GUIA DO ALUNO
Monografias: GUIA DO ALUNO. Pesquise 861.000+ trabalhos acadêmicosPor: jholhenrique • 28/4/2014 • 4.345 Palavras (18 Páginas) • 297 Visualizações
EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA.
AMBIENTE VIRTUAL: CONSTRUINDO SIGNIFICADOS
Ira Maria Maciel*
Abstract
The present article aims at pointing out the pedagogic aspects of developing virtual learning environments. It also maps out a number of tasks and issues for the implementation of such environments, focusing on their characteristics, diferent possibilities and limits. In addition, it defends the need for attributing a new meaning to educational paradigms and the building of a “ knowledge web “ that may outline the sketches of a new social scenario.
Key-words: Distance learning education;Virtual learning environment; New paradigms.
1. TRILHAS E INQUIETAÇÕES
A minha busca individual e coletiva de conhecimento tem sido alimentada por uma série de inquietações. Entre elas, procuro respostas às seguintes questões: como produzir condições para a inclusão digital em países assolados pelas desigualdades/exclusões sociais? Como construir novos modos de aprender e conhecer sem transpor as “velhas fórmulas” para as novas Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC). Como produzir novas linguagens na comunicação e encarnar os novos paradigmas? Como desenvolver as TIC e EaD na construção de uma nova paisagem social?
Com a promulgação da Portaria do MEC nº 2.253/20011, que autoriza que 20% da carga horária das disciplinas presenciais sejam realizadas sob a forma de atividades não-presenciais, a discussão e o estudo da educação a distância vêm se mostrando uma necessidade urgente nas instituições educacionais de todo o Brasil. Torna-se necessário, assim, desenvolver ambientes educacionais para a oferta de disciplinas na modalidade de educação a distância que possam gerar pesquisas e inovação pedagógica.
No momento em que se defende a ampliação do ensino virtual como estratégia mais eficiente e apropriada para diminuir a exclusão social nas universidades do País e como mais um recurso para elevar a média de escolaridade dos brasileiros, bem como para estimular a inclusão digital é importante esboçar trilhas para o desenvolvimento de ambientes virtuais de aprendizagem e mapear os desafios epistemológicos desse percurso.
O presente artigo tem como objetivo destacar aspectos pedagógicos para o desenvolvimento de ambientes virtuais de aprendizagem. Ao mesmo tempo, procura mapear um conjunto de tarefas e questões para a implementação desses ambientes, focalizando características, possibilidades, limites. Tem como horizonte a (re)significação de paradigmas educacionais e a construção de uma “teia de conhecimentos” que possa delinear esboços de uma nova paisagem social.
2. O AMBIENTE VIRTUAL: CONDIÇÕES E POSSIBILIDADES
Condição básica
Em primeiro lugar é importante registrar que faço parte dos profis¬sionais da educação que concebem a educação a distância apenas como uma modalidade de ensino, possível de ser realizada em alguns níveis dos sistemas educacionais. Nesse sentido, considero fundamental deixar visível, em qualquer projeto, a concepção de educação que está subjacente e que orienta as escolhas teórico-metodológicas adotadas. Esta posição implica considerar inexistente uma diferença essencial entre educação presencial e educação a distância. O que é indispensável para as duas modalidades é o reconhecimento do paradigma que dá suporte ao projeto político-pedagógico em questão. O diferencial está depositado na expectativa de que a implantação da educação a distância, apoiada nas novas tecnologias de informação e comunicação, possa contribuir para uma (re)significação do processo educativo, por seu potencial de vinculação a uma mudança de paradigma.
Como assinala Alonso (2000)2 o importante é perceber que o uso das tecnologias da comunicação não muda, em princípio, as questões inerentes a qualquer projeto educativo. Há sempre que responder: para quem? Para quê? E como? o projeto será desenvolvido. Precisa-se ter a consciência de que no momento em que se está desenvolvendo uma interação de qualquer natureza está implícito um paradigma que organiza e limita a nossa percepção e explica de um certo modo o sentido da nossa ação. Quando se desenvolve um ambiente de aprendizagem, faz-se uma opção teórico-metodológica que tem subjacente uma abordagem de desenvolvimento e de aprendizagem humana, uma visão de homem, de ciência, de trabalho, de mundo.
Consideradas a abrangência e a especificidade da construção de um ambiente de aprendizagem e as tarefas pedagógicas implicadas em um projeto desta natureza, fica muito clara a necessidade do suporte de diversos paradigmas, de um elenco de princípios, de um conjunto de categorias procedentes de diversas bases do conhecimento. Precisa-se, igualmente, de uma (re)discussão de valores, de vínculos sociais e de modos de convivência.
A concepção que tenho quando se quer (re)significar o processo educacional na modalidade de educação a distância em ambiente virtual, é de que este ambiente deve encarnar os subsídios teórico-práticos das abordagens crítico-reprodutivistas, construtivistas e sociointeracionistas, assim como atualizar as contribuições teóricas advindas da epistemologia da complexidade e do paradigma rizomático (ver explicação adiante). Esta opção está baseada na conexão existente entre estes paradigmas e as novas ferramentas disponíveis no ciberespaço.
Neste sentido, a proposta precisa refletir, entre outros princípios, aqueles defendidos por Edgar Morin (1998)3 em relação à epistemologia da complexidade. O autor propõe, dentre muitos aspectos, uma ruptura com a atitude da simplificação da realidade, ou seja, a adoção do “pensamento complexo” que busca apreender interações entre os diversos campos do conhecimento a partir de uma ótica da diversidade, da incorporação do acaso, da incerteza. Pensar em termos complexos contribui para que todos que interagem com o espaço cibernético possam dialogar com o ambiente polifônico e polissêmico das tecnologias hipertextuais e com a complexidade dos objetos de conhecimento.
Assumindo-se a proposta de Deleuze e Guattari (1976)4, tem-se como meta a subversão do “paradigma arbóreo”5 e adoção do “paradigma rizomático” que tem
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