Fisiologia circulatória
Seminário: Fisiologia circulatória. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: carol111 • 5/11/2013 • Seminário • 9.321 Palavras (38 Páginas) • 297 Visualizações
II - Fisiologia Circulatória
1 – Pressão, Resistência e Fluxo
Os movimentos de contração ou sístole do coração impulsionam o sangue venoso do ventrículo direito aos pulmões, num circuito conhecido como pequena circulação ou circulação pulmonar e também ejetam sangue do ventrículo esquerdo à artéria aorta a partir da qual o sangue é distribuído a todo o organismo através da grande circulação ou circulação sistêmica.
Os movimentos de relaxamento ou diástole cardíaca proporcionam o aumento de volume do coração enquanto este se enche de sangue. Considera-se a pressão sistólica normal no valor de 120 mmHg e a diastólica no valor de 80 mmHg. A hipertensão é caracterizada por um valor sistólico igual ou superi-or a 140 mmHg e uma pressão diastólica igual ou superior a 90 mmHg.
As diferenças de pressão sanguínea fazem o sangue deslocar-se das regiões de alta pressão para as de baixa pressão. A circulação pulmonar ocorre a partir das artérias pulmonares direita e esquerda, resultantes do tronco pulmonar, que levam o sangue venoso do ventrículo direito aos pulmões.
Nos pulmões, as artérias se ramificam até formar uma rede de capila-res onde ocorre a hematose ou substituição de gás carbônico por oxigênio no sangue. O sangue oxigenado retorna ao coração pelas veias pulmonares desembocando no átrio esquerdo. Do átrio esquerdo, o sangue passa para o ventrículo esquerdo e é ejetado pela aorta para a circulação sistêmica.
A aorta inicia uma série de ramificações que formam as grandes artérias, as artérias de médio e pequeno calibre, as arteríolas e os capilares. Do coração aos capilares o sangue vai perdendo pressão ao se deparar com os diversos fatores que determinam a resistência vascular.
Entre os principais fatores que determinam a resistência vascular estão a diminuição do calibre dos vasos e as alterações de trajeto, além das ramificações que aumentam a área a ser percorrida pelo sangue. Nos capila-res, o sangue realiza as trocas de substâncias com os tecidos necessárias à manutenção da homeostasia interna do organismo.
O fluxo sanguíneo para os tecidos são controlados de acordo com as necessidades dos tecidos. A quantidade de sangue bombeada pelo coraçào num determinado período de tempo constitui o débito cardíaco. O débito cardíaco é controlado pela totalidade de fluxos locais dos tecidos. Num indívíduo adulto normal o débito cardíaco oscila em torno de 5 litros por minuto.
2 – Artérias, Veias e Capilares
As artérias possuem características que variam de acordo com a sua localização e função. Devido à ritmicidade das contrações cardíacas, as artérias apresentam pulsações que vão diminuindo devido à resistência vascular e chegam quase a zero no momento em que o sangue passa pelos capilares e pelos tecidos.
A complacência ou distensibilidade arterial permite o fluxo contínuo do sangue pelos tecidos, evitando que este ocorra apenas durante a sístole. As pressões são auscultadas utilizando-se um estetoscópio e um manguito que se enche de ar. No momento em que o manguito fecha a artéria em sua quase totalidade são escutados ruídos a cada sístole.
Estes ruídos são conhecidos como sons de Korotkoff e são causados pela passagem do sangue pelo vaso parcialmente fechado. O envelhecimento das paredes das artérias, causando endurecimento, espessamento e perda de elasticidade caracteriza um grupo de distúrbios conhecidos como arterioscleroses. As veias possuem a função de trazer o sangue de volta ao coração depois de ter passado pelos tecidos.
A união de todas as veias termina por formar as veias cavas superior e inferior que desembocam no átrio direito do coração. Assim, denomina-se pressão venosa central à pressão no átrio direito do coração. A pressão normal no átrio direito possui valor próximo de zero, podendo ser alterada em casos de insuficiência cardíaca. A pressão elevada do átrio direito provoca acúmulo de sangue nas veias e, consequentemente, há a formaçào de edema nos tecidos do corpo devido à dificuldade do líquido intersticial retornar às veias.
As veias dos membros inferiores possuem válvulas que impedem a descida do sangue, dividindo a coluna de sangue e, consequentemente, diminuindo a pressão causada pela gravidade facilitando assim o retorno venoso. A deficiência destas válvulas e a hipertensão intraluminal podem tornar as veias varicosas. As veias varicosas caracterizam-se por apresentam forma sinuosa e dilatada.
A microcirculação ocorre nos capilares e é através dela que os nutrientes e o oxigênio são levados aos tecidos e são removidas as excretas do metabolismo celular. O fluxo sanguíneo é controlado em cada tecido pelas necessidades que o tecido apresenta num determinado momento. Os capilares localizam-se entre uma arteríola e uma vênula. A transição entre as arteríolas e os capilares apresenta músculo liso que forma o esfíncter pré-capilar, o qual pode abrir e fechar a entrada do capilar.
A demanda por oxigênio provoca a abertura ou o fechamento dos capilares, controlando o período de tempo em que o fluxo passa pelo capilar.
4 - Controle Local e Humoral do Fluxo Sanguíneo
O controle do fluxo sanguíneo é realizado de três maneiras diferen-tes: em razão das necessidades locais dos tecidos, através do sistema ner-voso e por mecanismos humorais. O controle local está diretamente relacionado com o metabolismo dos tecidos. Assim, os músculos em repouso são pouco irrigados enquanto os rins, o encéfalo e, em particular, a glândula pineal são extremamente vascularizados em função das necessidades metabólicas e funcionais destes órgãos e tecidos.
O mecanismo de regulação do fluxo sanguíneo local é explicado por duas teorias básicas, a teoria da demanda de oxigênio e a teoria da vasodilatação. A teoria da demanda de oxigênio explica o aumento do fluxo sanguíneo em consequência da pouca disponibilidade de oxigênio. A teoria da vasodilatação explica a produção de substâncias vasodilatadoras como a adenosina, o dióxido de carbono, o ácido lático e a histamina em consequência das necessidades metabólicas ou da disponibilidade de oxigênio.
A regulação neurológica do fluxo sanguíneo é descrita no ítem 5. A regulação humoral é feita a partir de substâncias como hormônios e íons lançados na corrente circulatória. Alguns agentes são vasoconstritores como a norepinefrina e a epinefrina, a angiotensina, a vasopressina e a endotelina.
...