Globalização E Organização
Ensaios: Globalização E Organização. Pesquise 861.000+ trabalhos acadêmicosPor: aldisousa • 5/10/2014 • 2.956 Palavras (12 Páginas) • 229 Visualizações
Globalização e Organização Prof. Amália Freitas
Texto para discussão do Empreendedorismo sob o enfoque da Globalização
EMPREENDEDORISMO E GLOBALIZAÇÃO
Pequenos Negócios e Empreendedorismo
Os pequenos negócios (micro e pequenas empresas - MPE) representam, segundo o IBGE, mais de 3,8 milhões de estabelecimentos, absorvendo 44% da mão-de-obra empregada e gerando cerca de 20% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro.
Responsáveis por 13,6 milhões de empregos, representando 99,3% dos estabelecimentos formais e, respondendo por 99,8% das firmas que nascem a cada ano, podemos afirmar que os pequenos negócios movem a economia brasileira.
Essa potencialidade ultrapassa as fronteiras do território nacional. Em 2001, 64% das firmas exportadoras eram MPE, representando US$ 7,6 bilhões de vendas para o mercado externo.
A crescente participação das MPE na economia e na sociedade brasileira é, em parte, explicada pela abertura comercial, iniciada em 1990, e pela globalização. Médias e grandes empresas, nacionais e estrangeiras, instaladas em território brasileiro, se depararam com um novo paradigma: a competição em padrões globais. A saída encontrada, em vários setores da economia, foi uma reestruturação produtiva com foco em seu core business, o que acarretou uma terceirização de todas as atividades consideradas não-essenciais.
A globalização da economia também afeta as MPE. As oscilações dos mercados, nacional e internacionais, criam oportunidades e ameaças a essas unidades de negócios capitaneadas por empreendedores que, por muitas vezes contam somente com seu "tino empresarial".
Uma empresa, independente de seu porte, é uma organização econômica destinada a produção ou venda de bens ou serviços, tendo como objetivo o lucro. Sua gestão deve ser profissional e, sua atuação no mercado deve ser balizada por estratégias que a orientem na manutenção e no desenvolvimento de seu negócio.
Na base da pirâmide empresarial (MPE formais) é onde se encontram as maiores dificuldades de gestão, como mostra o estudo realizado pelo Sebrae Nacional (1999), em 11 estados da federação. A infortunística empresarial (mortalidade) é influenciada pelos seguintes fatores: falta de crédito, desconhecimento do mercado, falta de conhecimentos gerenciais, concorrência, carga tributária elevada e situação econômica do país, entre outros.
A partir deste estudo, Sachs (2002) aponta que 32% dos empreendimentos encerram suas atividades antes de completar um ano de existência, 44% com menos de 2 anos, 56% com menos de 3 anos, 66% com menos de 4 anos e, 71% com menos de 5 anos.
O fomento a essas iniciativas, através de soluções empresariais que atuem nos principais gaps do setor, de ações estratégicas envolvendo o poder público, o setor produtivo como um todo e a sociedade civil organizada, possibilita a criação de circulo virtuoso que tem como haste basilar a geração de ocupação e renda sustentáveis, quimera perseguida por todos os policy makers.
Jeffrey Timmons, professor da Babson College afirma que o empreendedorismo é uma revolução silenciosa, que será para o século XXI mais do que a Revolução Industrial foi para o século XX.
Silenciosa ou não, a correlação entre empreendedorismo e pequenos negócios é altíssima. Uma das formas de diferenciar organizações é através da separação entre propriedade e gestão. Nas grandes empresas, os proprietários (acionistas) estão afastados das operações diárias, que ficam a cargo de administradores profissionais contratados para tal. Neste tipo de organização, os recentes estudos de gestão se preocupam como intrapreneurship (empreendedorismo interno).
Nos pequenos negócios, onde propriedade e gestão são exercidos pela mesma pessoa - o empreendedor - as características empreendedoras ou os fatores que compõe o empreendedorismo (entrepreneurship) são de vital importância para a permanência no mercado e futuro crescimento do negócio.
Partindo da premissa que o empreendedorismo seja mais do que criar um negócio, e de acordo com o Consortium for Entrepreneurship Education, entrepreneurship is the ability to create and build something from practically nothing. It is initiating, doing, achieving and building an enterprise or organization, rather than just watching, analyzing, or describing one. It is the knack for sensing an opportunity where others see chaos, contradiction and confusion. It is the ability to build a "founding team" to complement your own skills and talents. It is the know-how to find, marshal and control resources (often owned by others) and to make sure you don't run out of money when you need it most. Finally, it is the willingness to take calculated risks, both personal and financial, and then do everything possible to get the odds in your favor.
Ou seja, ao estudar as ferramentas de suporte a gestão dos pequenos negócios, não podemos fazê-lo sem levar em consideração, em um sentido lato e stricto, o empreendedorismo.
Dentre os "temas fundamentais para as micro e pequenas empresas", o acesso ao crédito se constitui na principal alavanca para o seu desenvolvimento. Capital de giro, investimento fixo ou, até mesmo capital para o início do negocio (start-up) são necessidades predominantes quando os empreendedores são chamados a opinar sobre suas dificuldades.
Com a estabilidade econômica, a partir de 1994, vários mecanismos foram aperfeiçoados e criados para atender a esta demanda reprimida e, dentre esses destacam-se as microfinanças, que são um conjunto de produtos e serviços destinados ao pequeno empreendedor e, principalmente, o microcrédito que é um crédito de pequeno valor, concedido através de uma metodologia específica, com finalidade produtiva aos pequenos empreendedores, formais e informais (Barone, 2002).
Existe uma lacuna hoje, no Brasil, de informações sistematizadas sobre a gestão dos pequenos negócios. Temas como empreendedorismo, liderança, recursos humanos, marketing, produção, finanças e microfinanças são abundantes na literatura internacional e, em sua grande maioria não podem ser utilizados diretamente em nossas organizações, devido as diferenças político-econômicas, sociais e culturais.
Devemos, com esperança e espírito renovado, neste século que se inicia, corrigir a antiga falha estrutural que assola nossos pequenos negócios, tornando-os mais eficientes em
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