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Farmacocinética

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Por:   •  26/1/2014  •  Seminário  •  5.635 Palavras (23 Páginas)  •  281 Visualizações

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FARMACOCINÉTICA

A farmacocinética é o seguimento da farmacologia que estuda quantitativamente os processos de absorção, distribuição, biotransformação e excreção dos fármacos, em função do tempo. Neste estudo, as concentrações dos fármacos e de seus metabólitos (produtos da biotransformação) no organismo são determinados, permitindo a obtenção de importantes dados sobre estas substâncias, tais como:

• Determinação da via de administração, doses, posologia (intervalo entre as doses) e ajustes de dose segundo a disfunção de alguns órgãos chaves na farmacocinética, como insuficiência renal e alterações hepáticas;

• Previsão de efeitos indesejados decorrentes de interações medicamentosas em nível dos processos de absorção, distribuição, biotransformação e excreção;

• Determinação dos principais locais de biotransformação;

• Determinação das vias de excreção.

O efeito ou resposta terapêutica é o resultado dos fenômenos que ocorrem após administração de um medicamento e estes dependem, por sua vez, das características do fármaco, das características do indivíduo e, o mais importante, da interação entre estes dois fatores: fármaco e indivíduo.

Os fármacos em geral passam através das células e não pelos espaços intercelulares que são diminutos, permitindo apenas o trânsito de água, eletrólitos e compostos de baixo peso molecular. A membrana celular é uma estrutura dinâmica, mutável e adaptável à passagem de diferentes substâncias. Seu comportamento funcional é bastante variável no organismo, o que explica as diferenças observadas na velocidade, quantidade e tipo de substâncias transportadas pelas diversas membranas celulares.

A membrana plasmática consiste em uma dupla camada de lipídeos anfifílicos com suas cadeias de hidrocarboneto orientadas para dentro, a fim de formar uma fase hidrófoba contínua e suas cabeças hidrófilas voltadas para fora. Cada molécula de lipídeo na camada dupla pode movimentar-se no sentido lateral, conferindo à membrana fluidez, flexibilidade, grande resistência elétrica e relativa impermeabilidade a moléculas altamente polarizadas.

A absorção pode ser definida como a passagem do fármaco do seu local de administração para a circulação sistêmica. Assim, a absorção é importante para todas as vias de administração, exceto para a intravenosa.

“O ideal seria que os fármacos fossem administrados diretamente no local de ação”, isto aumentaria a eficácia farmacológica, diminuiria a dose necessária para a obtenção do efeito terapêutico e ainda atenuaria os efeitos adversos e tóxicos do fármaco. Porém, como isto não é possível na maioria das vezes, eles atravessam as membranas celulares por processos passivos ou por mecanismos que envolvem a participação ativa dos componentes da membrana, para chegar ao local de ação.

Dentre os mecanismos que o fármaco pode atravessar as membranas temos:

- Difusão passiva: é o mecanismo mais comum em que os fármacos transpõem as membranas celulares, sempre a favor do gradiente de concentração. O movimento das moléculas vai das regiões de maior para as de menor concentração através da membrana, sem interferência e gasto de energia. São parâmetros importantes no processo de difusão passiva o tamanho da molécula, pois quanto menor mais rapidamente ela passará a membrana; e o seu coeficiente de partição lipídeo/água, isto é, quanto maior a lipossolubilidade da molécula, maior é seu coeficiente de partição e mais rápida será sua difusão. Apesar disto, não podemos esquecer que o organismo é uma sucessão de fases lipídicas e aquosas e que portanto um coeficiente de partição muito elevado ou muito baixo, pode constituir um obstáculo à difusão generalizada do fármaco. Na difusão passiva não é necessário um transportador, o mecanismo não é saturável e não há gasto de energia.

- Difusão por poros ou difusão através dos canais aquosos: ocorre para substâncias hidrossolúveis de pequeno tamanho (íons inorgânicos, uréia, metanol, água) e estas podem transpor a membrana através de poros, verdadeiros canais aquosos formados entre as proteínas; essa passagem envolve fluxo de água, resultante de diferenças de pressão hidrostática ou osmótica através da membrana, o qual arrasta pequenos solutos. O diâmetro dos canais é muito reduzido, permitindo somente a passagem de substâncias com peso molecular muito pequeno. Já nas células endoteliais dos capilares, os poros têm diâmetro maior que permite a passagem de moléculas maiores, mas impede a passagem de moléculas tão grandes quanto a albumina. Por isso fármacos ligados às proteínas plasmáticas não passam, em condições fisiológicas, ao líquido intersticial.

- Difusão facilitada: transporte a favor do gradiente de concentração, que tem o auxílio de proteínas transportadoras ou carregadoras chamadas de permeases. A molécula se liga ao seu transportador, que sofre alteração conformacional, e libera as moléculas do outro lado da membrana, sem que haja gasto de energia. A glicose, por exemplo, é pouco solúvel nos lipídeos, no entanto, em condições normais, atravessa a matriz lipídica com relativa facilidade. Isso se deve à presença de carregadores.

- Transporte ativo: o movimento do fármaco se faz contra o gradiente de concentração, ou seja, as moléculas fluem da região menos concentrada para a mais concentrada. Há gasto energético pela célula e esta energia é fornecida por hidrólise do ATP. Este sistema de transporte especializado é passível de saturação, ou seja, substâncias similares ao fármaco, endógenas ou exógenas, podem competir pelo mesmo carreador na membrana. Muitas macromoléculas de fármacos. Por exemplo, no mecanismo da bomba de Na+ e K+ são observadas concentração de potássio muito maior dentro da célula do que no plasma sanguíneo, ocorrendo o inverso com o sódio. Este fenômeno só pode ser explicado por um tipo de transporte no qual há bombeamento constante de potássio para dentro e sódio para fora da célula. Este transporte é chamado ativo e só pode ser realizado com gasto de energia.

- Fagocitose: é o englobamento de partículas sólidas pela membrana, mediante sua invaginação, seguida de estrangulamento, formando-se vesículas.

- Pinocitose:

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