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Indios maxakali

Por:   •  28/11/2015  •  Artigo  •  2.143 Palavras (9 Páginas)  •  286 Visualizações

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Introdução

        O território brasileiro, segundo dados da Funai, conta, atualmente, com 345 mil índios distribuídos em 215 sociedades indígenas, além dos que vivem fora das terras demarcadas, em regiões urbanas, e dos grupos que ainda não foram contatados. Desse total, dez etnias encontram-se em Minas Gerais, somando uma população de mais de sete mil índios.

        “O termo Maxakali é uma palavra de língua desconhecida, mas que aparentemente indica exatamente esta união de vários grupos”.

        Os Maxakali são semi-nômades, caçadores, pescadores e coletores. Pertencem ao tronco lingüístico Macro-Gê, família Maxakali, língua Maxakali. Seu território se estendia pelos vales dos rios Mucuri, Jequitinhonha e São Mateus, abrangendo assim o nordeste de Minas Gerais, parte do extremo-sul da Bahia e do norte do Espírito Santo.

        Com a expansão da sociedade não-índígena em Minas Gerais os Maxakali encontraram seu último refúgio se unindo em uma única aldeia, no seio da Mata Atlântica de uma região quase que intermediária entre os vales do Jequitinhonha e Mucuri. Ali resistiram, e resistem até hoje, os únicos sobreviventes de um povo, atualmente com uma população estimada em 1.050 pessoas onde a metade de

sua população é constituída por indivíduos na faixa etária de 0 e 16 anos. Os Maxakali,vive com muito sofrimento, força e sabedoria, luta pela vida plena, com qualidade, respeito, sem conflitos com os não-indígenas.

        Os Maxakali resistiram a todas as formas de pressão e violência, chegando ao final desse século mostrando a sua condição de povo indígena e mantendo preservada grande parte da sua cultura material, língua e religião. Por outro lado, houve redução do seu território, invasão de suas terras, destruição das matas e rios, antes abundantes para as atividades de caça, (pesca e coleta), o que os levou ao empobrecimento, à dependência e à submissão a um quadro permanente de violências, discriminação e indiferença.

        Nos últimos anos, através do apoio do CIMI, os Maxakali obtiveram importantes conquistas: educação, direito sobre as suas terras, valorização cultural, solidariedade da sociedade nacional e internacional, entre outras. A recente retirada dos fazendeiros e reunificação de seu território, reabre uma nova etapa na vida desse povo.

Localização

        Os Maxakali encontram-se numa reserva composta por duas aldeias – Água Boa, no município de Santa Helena de Minas, e Pradinho, no município de Bertópolis – na região do Vale do Mucuri, nordeste do estado de Minas Gerais. Localizada próximo à divisa com o estado da Bahia, a reserva tem uma área total de 5.305,67 hectares.

        Aldeia de Água Boa está localizada há 12 km da cidade de Santa Helena de Minas, 24 km de Machacalis, e 240 km de Teófilo Otoni, maior centro urbano da região.

        A aldeia do Pradinho está localizada há 13 km da pequena cidade de Batinga.

        O povo maxakali tem grande capacidade de se adaptar com a sociedade que se envolve. Eles tem uma grande resistência a imposição da cultura dominante, e preservam sua culturas próprias. De todos os grupos indígenas de Minas, os Maxakali são os que mais preservaram a cultura, dado a sua forte resistência à civilização externa. Sua língua a melhor prova disso, onde na tribo só se fala o maxakali, embora muitos entendem o português.

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Importância do território para os Maxakali

         O território livre, unificado não só no papel, mas também na prática, apresenta várias significações e simboliza a vida do povo maxakali. É a união especial do povo, a liberdade de ir e vir sem ter medo, sem agressões. É a garantia de mais espaço para viverem conforme suas tradições. É resgatar a história e libertar de seus antecessores.

        Libertarem para seu povo o território apreendido com tanta força e violência pelas mãos de poucos, significa o fim de uma batalha de longos anos de sofrimentos em defesa da terra e a esperança de melhoria de vida. É também nova vitória. As mesmas terras que se encontraram invadidas pelos fazendeiros, onde os Maxakali inteligentemente defenderam uma parte de seu território, garantindo-o como um espaço e ambiente para a sobrevivência das novas gerações.         

        E assim pensam hoje: “seu povo está crescendo, quando as crianças crescerem, vão ter filhos e precisarão de lugar para morar, para viver. E a luta pela terra não acaba, denúncias de novos avanços dos fazendeiros vizinhos já estão aparecendo”.

Saúde

        A situação da saúde dos povos indígenas no Brasil é frágil. E o pior é que não há dados representativos sobre essa situação. Embora precários, as taxas de mortalidade são três a quatro vezes maiores que aquelas encontradas na população brasileira geral.

        A população era atacada por infecções respiratórias e intestinais, malária, tuberculose, doenças sexualmente transmissíveis, desnutrição e doenças que poderiam ser evitadas pela vacinação, comprovando um quadro sanitário que poderiam ser significativamente reduzidos com o estabelecimento de ações sistemáticas e continuadas de atenção básica à saúde nas comunidades.

        Foi só em 1999, uma importante alteração deu-se no sistema público de saúde indígena, com a transferência da responsabilidade pelo setor da Funai para a Funasa (Fundação Nacional de Saúde), órgão do Ministério da Saúde.

        “Esta proposta foi regulamentada pelo Decreto n.º 3.156 de 27 de agosto de 1999, que dispõe sobre as condições de assistência à saúde dos povos indígenas, e pela Medida Provisória n.º 1.911-8, que trata da organização da Presidência da República e dos Ministérios, onde está incluída a transferência de recursos humanos e outros bens destinados às atividades de assistência à saúde da Funai para a Funasa”.

        Atualmente, os cuidados médicos mais rígidos são feitos no hospital público mais próximo à aldeia. No caso dos índios Maxakali são nas cidades de Machacalis no hospital Cura D’ars, e em Águas Formosas no hospital São Vicente de Paulo. Quando um maxakali precisa ser internado, a família inteira se muda para o hospital. É que na cultura deles a doença é causada por espíritos e, portanto, a família deve estar unida para se tratar. À noite, pulam o muro, vão para os botecos e acabam se agredindo dentro do próprio hospital.

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