História Da Química - Resenha

A teoria dos radicais

A teoria de radicais surgiu do trabalho de Lavoisier sobre a sistematização de ácidos e da Teoria Dualística de Berzeleius. Lavoisier apresentou a noção de radicais como “grupos de elementos em um composto que, juntos, funcionam como uma unidade”. Já na extensão da Teoria Dualística para compostos orgânicos, Berzelius postulou que as substâncias eram óxidos de compostos radicais unidos por forças eletrostáticas. A partir da teoria dos radicais Dumas criou o conceito de radicais orgânicos e com base nos experimentos de cloração do ácido acético surgiu a teoria dos Tipos. Resumidamente, nos compostos orgânicos existem certos tipos que permanecem mesmo quando o hidrogênio é substituído por um volume igual de cloro, bromo ou iodo. Desta forma, os compostos orgânicos eram classificados como “Tipos Químicos” quando continha o mesmo número de equivalentes químicos, mesma forma de ligação e propriedades químicas fundamentais.

O vitalismo

A dificuldade de sintetizar produtos orgânicos a partir de materiais inorgânicos levou o desenvolvimento da teoria do vitalismo. Segundo filósofos e cientistas da época (por volta de 1800), existia uma força vital (vis vitalis) misteriosa que governava todos os processos biológicos inerentes aos organismos vivos. Seria, portanto, impossível produzir quimicamente substâncias orgânicas, uma vez que, essa força não seria encontrada fora de organismos vivos. A concepção de força vital foi enfraquecida quando em 1828, Friedrich Wöhler sintetizou a ureia a partir do cianato de amônio. Ainda sim adeptos da teoria diziam que a força vital orientava os processos químicos responsáveis pelo funcionamento dos organismos. A partir disso sucederam-se outras sínteses e também os estudos sobre fermentação de Louis Paster. Descobriu-se então que leveduras estavam envolvidas nestes processos descartando a hipótese de ser fenômeno apenas químico, abrindo espaço para o desenvolvimento da bioquímica.

Jørgensen X Werner

Em 1914, Werner conseguiu estabelecer definitivamente a teoria de coordenação devido a síntese de compostos de coordenação com atividade óptica, os sais de tris[tetraamino-m-diidroxo-cobalto (III)], nos quais a molécula ligante não apresentava átomos de carbono. Estes sais foram preparados pela primeira vez por Jorgensen. Antes do surgimento da teoria de Werner, a teoria da cadeia permaneceu como ferramenta adequada para a representação e entendimento do comportamento químico dos então compostos moleculares. A teoria da cadeia estabelecia que moléculas de amônia poderiam ligar-se uma às outras formando cadeias, assim como o carbono. Somente após estudos de Raoult e van’t Hoff, permitindo o estabelecimento confiável das massas molares de amônia foi possível estabelecer a estrutura correta. As teorias de Werner e da cadeia coexistiram durante muito tempo, porém evidencias experimentais acabaram por revelar a superioridade da teoria de Werner. Ressalto que, sem os trabalhos de Jorgensen e Petersen no estabelecimento correto das massas molares pra complexos aminocobálticos , a teoria de Werner talvez nunca tivesse sido el