Impressões

A cultura do quanto pior melhor se instalou não apenas na sociedade brasileira como em todo o mundo.

Com o advento das celulares inteligentes e da internet móvel, registrar os acontecimentos no ato virou uma febre, sem se incomodar se o registro é moral ou não. O que importa é ter a imagem, mesmo que venham a chocar quem se habilite a ver as imagens.

A grande maioria das pessoas assiste diariamente, pessoas sendo arrastadas por viaturas, sendo degoladas ao vivo, na mesma naturalidade com que se assiste a uma partida de futebol pela televisão. A torcida é para ver a maior quantidade de sangue possível, ver o pior.

A mídia seja televisiva, escrita ou o que seja contribui e muito para o aumento desse sentimento e esse sangue voraz por desgraça alheia.

A criança que aparece desnutrida e quase morrendo não comove mais, o perigo está em querer ver a morte dessa pobre.

Que sociedade é essa que vivemos? Onde a desgraça do próximo vira atração em horário nobre, onde ver o povo se digladiando é mais interessante do que uma cena de amor.

Num ano onde grandes eventos se aproximam, a aposta do fracasso é maior do que o dever de fazer o bem feito. Não importa se não tínhamos condições de realizar este ou aquele evento, realmente não tínhamos e ainda não temos, mas foi escolhido, veio, agora tem que fazer acontecer.

O problemas de esses eventos serem um fracasso não é de quem os aceitou, é de uma população e um pais que passa a ser desacreditada, essa sou eu é você desacreditado.

Voltamos a ser levados com um país que não se deve levar a sério.