Inclusão Escolar E Educação Especial: Interfaces Necessárias Para A Formação Docente
Ensaios: Inclusão Escolar E Educação Especial: Interfaces Necessárias Para A Formação Docente. Pesquise 861.000+ trabalhos acadêmicosPor: cirlene1980 • 3/5/2014 • 812 Palavras (4 Páginas) • 688 Visualizações
Giovani Ferreira BezerraI; Doracina Aparecida de Castro AraujoII
IMestrando em Educação pelo programa de Pós-Graduação da UniversidadeEstadual de Mato Grosso do Sul (UEMS), Unidade Universitária de Paranaíba, com bolsa da CAPES. gio_bezerra@hotmail.com
IIDoutora em Educação pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP).Docente e coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Educação,nível de Mestrado, da UEMS/Paranaíba-MS. doracina@uems.com
GLAT, Rosana; PLETSCH, Marcia Denise. Inclusão escolar de alunos comnecessidades educacionais especiais. Rio de Janeiro: EdUERJ, 2011, 162p. (Pesquisa em Educação).
O livro Inclusão Escolar de Alunos com Necessidades Especiais é resultado do primoroso encontro teórico-metodológico e institucional de duas pesquisadoras com reconhecido prestígio acadêmico no cenário da Educação Especial brasileira. Em cinco capítulos bem fundamentados, empírica e conceitualmente, Rosana Glat, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), e Marcia Denise Pletsch, da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), revelam um lúcido posicionamento quanto à inclusão escolar de alunos com necessidades educacionais especiais em turmas regulares.
No primeiro capítulo, fazem uma rápida contextualização histórica para evidenciar a emergência da educação inclusiva como paradigma educacional. Em seguida, explicitam a conceituação de necessidades educacionais especiais, entendidas como as demandas resultantes da relação entre as características individuais do aluno e o contexto histórico-cultural onde está inserido. Ainda neste capítulo, descrevem brevemente as formas complementares de atendimento educacional especializado, a saber: ensino itinerante, bidocência, mediação de aprendizagem e salas de recurso, aproveitando a ocasião para criticar as atuais salas de recursos multifuncionais implantadas pelo Ministério da Educação (MEC), em que um
professor
deve atender alunos com diferentes condições cognitivas.
No segundo capítulo, as autoras discutem sobre aspectos estruturais e funcionais que perpassam o processo de inclusão escolar em três redes municipais da educação fluminense - Angra dos Reis, Niterói e Rio de Janeiro. A análise revela que, na prática, a política nacional de educação inclusiva tem sido desrespeitada, pois, nos municípios pesquisados, alunos com graves deficiências continuam sendo encaminhados exclusivamente para escolas ou classes especiais, além de passarem por avaliações descontextualizadas, muito próximas do modelo clínico com fins de diagnóstico. Nota-se também a presença de alunos incluídos sem qualquer atendimento especializado, demonstrando-se que a escola inclusiva ainda não superou a seletividade, a precariedade derecursos humanos e materiais, num flagrante desencontro entre o real e o legal.
No terceiro capítulo, são apresentados dados de uma pesquisa etnográfica realizada em dezesseis classes de duas escolas da rede pública municipal do Rio de Janeiro. Pela abundância de depoimentos de professoras das escolas regulares, coordenadoras e observações retiradas do diário de campo das autoras, nota-se a predominância do empobrecimento curricular para os alunos com necessidades especiais, em vez de uma reorientação metodológica significativa, que lhes possibilitasse não só a propalada socialização, mas também o desenvolvimento acadêmico. Nesse contexto, o suporte da educação especial aos alunos e professores das classes comuns é visto como imprescindível para se promover à educação inclusiva de forma consequente.
Continuando
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