Fundamentos De Metodologia Cientifica

O conhecimento científico

O homem tem que interpretar a si e ao mundo em que vive, criando intelectualmente representações significativas da realidade. Duas formas que mais interferem nas decisões da vida diária do homem são o conhecimento do senso comum e o científico.

1.1 Conhecimentos do Senso Comum

É a forma mais usual que o homem utiliza para interpretar a si mesmo.

1.1.1 Conhecimento do Senso Comum

Esse conhecimento é percebido através da percepção sensorial. É a necessidade de resolver os problemas diários, à medida que a vida vai acontecendo ele se desenvolve, seguindo ordem natural dos acontecimentos e elaborada de forma espontânea e instintiva.

1.1.2 Caráter Utilitarista

Superficialmente convencional permanece esse conhecimento sem aprofundamento crítico e racionalista. O senso comum quando busca informações e elabora soluções para seus problemas imediatos específicos as razões ou fundamentos teóricos que demonstram ou justifica seu uso.

1.1.3 Subjetividade e baixo poder de crítica

Os aspectos da realidade ou dos fatos que não se enquadram dentro desse enfoque de interesse utilitário geralmente são excluídas ocasionando visão fragmentada e distorcida da realidade.

O conhecimento do senso comum se torna subjetivo e inseguro e a capacidade de se submeter a uma crítica sistemática e isenta de interpretações sustentadas apenas nas crenças pessoais.

1.1.4 Linguagem vaga e baixo poder de crítica

A linguagem que utiliza o senso comum contém termos e conceitos vagos, que não delimitam a classe das coisas ideias e eventos designados e não designados para eles excluído na sua significação.

A avaliação experimental torna quase impossível, o poder de revisão é de crítica objetiva do senso comum é muito fraco contribuindo para elevar a sua dependência das crenças e comunicações pessoais restringindo-o a uma subjetividade significativa.

1.1.5 Desconhecimento dos limites de validade

O conhecimento do senso comum é útil, eficaz e correto quando as informações acumuladas pela tradição aplicam-se ao mesmo tipo de fatos que se repetem e se transforma em rotina. As técnicas e as informações são utilizadas desconhecendo as razões que justifica sua correta aplicação ou aceitação. O conhecimento do senso comum possui grandes limitações. Essa pluralidade é fruto do viés utilitarista e imediatista voltado para assuntos e fatos com interesse prático voltado as convicções subjetivas com um baixo poder de crítica por isso com tendência a ser dogmático.

1.2 CONHECIMENTOS CIENTÍFICOS

1.2.1 Busca de princípios explicativos e visão unitária da realidade

O homem não assume uma posição meramente passiva surgindo o conhecimento científico a necessidade de compreender a cadeia de relações que se esconde por trás das aparências sensíveis dos objetos fatos ou fenômenos captados pela percepção sensorial e analisado de forma superficial, subjetiva e a crítica pelo senso comum. Através desses princípios, a realidade passa a ser percebida pelos olhos da ciência não de forma esfacelada, fragmentada e desordenada.

1.2.2 Dúvida, investigação e conhecimento

O conhecimento científico é um produto resultante da investigação científica, surge não só a necessidade de encontrar soluções para o problema de ordem prática na vida diária, característica do senso comum mas do desejo de fornecer explicações sistemáticas que possam ser testadas e comentadas.

A investigação científica se inicia quando se descobre que os conhecimentos existentes, originários querem das crenças do senso comum, das religiões ou da mitologia quer das teorias filosóficas ou científicas. No plano horizontal, dos juízos a priori, cria encadeamentos de enunciados que tendem a ser coerentes entre si dentro de um processo lógico e racional.

1.2.3 Ideal da racionalidade e a verdade sintática

O ideal da racionalidade está em atingir uma sistematização coerente do conhecimento presente em todas as suas leis e teorias.

Essa verificação da coerência lógica entre os enunciados confrontando uns com os outros deve apresentar elevado nível de consistência lógica entre suas afirmações.

Essa verificação da coerência lógica entre os enunciados ou entre teorias e leis é um dos mecanismos que fornece um dos padrões de aceitação ou rejeição de uma teoria pela comunidade científica. Os enunciados devem estar livres de ambiguidades e de contradição lógica.

1.2.4 Ideal da objetividade e a verdade semântica

O ideal da objetividade, por sua vez, pretende que as teorias científicas como modelos teóricos representativos da realidade sejam as construções conceituais que representem com fidelidade o mundo real.

A objetividade do conhecimento científico se fundamenta em dois fatores interdependentes entre si.

1.2.5 A verdade pragmática

A ciência exige o confronto da teoria com os dados empíricos, exige a verdade semântica como um dos mecanismos utilizados para justificar a aceitabilidade de uma teoria. Apesar de a ciência trabalhar com dados, provas fatuais ela não fica isenta de erros de interpretação dessas provas. Para minimizar os possíveis erros decorrentes de uma expectativa que orienta a sua visão. Essa preocupação da ciência é constatada através de dois aspectos: o uso de enunciados com elevado poder de discriminação de testagem e o uso de métodos de investigação o máximo confiáveis.

1.2.6 Linguagem especifica e poder de crítica

A linguagem do conhecimento científico utiliza enunciada e conceitos com significados bem específicos e determinados. O significado dos conceitos é definido á luz das teorias que servem de marco teórico da investigação proporcionando desta forma um sentido unívoco, consensual e universal. Como consequência, pode-se constatar que a ciência desenvolve testes mais rigorosos do que os do senso comum para aceitar uma teoria.

1.2.7 Historicidade dos critérios de cientificidade

Essa natureza é decorrente da forma como é produzido