Fundamentos E Metodologia Da Matemática
Trabalho Universitário: Fundamentos E Metodologia Da Matemática. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: monikeborges • 14/3/2015 • 3.076 Palavras (13 Páginas) • 222 Visualizações
ETAPA 01
O desafio de ensinar e de aprender nos dias atuais tem sido motivo de discussão em diversos fóruns. Professores, especialistas, pais e alunos evidenciam a inadequação do modelo escolar vigente em descompasso com as novas demandas do contexto social plural e complexo.
A sociedade contemporânea está marcada pela corrida pelo tempo, pela mobilidade para deslocar-se e pela busca de meios para construir novas rotinas ajustadas ao estilo de vida, pressiona para à flexibilidade das instituições e para a reorganização de seus propósitos e funcionamento. Esta é a sociedade de informação em que circulam idéias oriundas de diversos padrões culturais. Buscar, filtrar e transformar informação em conhecimento traz angústia e estresse aos sujeitos sociais que convivem com processos de mudança também na organização familiar. As configurações familiares apresentam-se como diversas, dinâmicas e complexas nas relações entre seus membros. Crianças, jovens e adultos expressam seus sentimentos, impressões e atitudes de forma múltipla, singular, pouco convencional.
É nesse novo cenário de tempos difíceis, de mudança, de pluralidade, de confrontos e de diálogo, de novas subjetividades que situamos a escola e discutimos sua organização, as propostas curriculares e enfoque sociais, visando dar sentido à formação de novos sujeitos sociais e de construção de uma sociedade mais justa e democrática.
Candau (2000) considera os desafios da escola, chamada a se reinventar, redefinindo seu papel em relação ao conhecimento como lócus do conhecimento reflexivo e plural; à articulação entre igualdade e diferença representativa de contribuições de diferentes grupos sociais, gêneros e etnias; e à cidadania. A mesma autora destaca o papel da formação para a cidadania como uma prática social cotidiana, que perpassa os diferentes âmbitos da vida, articula o cotidiano, o conjuntural e o estrutural, assim como o local e o global, numa perspectiva de ampliação de horizontes. Esta concepção de educação, onde se procura desenvolver uma pedagogia crítica e libertadora, não é algo novo. Uma referência iniludível é o pensamento de Paulo Freire. O que inaugura esta prática pedagógica como inovadora, é o fato de aceitarmos o desafio da “desinstalação, de desfazer certezas, conviver com o provisório, re-significar determinadas opções, aceitar os riscos inerentes a toda mudança”. Uma vez que o currículo, concebido como “fio condutor do trabalho que será desenvolvido, de forma flexível, não linear, a partir de questões levantadas pelos alunos e/ou pelas condições contextuais que emergirem das situações do cotidiano”. A proposta curricular acima mencionada percorre um caminho próprio que “articula a educação com outros processos sociais de relação teoria-prática, construção de processos de formação de sujeitos autônomos, competentes e solidários, atuantes no plano individual e coletivo e utilizando metodologias ativas, participativas, personalizadoras e multidimensionais, articuladoras às dimensões afetiva, lúdica, cultural, social, econômica, política da educação” (Candau, 2000). O papel do professor nessa perspectiva, é concebido por Freire (2004) como um pesquisador que não dissocia pesquisa de ensino e a incorpora numa relação recíproca na relação professor-aluno. Nesse sentido, o referido autor esclarece: “pesquiso para constatar, constatando, intervenho, intervindo educo e me educo”.
Esse processo de desconstrução e reconstrução da prática educativa está proposto e desenvolvido na formação em serviço, inspirado na pesquisa-ação de Carr y Kemmis (1983) que “consiste em uma espiral auto-reflexiva de buscas: de planejar, atuar, observar e refletir, e logo replanificar com base na solução de problemas educativos, integrando a prática docente e a investigação e aplicando resultados na prática educativa”. A prática docente e a utilização dos recursos tecnológicos, conforme a análise feita requer que os docentes estejam preparados com saberes específicos a profissão em virtude da necessidade de aplicarem esses saberes em sua prática diária para o bom desenvolvimento de seu fazer pedagógico. Portanto, o trabalho desenvolvido pelo professor em sala de aula requer habilidades e conhecimentos específicos para que, o docente tenha condições de desenvolver uma prática adequada às exigências apresentadas no decorrer do exercício de suas funções, para isso, faz-se necessário, compreende-se que a formação do docente deve fundamentar-se na construção da atitude reflexiva, abrindo assim o caminho ao docente a análise e revisão da prática pedagógica e de construção de esquemas teóricos e práticos a serem aplicadas em sua sala de aula.
Passo 02:
O presente trabalho teve como principal objetivo conhecer a prática pedagógica dos professores constatando se a prática crítico-reflexivo, é uma idealização ou uma realidade. A realização deste trabalho foi impulsionada pelo interesse em compreender como ocorre a prática pedagógica destes professores, bem como conhecer os norteadores de uma prática crítico-reflexivo. Para fundamentação e suporte teórico. Ao longo de muitos anos o professor foi visto como um difusor de idéias incontestadas, como um profissional passivo, que apenas deveria repassar conhecimentos aos seus alunos, sem preocupar-se com a prática desenvolvida, nem com a contribuição da mesma para o avanço ou retrocesso da aprendizagem dos discentes.
Ressalta-se, porém, que concepções como estas vêm sendo cada vez mais contestadas e reelaboradas por pesquisadores e pelos próprios educadores, que percebem cada vez mais, a dificuldade enfrentada em sala de aula bem como a possibilidade de melhoria da mesma, sobretudo através da reflexão e do conhecimento voltado para a sua prática, que possibilitaria um novo olhar e despertaria novas perspectivas para a melhoria do seu trabalho como profissional da educação.
[...] é possível através da observação e da reflexão sobre nossas ações, fazermos uma descrição do saber tácito que está implícito nelas. Nossas descrições serão de diferentes tipos, dependendo de nossos propósitos e das linguagens disponíveis para essas descrições. Podemos fazer referência, por exemplo, às seqüências de operações e procedimentos que executamos; aos indícios que observamos e às regras que seguimos; ou os valores, às estratégias e aos pressupostos que formam nossas "teorias da ação". (SCHÖN, 2000, p. 31)
Assim, a concepção voltada para a reflexão sobre a prática e na prática, promove uma série de mudanças no perfil do profissional da educação inserido em sala de aula que poderia através
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