Festa De S. João
Pesquisas Acadêmicas: Festa De S. João. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: JbocainaK • 22/9/2013 • 1.054 Palavras (5 Páginas) • 419 Visualizações
Aproxima-se o mês de junho, o mês das nossas famosas festas joaninas. Todos a esperam com ansiedade, porque sabem todos que é nesse mês que os bocainenses marcam o seu grande encontro em sua terra. Com os festejos em homenagem ao glorioso mártir que foi São João Batista, Bocaina transforma-se em verdadeira Meca de peregrinação, para cá convergindo todos os bocainenses de fóra. Aproximam-se os dias felizes de São João, com banda pelas ruas, bailes nos clubes, gente no largo da Matriz, gente por toda parte”.
Tradição da passagem pela fogueira remete aos tempos dos imigrantes
Foto: Paulo H. Pederro
Este fragmento de um dos antigos jornais de Bocaina, publicado há mais de 70 anos, retrata a festa de São João de maneira única e atual. A fé e devoção pelo padroeiro da cidade estão presentes até hoje nos habitantes. Orações, pedidos, cantos, danças, barracas por toda a parte, além da enorme fogueira. No entanto, boa parte desta história se perdeu, sendo lembrada apenas na memória dos mais antigos.
Tradição vinda do campo
A Vila de São João da Bocaina, assim como vários municípios da região, possuíam a mesma atividade econômica em 1888: a produção de café, conforme o constatado nos documentos antigos do Museu Ruth Pontes Nigro.
Como forma de pedir por um ano de colheitas fartas e saúde para suas famílias, os trabalhadores do campo, em sua maioria europeus, juntavam grandes quantidades de madeira e faziam fogueiras. O objetivo era caminhar descalço sobre suas brasas para alcançar o pedido desejado. Jovens também as atravessavam com a intenção de conseguir um relacionamento amoroso. A tradição foi trazida ao Brasil pelos portugueses e se manteve até hoje através das gerações.
Com o processo de industrialização e a consequente mudança do campo para a cidade, os moradores levaram consigo o espírito da festa. O novo palco para a travessia da fogueira é até hoje o Largo da Praça da Igreja Matriz de São João Batista, no centro de Bocaina. Durante vários anos a fogueira era montada ao lado do Nosso Clube, mas depois foi novamente levada para o pátio em frente à igreja.
Segundo o livro “Uma cidade e um pouco de sua história”, além das barracas de doces, salgados, bar da festa e parque de diversões, outra tradição mantida foi a apresentação da centenária Banda Carlos Gomes, que surgiu antes do município ser fundado. Com seus dobrados e valsas, os músicos encantam a população e os visitantes.
Foto: Paulo H. Pederro
A fogueira e a fé cristã
A fogueira que os fiéis atravessam está essencialmente relacionada com São João Batista. Nas passagens da Bíblia, conta-se que, antes mesmo do nascimento do profeta, uma enorme fogueira foi feita por Maria Izabel, sua mãe, para simbolizar a vinda de seu filho.
Do alto de um planalto, essa luz marcava o surgimento do mensageiro de Jesus Cristo que seria João Batista. O Messias foi batizado por ele nas águas do Rio Jordão, iniciando assim o ato do batismo que conhecemos hoje.
João era contra os princípios éticos vigentes da época, assim como seria Jesus em suas peregrinações por diversas cidades e nos encontros com fariseus e Doutores da Lei. A morte do santo padroeiro de Bocaina anuncia a morte de Jesus no ato bíblico sobre a filha de Herodíades, que pede para Herodes, governador da Galileia na época, a cabeça do profeta.
A bocainense Odete Aparecida Domingos Sanches Rossi revela que, quando Herodíades viu a cabeça de João Batista numa bandeja, mandou jogá-la em uma fogueira. No entanto, esta ficava cada vez mais bela com o passar dos dias.
Simpatias e orações passadas de pai para filho
A cultura da Festa de São João está tão enraizada no cotidiano dos bocainenses que o número e o significado das simpatias e orações ao santo não poderiam ser dos mais interessantes. A bocainense Edinete Aparecida Stefanuto Severino nos conta várias delas.
“Passava
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