GEÍMENO PESSOAL DO PRESIDENCIALISMO X PARLAMENTARIANO
Tese: GEÍMENO PESSOAL DO PRESIDENCIALISMO X PARLAMENTARIANO. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: KARINE.SOUZAALF • 17/9/2014 • Tese • 727 Palavras (3 Páginas) • 182 Visualizações
HEGEMONIA PERSONALISTA DO PRESIDENCIALISMO X PARLAMENTARISMO
E qual é o problema desse presidencialismo de coalizão?
José Afonso da Silva — O sistema partidário do Brasil é muito fragmentado e indisciplinado. Na maior parte das vezes, o presidente tem que fazer negociações individuais e muitas concessões, que levam à corrupção. No Brasil, ou na América Latina em geral, tem que se fazer coalizão porque o partido do presidente nunca é capaz de fazer a maioria e as negociações muitas vezes não são institucionais.
1. Presidencialismo e as críticas de Juan J. Linz
Em 1985, Juan J. Linz escreveu o ensaio denominado “Presidential or
Parliamentary Democracy: Does It Make a Difference?” (LINZ, 1985),
no qual argumentou que os regimes presidenciais eram menos propensos
do que os regimes parlamentares a sustentar democracias estáveis.
Em verdade, muitos poderes foram centralizados no Chefe do Executivo, sendo ele, ao
mesmo tempo, Chefe de Estado e Chefe de Governo. No sistema americano, o presidente é
auxiliado por mais de treze departamentos (ou ministérios) e comanda uma imensa
burocracia de cargos, comissões etc. É também, o Chefe das Forças Armadas, embora, na
prática, delegue sua autoridade ao Estado Maior (representando a supremacia civil sobre o
exército), acumulando, ainda, o cargo de Diplomata Chefe, dispondo de todas as vantagens
de informações, do controle de negociações e do poder de fazer ou não tratados. Saliente-se
que, muitas vezes, o Congresso sequer tem conhecimento de tais tratados que são
celebrados como acordos executivos informais. O Presidente dispõe de vários meios de
angariar a cooperação do Congresso, seja através do controle de verbas federais,
nomeações, controle de informações e, até, sonegação de informações, sob o argumento do
chamado privilégio executivo, posição aliás, apoiada pela Suprema Corte, como informa
Terrie Groth (Groth, 1993:41-47).
Como se pode verificar, não é sem razão que se diz que o presidencialismo é um sistema
despótico, onde o chefe do executivo é sempre um ditador em potencial.
As coisas ficam complicadas quando o presidente tem uma visão mais ampla que a de seus aliados. Ele nota que o fim da guerra leva necessariamente ao fim do seu projeto político principal, o de acabar com a escravatura no país. Ele entende que as Proclamação da Emancipação dos escravos, assinada em 1863, só é levada a sério pelos estados confederados por causa da guerra. Ao assinar-se o tratado para a paz, os estados oposicionistas ao abolicionismo poderiam voltar a explorar a escravatura, pois ele não possui nenhum mecanismo jurídico para forçá-los a aceitar a
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