Harmonia Prosa Realista e Prosa Naturalista
Por: amiltonga • 28/9/2021 • Pesquisas Acadêmicas • 1.074 Palavras (5 Páginas) • 129 Visualizações
ESCOLA ESTADUAL MADRE IVA BEZERRA DE ARAÚJO
PROF: AMANDA LIRA
Prosa Realista e Prosa Naturalista
Prosa Naturalista
A prosa naturalista é o estilo que explora a narrativa lenta, impessoal, rebuscada em detalhes e a tomada da postura analítica e científica.
O autor Aluísio de Azevedo (1857-1913) é a principal referência da prosa naturalista no Brasil, com os romances "O Mulato" e "O Cortiço".
Características da prosa naturalista
- Linguagem simples
- Narrativa lenta
- Clareza, equilíbrio e harmonia na narrativa
- Exposição dos detalhes dos cenários, contexto e personagens
- Uso de vocabulário regional
- Impessoalidade
- Determinismo
- Objetivo científico
- Abordagem das patologias sociais
- Análise da realidade
- Ser humano desconstruído, animal e sensual
- Moral desconstruída
- Engajamento em causas sociais
Influências da prosa naturalista
A prosa naturalista apresenta romances experimentais, podendo ser notada a influência direta do Darwinismo na expressão máxima da natureza.
A narrativa enfatiza a natureza animal do homem. Dessa maneira, antes da razão, o homem deixa-se levar pelos instintos como sexo, pela moral da classe dominante.
A clarificação das relações humanas no romance resultam da influência do autor francês Émile Zola (1840 -1902), que defendia a aplicação na arte do determinismo e do experimentalismo. Os dois princípios científicos são considerados as bases do Naturalismo na literatura.
O movimento naturalista é embasado nas ideias de Hippolute Taine (1828-1823). É a exposição do ser humano sendo uma máquina sujeita às leis da física e da química.
O determinismo e o experimentalismo também exploram a hereditariedade física e social. Nesse contexto, os personagens são produtos do meio biológico e social.
Retrato Individual
A narrativa da prosa naturalista explora a apresentação do ambiente físico e social de maneira detalhada.
Nela é possível perceber a adoção da postura científica diante da realidade. Por isso, a narrativa é impessoal e o retrato das personagens é individual.
Os personagens são expostos em suas situações individuais, seus conflitos e seus valores sociais.
Os homens são vistos de um ângulo biológico, com a decomposição do físico, do instinto e do animal.
O contexto é crivado de descrições sempre minuciosas que levam o leitor para dentro do cenário na narrativa. Assim, os romances contêm descrições visuais, olfativas, táteis e auditivas.
Realismo e Naturalismo
Há vários pontos de coincidência entre a prosa realista e a prosa naturalista, atacam a monarquia, o clero e a sociedade burguesa.
Há, inclusive, a inclusão de um mesmo romance nos dois estilos. Isso ocorre, por exemplo, com O Ateneu, de Raul Pompéia (1863-1895), que é considerado tanto realista como naturalista. O mesmo ocorre com Eça de Queiros, em Portugal.
Leia também:
- Realismo e Naturalismo
- Prosa Realista
Autores Naturalistas Brasileiros
Os principais autores brasileiros enquadrados são Aluísio Azevedo e Raul Pompeia (1863-1895).
Os dois se enquadram na prosa naturalista com romances em que são exploradas de maneira rigorosa a análise social de grupos humanos marginalizados.
Aluísio Azevedo
Aluísio de Azevedo é considerado um dos principais autores da prosa naturalista brasileira. Suas obras enquadradas na prosa naturalista são: O Mulato, Casa de Pensão e O Cortiço.
Em O Mulato, publicado em 1881, expõe a preocupação com as classes marginalizadas, critica o conservadorismo e o clero.
Era um dia abafadiço e aborrecido. A pobre cidade de São Luís do Maranhão parecia entorpecida pelo calor. Quase que se não podia sair à rua: as pedras escaldavam; as vidraças e os lampiões faiscavam ao sol como enormes diamantes, as paredes tinham reverberações de prata polida; as folhas das árvores nem se mexiam; as carroças d’água passavam ruidosamente a todo o instante, abalando os prédios; e os aguadeiros, em mangas de camisa e pernas arregaçadas, invadiam sem-cerimônia as casas para encher as banheiras e os potes. Em certos pontos não se encontrava viva alma na rua; tudo estava concentrado, adormecido; só os pretos faziam as compras para o jantar ou andavam no ganho.
Prosa Realista
A Prosa Realista no Brasil tem como marco inicial o ano de 1881, com as publicações de Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis, e de O Mulato, de Aluísio Azevedo. Este último também enquadrado no Naturalismo.
Características da prosa realista
- Objetivismo
- Impessoalismo
- Captação do tempo real
- A mulher não é mais idealizada
- O retrato da mulher é cru, com seus defeitos e qualidades
- Não existe amor romântico
- Os relacionamentos amorosos são mascarados por interesses
- O casamento é questionado
Características da linguagem
- Descrições objetivas das personagens e a realidade
- Narrativa longa, lenta
- Exploração psicológica da narrativa
- Detalhamento dos problemas ambientados
Origem da prosa realista
O movimento do Realismo surgiu a partir de uma reação ao subjetivismo, ao individualismo e ao "eu" romântico. Em oposição à estética romântica surge o objetivismo e o impessoalismo.
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