FUNDAMENTOS HISTÓRICOS E TEÓRICO METODOLÓGICOS DO SERVIÇO SOCIAL
Por: 00ju • 4/12/2019 • Trabalho acadêmico • 1.972 Palavras (8 Páginas) • 172 Visualizações
UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA
INSTITUTO DE PSICOLOGIA
CURSO DE SERVIÇO SOCIAL
DISCIPLINA: FUNDAMENTOS HISTÓTICOS E TEPÓRICO-METODOLÓGICOS DO SERVIÇO SOCIAL III - FHTMSS III
DISCENTE: JULIANA DA SILVA VAZ
AVALIAÇÃO II
A avaliação deve ser respondida com redação própria, ou seja, qualquer tipo de cópia, implicará anulação da(s) questão(ões).
As questões devem ser respondidas separadamente.
De acordo com o segundo capítulo da primeira parte do livro “Relações Sociais e Serviço Social no Brasil”, responda as seguintes questões:
Explique no que consiste a reprodução das relações sociais na sua globalidade e como o Serviço Social integra-se ao processo de criação de condições para a extração de mais-valia.
Quando se fala da reprodução das relações sociais na sua globalidade não se refere apenas ao processo que caracteriza o trabalho do ponto de vista da produção, que compõem a engrenagem do trabalho vivo como consumo, distribuição e troca de mercadoria. Ou seja o que estão interligados são a relações do processo das forças produtivas e das relações de produção, compreendendo a forma que as pessoas se comunicam na sociedade, a forma ideológica de pensar e as consequências dessa comunicação/relação impactadas tanto na relação direta processual de produção do trabalho vivo como na vida cotidiana em suas múltiplas esferas, se referenciando as duas classes antagônicas.
‘’ Assim a reprodução das relações sociais é a reprodução da totalidade do processo social, a reprodução de determinado modo de vida que envolve o cotidiano da vida em sociedade(…) trata- se portanto, de uma totalidade concreta em movimento em processo de estruturação permanente.’’(pg.79)
Levando em consideração o fato de que o surgimento do serviço social enquanto profissão se deu em razão das necessidade de manutenção do sistema capitalista. com tudo as diretrizes que conduz o modo de trabalho do assistente social se insere na polarização das classes sociais antagônicas. Porém historicamente se insere nesse processo no intuito de atender os interesses da burguesia, configurada como classe dominante. As condições impostas para dar corpo a atuação do assistente social atreladas a técnicas na área de relações humanas com o intuito de fazer com que o proletariado se molde ao processo de industrialização tecnológica imposto pelo modelo do sistema capitalista. No entanto o serviço social não está ligado a atividade direta que cria produto de valor e sim agindo numa dimensão politico-ideológica, contribuindo para que o processo cotidiano do trabalhador seja cada vez mais produtivo, ele atua em uma relação teórica entre o trabalhador e sua família, num quadro referente às condições de vida da classe trabalhadora, com práticas profissionais que tende a contribuir para que aquele determinado trabalhador tenha condições aprimoradas para o fortalecimento da sua força de trabalho, no sentido de intensificar a sua produção e ampliar a mais valia. Incidindo “ tanto sobre questões imediatas, como a visão global’’ orientando os ‘’clientes’’ a necessidade de se integrar a sociedade. Em tese o serviço social contribui para a extração de mais valia ao ‘’ (...) tratar de esforços na busca de um equilíbrio tenso entre capital e trabalho, na árdua tarefa de conciliar o inconciliável. Assim, à proporção que encetam esforços no sentido de manter a continuidade da organização social dentro da ordem do capital, contribui inevitavelmente, para reproduzir as condições fundamentais que conformam as relações sob as quais se baseiam essa sociedade.’’(pg. 94)
Considerando que, para Iamamoto (1982), o exercício profissional fortalece as metas do capital e do trabalho sem poder excluir as respostas aos interesses de ambos, explique o que fundamenta o caráter contraditório da profissão e no que consiste a relativa autonomia do assistente social.
Ao se abastecer do caráter conservador da profissão, o Serviço Social é inserido numa perspectiva psicologizante, num determinado período histórico na qual se intensifica o desenvolvimento capitalista industrial e a expansão urbana,especificamente no capitalismo monopolista, aumentando ainda mais a exploração da força de trabalho, demanda profissionais qualificados para organizar a engrenagem que sustenta a sociedade capitalista caracterizada por duas classes antagônicas. Aqui o serviço Social se gesta e se desenvolve como profissão reconhecida na divisão social do trabalho, paralelo a burguesia e o proletariado, que surgem no dado momento em que os operários se organizam a fim de exigir o seu reconhecimento como classe por parte do empresariado e Estado, se tornando um sujeito político, tensionando a ordem vigente, exigindo outro tipo de intervenção que perpassa a filantropia e repressão. Surgindo nesse momento a chamada ‘’Questão Social’ ’.Concomitantemente o trabalho do assistente social ganha legitimidade, sendo contratado pelo movimento das classe dominante para dar a resposta ao tensionamento dos grupo antagônicos. Ou seja, num processo contraditório, pois mesmo que o agente seja contratado pela classe dominante ele se emerge para atender as demandas impostas pela classe dominada pelo fato de um ser indissociável ao outro. Ou seja não existe capital sem trabalho e vice e versa, eles se negam ao mesmo tempo que se auto necessitam.
Todo esse processo vai sendo concretizado sob as ações dos assistente social , numa atuação de forma à da resposta à questão social que são alteradas historicamente do ponto de vista filantrópico para o assistencial sob o comando das políticas públicas, através dos direitos conquistados pela classe trabalhadora, canalizado pelo Estado e burguesia, sendo devolvido uma pequena parte sob a forma de benefícios indiretos num processo de manipulação, completamente burocrático e paternalista .
Justamente pelo fato do assistente social no exercício da suas funções ao mesmo tempo e pelas mesmas atividades responder a interesses antagônicos , existe uma relativa autonomia que os concebe uma certa liberdade, mas não é total. Grau de autonomia que passa por algumas escolhas.
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