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Por:   •  10/10/2013  •  Resenha  •  654 Palavras (3 Páginas)  •  272 Visualizações

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Entre previsões otimistas e pessimistas sobre o futuro do Brasil, nossa economia e o impacto real da crise internacional no dia-a-dia das pessoas, é interessante analisar alguns fenômenos sobre o comportamento da sociedade e como ela lida com o consumo em tempos difíceis. O que as famílias decidem priorizar, manter ou cortar de seu orçamento dá muitos indícios sobre que tipo de sociedade existe e está se formando no País no médio e longo prazo. O crescimento que a banda larga vem registrando no Brasil é uma questão em que cabe essa discussão.

De acordo com o IBOPE Nielsen Online, o número de usuários ativos de Internet em residências teve um aumento de 12% em março de 2009 em relação ao mesmo mês do ano anterior. Na comparação com fevereiro, o crescimento foi de 2,6%. Trata-se de 25,5 milhões de pessoas que acessaram frequentemente a web a partir de suas residências só no mês de março. Desse total de internautas, quase 90% navegaram por meio de banda larga.

Ainda de acordo com o instituto, cerca de 40% dos indivíduos da classe C já possuem acesso à Internet. Por que afinal o mercado residencial de banda larga não minguou – e até cresceu - numa época em que tanto se fala, nas ruas e na mídia, sobre os reflexos da crise e a necessidade de cortar gastos?

Bem, parte da resposta pode estar em algumas transformações importantes pelas quais a sociedade brasileira passou nos últimos tempos, entre as quais o maior e mais disseminado acesso da classe C a bens de consumo de maior valor agregado, como os computadores.

Segundo um levantamento realizado pela empresa de pesquisa de mercado Ipsos, encomendado pela Intel, 31% dos lares brasileiros tinham computador no final de 2008, e a previsão é de que até 2010 o Brasil deverá se tornar o terceiro maior mercado de PCs do mundo. Outra consultoria, a IDC, diz que para 2009 a estimativa de crescimento das vendas de computador é de 9%. A previsão da IDC para o Brasil é bem alta comparada aos 2% de crescimento previsto para o mercado global de PCs. Ou seja, espera-se que o parque de computadores continue crescendo mais por aqui do que no resto do mundo. Além disso, bem sabemos que, nos dias de hoje, uma máquina sem acesso à rede mundial não serve para muita coisa ou seja, a banda larga tende a acompanhar essa expansão.

O aumento da venda de computadores e o surgimento de um parque de PCs amplo no Brasil, no entanto, isoladamente não explicam por que os acessos residenciais à banda larga não caíram. Supérfluos - ou o que não é absolutamente essencial - costumam ser cortados em épocas de crise. E é aí que está o X da questão. O acesso à Internet em alta velocidade não é mais encarado como supérfluo pelas famílias brasileiras porque entra como um item da linha de Educação. Garantir boas condições de Educação para os filhos é algo que cada vez mais ganha prioridade no planejamento orçamentário das famílias e é por isso que elas continuam arcando com os custos mensais dos serviços de banda larga, para proporcionar às suas crianças e adolescentes o acesso infinito ao mundo de informações que a Internet possibilita. Em resumo, acredito que o mercado de banda larga continua crescendo no Brasil porque as famílias que têm computador em casa, da classe A até a D, veem o acesso à web como uma necessidade básica dentro do pacote de Educação para os filhos.

Voltando ao raciocínio

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