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Ginastica Para Idosos

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Por:   •  30/11/2013  •  2.426 Palavras (10 Páginas)  •  478 Visualizações

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NÁSTICA GERAL NA ESCOLA: UMA PROPOSTA METODOLÓGICA

NARA REJANE CRUZ DE OLIVEIRA* LUIZ FERNANDO COSTA DE LOURDES **

RESUMO

Este trabalho tem por objetivo discutir a Ginástica como conteúdo da Educação Física escolar, por meio da Ginástica geral como proposta metodológica. Tal proposta tem como perspectiva a integração das diversas manifestações gímnicas e os outros componentes da cultura corporal, sendo sua principal característica a ausência da competição.

PALAVRAS-CHAVE: ginástica – ginástica geral – educação física escolar.

INTRODUÇÃO

Ginástica no contexto da Educação Física escolar foi historicamente construída a partir de determinados modelos, especialmente as escolas ginásticas da Europa. O caráter esportivizado também foi uma característica marcante. No decorrer dos anos, a formação profissional em Educação Física enfatizou tais modelos, e conseqüentemente, grande parte dos professores, no contexto da prática pedagógica escolar, ora apresentam a ginástica baseada nestes modelos ou optam pela sua ausência, perante a alegação de falta de equipamentos e/ou instalações adequadas, confundindo assim, as modalidades gímnicas competitivas (artística/olímpica, rítmica, dentre outras) com a ginástica em si, gerando desta forma, a elitização de tal prática (COLETIVO DE AUTORES, 1992).

Perante estas constatações, o objetivo deste trabalho é discutir uma possível forma de intervenção pedagógica através da Ginástica como conteúdo da Educação Física escolar.Acreditamos que esta possibilidade se concretize por meio da Ginástica Geral (GG), na medida em que esta tem como perspectiva a integração das diversas manifestações gímnicas e os outros componentes da cultura corporal, sendo sua principal característica a ausência da competição.

A GG pode proporcionar, além do divertimento e satisfação provocada pela própria atividade (na medida em que busca o resgate do núcleo primordial da ginástica – o divertimento), o desenvolvimento da criatividade, da ludicidade e da participação, a apreensão pelos alunos das inúmeras interpretações da ginástica, e a busca de novos significados e possibilidades de expressão gímnica (AYOUB, 2003). As atividades são oportunidades privilegiadas, porque são geradas criativa e espontaneamente, a partir da tomada de contato com o outro, da percepção e reflexão sobre as pessoas e a realidade na qual estão inseridas. Apresenta-se então dotada de um caráter de autonomia, liberdade, o que favorece também o convívio em novos grupos, fazendo com que o indivíduo alargue as fronteiras do seu mundo e intensifique assim suas comunicações. As vivências no campo da GG têm a função de sociabilização, além de solidariedade e identificação social. Assim, podemos considerá-la como elemento privilegiado no contexto educativo.

Portanto, se for entendida e assumida como fenômeno social e historicamente produzido pelo homem, constitui-se como bem cultural, que deve ser apropriado pela população. Desse prisma, buscamos o desenvolvimento de uma reflexão sobre o seu desenvolvimento no contexto da Educação Física escolar.

No que diz respeito à Educação Física escolar, nosso entendimento é de que a mesma constitui-se como prática pedagógica, que trata política e pedagogicamente dos temas da cultura corporal (jogo, dança, esporte, lutas, ginástica), visando apreender a expressão corporal como linguagem (COLETIVO DE AUTORES, 1992). Desta forma, pode contribuir para a formação de indivíduos críticos e criativos e intervir de forma significativa em sua realidade social.

A GINÁSTICA COMO PRÁTICA PRIVILEGIADA DE EDUCAÇÃO FÍSICA

O século XIX constitui-se um importante período para a compreensão das raízes da Ginástica moderna e da Educação Física. Entretanto, a Ginástica não é algo recente na sociedade. Segundo Rouyer (1977), sua denominação remonta aos agrupamentos desportivos gregos, como a arte de exercitar o corpo nu (em grego gymnos). Essa associação entre o exercício físico e a nudez, traz o sentido do despido, do simples, do livre, do limpo, do desprovido ou destituído de maldade, do imparcial, do neutro, do puro (AYOUB, 2003).

A partir do início do século XIX, a Ginástica passou a ser considerada científica, fruto das distintas formas de se pensar os exercícios físicos em países da Europa – Alemanha, Suécia, França e Inglaterra – surgindo assim os métodos/escolas de ginástica ou Movimento Ginástico Europeu. Nesta perspectiva, buscou-se imprimir um caráter de utilidade aos exercícios físicos, em que foram negadas as práticas populares de artistas de rua, de circo, acrobatas, funâmbulos, que a apresentavam como espetáculo, trazendo o corpo como centro de entretenimento (SOARES, 1994, 1998, 2001).

Como expressão da cultura, este movimento se constrói a partir das relações cotidianas, dos divertimentos e festas populares, dos espetáculos de rua, do circo, dos exercícios militares, bem como dos passatempos da aristocracia. Possui em seu interior princípios de ordem e de disciplina que podem ser potencializados. Para sua aceitação, porém, estes princípios de disciplina e ordem não são suficientes. Ao movimento ginástico é exigido o rompimento com seu núcleo primordial, cuja característica dominante se localiza no campo dos divertimentos (SOARES, 1998, p. 18).

Segundo Soares (1998), a Ginástica como prática científica é constitutiva da mentalidade burguesa, destacando-se pelo seu caráter ordenativo, disciplinador e metódico, além do discurso de aquisição e preservação da saúde. Ao longo do século XIX, foram inúmeras as tentativas de estender sua prática à grande massa trabalhadora urbana, que para os interesses do capital, tornava-se cada vez mais numerosa e potencialmente perigosa.

De acordo com esse autor, é na gradativa aceitação dos princípios de ordem e disciplina formulados pelo Movimento Ginástico Europeu, bem como do afastamento de seu núcleo primordial (o divertimento), que paulatinamente a Ginástica se afirma como parte da educação dos indivíduos, como prática capaz de potencializar a utilidade dos gestos e oferecer um espetáculo “controlado” e institucionalizado dos usos do corpo, em negação aos elementos cênicos, funambulescos, acrobáticos.

No Brasil, os métodos ginásticos influenciaram sobremaneira a constituição da Educação Física e estiveram presentes nos discursos

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