Formas de Ode
Tese: Formas de Ode. Pesquise 861.000+ trabalhos acadêmicosPor: rodrigocarfig • 27/5/2014 • Tese • 820 Palavras (4 Páginas) • 308 Visualizações
Caminhos de Odú
Agenor Miranda da Rocha
Setenta anos se passaram desde que, em 1928, o jovem filho de santo Agenor Miranda da Rocha escreveu em um caderno, ao qual, mais tarde deu o nome de caminhos de Odú, os ensinamentos agora publicados em livro, os Odus do do jogo de búzios. Escreveu tais ensinamentos para que eles não fossem esquecidos, para preservar um tesouro que recebera de sua mãe de santo. Como eram muitos os irmãos e irmãs de santo e outras pessoas queridas que precisavam desse saber difícil de memorizar, Agenor, durante várias gerações, copiou e deixou copiar seu caderno do jogo de búzios.
O Professor Agenor, como é conhecido pelo povo de santo, nasceu em Luanda, Angola, filho de pais portugueses, em 8 de setembro de 1907. Quatro anos depois, sua família mudou´se para Salvador, Bahia, onde, no dia 12 de setembro de 1912, aos cinco aos de idade, por motivos de saúde, em uma casa da Ladeira da Praça, foi iniciado no candomblé por Mãe Aninha, Ana Eugênia dos Santos, Oba Tossi, da Casa Branca do Engenho Velho, e Tio Joaquim (Joaquim Vieira da Silva), e fundadora dos terreiros Axé Opô Afonjá de Salvador e Rio de Janeiro. Completou sua obrigação na lei de santo iniciando-se para Eua, seu segundo orixá, com Cipriano Abedé, no Rio de Janeiro, levado por sua mãe de santo que viria a ser ialorixá da mulher de Abedé.
Quando jovem, professor,Agenor mudou-se para o Rio de Janeiro para estudar Medicina, vindo a se formar em letras, tendo se tornado professor do Colégio PedroII, onde lecionou por quarenta e seis anos. Por sua mãe Aninha era chamado Odoguiã; pelo povo de santo foi chamado sempre professor Agenor. Os mais íntimos chamam-no de Santinho.
Fiho de Oxalá, sempre ligado ao Axé Opô Afonjá, Agenor tem sido o responsável pela consulta oracular que regula a sucessão naquele terreiro, assim como na Casa Branca do Engenho, além de ocupar também cargo importante no terreiro do Gantois. Até hoje, Professor Agenor comparece à festa de Oxossi celebrada de nação Ketu. Professor tem sido o oluô responsável pelos jogos de búzios que definem a sucessão na Casa Branca do Engenho Velho, desde a sucessão de Mãe Massi, Maximiana Maria da Conceição, Oinfunké, em 1962, assim como a sucessão de no Axé Apo Afonjá, desde a sucessão de Mãe Bada Olunfandeí por Mãe Senhora em 1941. No Axé Opô Afonjá, seu jogo conduziu ao trono as ialorixás Mãe Senhora, Mãe Ondina e a atual Mãe Stella Ode Kalodé, na casa Branca do Engengo Velho, Mãe Okê e a atual ialorixá Mãe Tatá.
Seus jogos de sucessão têm sido eventos memoráveis, que o povo de santo não se cansa de lembrar.
Em quase um século de cida, Professor Agenor conviveu com as mais importantes personalidads do candomblé, como Pai Cipriano Abedé (falecido em 1933), que o iniciou para Eua, em 12 de setembro de 1928, e com quem aprendeu os segredos das folhas, tornando-se Olossaim, como o babalaô Martiniano Eliseu do Bonfim (1859-1943), considerado o último babalaô do Brasil, com quem Agenor aperfeiçoou-se no oráculo de Ifá, assim como Felizberto Sowzer, Benzinho, e também Mãe Menininha do Gantois Escolástica Maria de Nazaré (1894-1986), de quem foi amigo pessoal e oluô. Mas foi com sua própria mãe de santo que aprendeu o jogo de búzios, cujo corpo oracular, constituído dos Odus,
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