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Formação Social Economica E Politica Do Nordeste':e Suas Consequencias Atuais

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Por:   •  19/3/2013  •  2.187 Palavras (9 Páginas)  •  2.745 Visualizações

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FORMAÇÃO ECONÔMICA, SOCIAL E POLÍTICA DO NORDESTE: SEUS ASPECTOS E CONSEQUÊNCIAS ATUAIS1.

RESUMO

Este trabalho aborda sobre o processo de formação da região Nordeste do Brasil desde o período colonial, as motivações que influenciaram a colonização e posterior consolidação do domínio português; não está incluso todo o processo histórico, mas procura estabelecer as relações ocorridas do início à atualidade, propondo neste percurso um entendimento de sua formação social, uma visão interpretativa do Nordeste antes e depois da divisão territorial no país, que perpassa também o plano político e econômico do mesmo, com suas oligarquias e privilégios, que se constitui como fator importante na construção histórico-social do nordestino, onde o mesmo se caracteriza como elemento representativo da identidade nacional, influenciado pelo regionalismo e intelectuais do Norte/Sul do país, no início do século XX e por autores que buscaram representar a identidade brasileira, destacando a relevância do sertanejo para o desenvolvimento do Brasil. Utilizando-se de leituras a partir de livros e materiais virtuais para melhor compreensão do tema proposto.

Palavras-chave: Formação- social. Regionalismo. Estereótipo. Identidade.

INTRODUÇÃO

O presente artigo busca traçar os aspectos principais da formação do Nordeste fazendo resgate histórico da contextualização desse processo. Será abordada a questão da formação social, política e econômica e suas expressões na atualidade, objetivando o entendimento de tais acontecimentos os quais resultaram na configuração atual do país.

Para se aprofundar no conhecimento sobre a região Nordeste é necessária uma releitura da história no período colonial, em que a divisão territorial, fundamentalmente era feita mediante as capitanias hereditárias, que depois se chamaram capitanias sendo divisões administrativas comandadas por nomeados da Coroa Portuguesa que concediam as sesmarias para a colonização, onde os moradores da colônia de origem europeia se configuravam como elementos de ocupação territorial e explorativo que visava os interessem de Portugal, com início na economia açucareira, tendo na agricultura o centro da economia em que se consolidou a ocupação e exploração do território brasileiro.

A formação da região nordeste está diretamente ligada à história da colonização do Brasil. De início deve ressaltar-se a não delimitação regional do Brasil, o que só acontecerá a partir de um determinado momento na formação histórica brasileira, não existindo, portanto nesse período a ideia de uma região como geograficamente é dividida hoje. Essa ocupação deu-se, portanto a partir de interesses mercantis de Portugal em incrementar o comércio europeu com produtos tropicais. De início deu-se a exploração do pau-brasil, uma madeira abundante na região e muito valorizada no mercado europeu. Anos depois houve certa decadência no ciclo do pau-brasil,tornando necessário, portanto uma ocupação mais efetiva da região para desenvolvimento de outras atividades. Desenvolvia-se então a plantação da cana-de açúcar, a qual fez necessária a destruição quase total da anterior cobertura vegetal, a chamada Mata Atlântica. Essa atividade teve como base a exploração intensiva da terra com um regime monocultor, em conjunto com a implantação dos engenhos. Sobre isso, Prado Júnior (1976) destaca:

“Além disso, e, sobretudo por isso, há um fator material que determina este tipo de propriedade fundiária.A cultura da cana somente se prestava, economicamente, a grandes plantações. [...] a plantação, a colheita e o transporte do produto até os engenhos onde se preparava o açúcar, só se tornava rendoso quando realizado em grandes volumes. Nestas condições, o pequeno produtor não podia subsistir” (PRADO JÚNIOR, 1976, p. 33).

Além disso, era empregado um grande contingente de mão de obra escrava por tratar-se de baixos custos para os colonizadores.Associada a essa atividade açucareira desenvolveu-se uma economia pastoril como fornecedora de carnes, couros e bois de serviço. A princípio esse gado era criado próximo aos canaviais, no entanto passou a prejudicar a plantação surgindo então à necessidade de afastá-los. Segue-se então o processo de interiorização, onde o gado era conduzido por alguns vaqueiros que cuidavam do rebanho percorrendo sempre um percurso junto aos riachos, pois se tratava de uma região de irregularidades pluviométricas. Eram nessas regiões onde o animal era criado ocupando áreas do interior onde não havia lavouras de cana, como na região do semiárido nordestino surgindo os primeiros núcleos de povoamento no interior, como também estradas e caminhos, havendo uma melhor comunicação entre os núcleos. Esses vaqueiros eram trabalhadores livres os quais recebiam como pagamento gêneros de manutenção como sal e também crias do rebanho.

Em contraste com a vida nos engenhos essa atividade se tornava atrativa para esses vaqueiros, pois, viam nessa atividade a expectativa de constituir seu próprio rebanho. No curso desse movimento todo sertão foi sendo ocupado formando vilas e cidades, crescia o rebanho e junto com ele também crescia a população de vaqueiros.

Sendo assim compreende-se que o mercado europeu de produtos tropicais constituiu-se um fator preponderante para a formação do nordeste brasileiro, seja por constituição de setores exportadores ou por meio de seus rebatimentos. “[...] verifica-se aí, mais uma vez, o papel que representa na economia brasileira a função exportadora: é ele o fator único determinante de qualquer atividade econômica de vulto”.(PRADO JUNIOR, 1976 p.81)

Nas primeiras décadas do século XX essa formação ocorreu influenciada pelas circunstâncias históricas e econômicas do país, dentre estas se destaca a decadência da economia agrária nordestina, principalmente a açucareira.Com a Independência do Brasil ocorreu à ruptura do Antigo Sistema Colonial, onde a elite açucareira nordestina tem um declínio diante de novas estruturas econômicas no plano nacional e internacional com relativa baixa do preço do açúcar; em contrapartida, o café passa a ser nova fonte de relações de poder econômico e político ao longo do século XIX, indiferentes ao domínio e posterior declínio da economia açucareira no Nordeste, contribuindo para o distanciamento regional favorável ao Sudeste.

Do século XIX ao XX o Brasil enfrenta várias transformações sociais, econômicas, políticas; ocorre a industrialização e a imigração para o Sudeste dos grandes contingentes

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