1987,p. 40)

Após estar formado, Teodorico volta para Lisboa para viver com sua Tia, a partir daí ele começa a viver suas aventuras entre viver inutilmente uma religião, já que ele não tinha interesse nenhum na igreja, e dar suas escapadas para viver seus prazeres, muitas vezes ao lado de Adélia, uma mulher fácil, que era sustentada por um homem rico, que ele conheceu através de um amigo, com a qual teve um caso até ela o enganar com outro homem, Adelino, que o chama de carola, não poderia tê-lo chamado de coisa pior. Entristecido por ter sido trocado, resolveu pedir a sua tia, que lhe arranjasse uma viagem para Paris, mas com o pretexto de lá ser a cidade do pecado, a Titi não permitiria tal coisa, com isso, propôs-lhe uma viagem ao Oriente Médio, com precisão, à Jerusalém, cidade do Senhor. Com a condição de ele lhe trazer uma relíquia. Contrariado, Teodorico aceita, pois é necessário sempre dizer sim à Titi, ele não podia perder sua herança para o Senhor, pois lhe foi falado que talvez a sua tia doasse todo o seu dinheiro à igreja.

Dona Maria do Patrocínio era uma mulher amarga, que vivia uma religião, acreditando isso ser louvável, detestava pensar na união de um homem com uma mulher, por isso sempre procurava vestígios de homens nas coisas de suas empregadas.

A crítica em torno da Titi está voltada para a hipocrisia que rodeava os religiosos do século XIX, o autor faz questão de sempre colocar essa temática em suas obras realistas. O autor faz duras críticas ao costume e a carolice da sociedade lisboeta. Além disso, a Titi era dura de coração, incapaz de estender a mão aos necessitados, se o julgasse não merecedor, como mostra esse trecho da obra de Eça de Queirós, quando seu primo, que já sofria adoentado e sem condições nem de se alimentar, por lhe faltar o dinheiro pede-lhe uma ajuda, através de Teodorico.

Mas já a Titi, recostando-se na cadeira, rosnava com um sorrisinho

feroz:

- Que se aguente... É o que sucede a quem não tem temor de Deus e se mete com bêbedas...

Não tivesse comido tudo em relaxações... Cá para mim, homem perdido com saias, homem que anda atrás de saias, acabou... Não tem o perdão de Deus, nem tem o meu! Que padeça, que padeça, que também Nosso Senhor Jesus Cristo padeceu!

Baixei a cabeça, murmurei:

- E ainda nós não padecemos bastante... Tem a Titi razão. Que se não metesse com saias!

Ela ergueu-se, deu as graças ao Senhor.

(QUEIRÓS, 1987, p. )

Chegando ao Oriente Médio, Teodorico conheceu

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