Gincana Ecológica Como Ferramenta De Participação Socioambiental

Sheila Dantas Serra1, Laiza Maria Dórea Reis2.

1. Bióloga, coordenadora do Setor de Educação Ambiental do Instituto Mamíferos Aquáticos. Av. Pinto de Aguiar, Rua dos Radioamadores, 73. Pituaçu. CEP. 41.741-080 Salvador, Bahia, e-mail: [e-mail].

2. Bióloga, técnica do Setor de Educação Ambiental do Instituto Mamíferos Aquáticos. Av. Pinto de Aguiar, Rua dos Radioamadores, 73. Pituaçu. CEP. 41.741-080 Salvador, Bahia, e-mail: [e-mail]

Introdução

Para Mergulhão & Trivelato (2005) [1] a curiosidade, a aventura e a diversão podem ser o ponto de partida para a aprendizagem. Segundo Kohl & Gainer, [2] colocar crianças e adolescentes em contato com novas experiências como a arte, natureza, eventos culturais ou jogos, estimula sua imaginação e originalidade levando-as a explorações e reflexões.

A partir dessas análises, o Instituto Mamíferos Aquáticos desde 2005 utiliza atividades lúdicas, envolvendo a educação, meio ambiente e as escolas municipais de Camaçari no estado da Bahia, tendo como objetivo a avaliação de sua eficácia na formação de cidadãos conscientes de seus direitos e deveres em relação ao meio ambiente.

Nesse contexto, um dos instrumentos adotados para melhores resultados destas atividades foi a gincana ecológica, pois aborda a construção coletiva, participativa e o aprendizado sobre os ecossistemas que o cercam. As gincanas envolvem o público infanto-juvenil e adulto na participação e interação com ações socioambientais (Mucciatto & Limont, 2003) [3].

A gincana é um passatempo que exige muita dedicação, tanto por parte das equipes participantes, quanto dos organizadores dessas competições. Uma gincana vai muito além da simples realização das tarefas, durante a competição. Pois, para que as mesmas sejam realizadas com sucesso, é necessária toda uma estrutura que vai sendo construída pelas equipes.

Material e Métodos

O método adotado integra o público de escolas municipais do município de Camaçari/Bahia a fim de levar informação sobre a cultura e natureza da região estimulando desde cedo como ser um cidadão, trabalhando o sentido da sociabilização e do meio ambiente. Anualmente, mobiliza-se de sete a nove escolas que selecionam 20 alunos com idade entre 10 - 14 anos do ensino fundamental I e II. Cada escola forma uma equipe que recebe o nome comum de um animal ou ecossistema local para compor a temática. Os alunos que não fazem parte da equipe auxiliam na elaboração das provas. A mobilização dos trabalhos apresentou-se em 3 fases distintas:

Fase I - Planejamento:

Consiste em estruturar da gincana, e ocorre três meses antes do evento, englobando: planejamento de custos, ações, cronograma e logística; elaboração e posterior confecção dos convites e autorizações dos responsáveis; anuncio às escolas das tarefas que devem ser preparadas previamente. As provas da gincana são elaboradas de forma a mobilizar a comunidade escolar a fim de trocar experiências relacionadas com o cotidiano de cada comunidade ali presente. Durante as provas são abordados temas que vão desde as ações antrópicas até a preservação do meio ambiente, incentivando a criatividade, o humor e a dedicação de cada equipe. Todas as tarefas referem-se às questões ambientais de acordo com os acontecimentos ecológicos e culturas locais e são solicitadas em forma de confecção de cartazes, peças teatrais, paródias, confecção de objetos e roupas com materiais recicláveis, histórias, desenhos e jogos.

Fase II - Treinamento:

Nessa fase é feito a seleção dos monitores que irão orientar os estudantes e professores, antes eles são submetidos a um treinamento um mês antes da realização da gincana para saber como lidar e como proceder durante as tarefas.

Fase III - Execução:

Corresponde a fase de realização das tarefas da gincana, assim como a avaliação do comportamento e desempenho das equipes assim selecionadas.

Resultados

A Millennium Inorganic Chemicals, A Cristal Company, 2º maior produtor mundial de Dióxido de Titânio, utilizando processos de cloreto e de sulfato, principal fabricante de produtos de Titânio ultrafino, sedia duas das suas nove fábricas, no Brasil, sendo uma delas localizadas no município de Camaçari/Bahia.

Como parte de seus programas de responsabilidade social, a fábrica promove há 8 anos consecutivos o evento Encontro de Meio Ambiente, produzido, até então, por uma agência promocional, fazendo da festa um mero evento de confraternização recreativa.

O Instituto Mamíferos Aquáticos como instituição participante do evento, vislumbrou a necessidade de utilizar esse momento como ferramenta de participação socioambiental, e, desde 2005 organiza todo o evento, onde durante esses anos já participaram 780 pessoas, entre alunos, professores e convidados.

Para auxiliar as equipes, todos os anos são capacitados dezoito monitores, acadêmicos e biologia, educação física e pedagogia. A função do monitor revela-se como importante coadjuvante nas ações desempenhadas.

Cada gincana tem uma peculiaridade, mas em geral, todas elas envolvem uma boa dose de emoção. Nesses 3 anos, a gincana ecológica já premiou 5 escolas que