Libras: Um olhar diferenciado
Por: luise.gastaldo • 18/7/2017 • Trabalho acadêmico • 922 Palavras (4 Páginas) • 141 Visualizações
1-O entendimento da surdez como deficiência ou incapacidade é errôneo, pois o surdo tem a capacidade se se comunicar e de viver em sociedade. Nós, pessoas ouvintes é que colocamos parâmetros de “normalidade” e “deficiência”, o que acaba gerando preconceito e uma inferioridade que na realidade não existe. Pois muitos surdos se identificam com a língua de sinais e a comunidade surda não gosta de ser chamado de deficiente auditivo. Eles possuem orgulho de ser surdo e não se consideram um deficiente pois valorizam sua história, arte e literatura . Porém há também casos de pessoas que não se identifica com está comunidade surd ae tem vergonha de sua condição auditiva .
2- Tendo em vista a denominação de língua como um “sistema linguístico empregado por uma determinada comunidade para a comunicação entre seus membros.” O uso da língua oralizada para o surdos é dificultosa e muitas vezes forçada, devido ao fato deles não poderem ouvir sua própria voz visto que o português não é a sua língua materna, mas sua oralização é possível, se desejada . Já a aprendizagem de sua língua nativa, a língua brasileira de sinais, depende muito de seu contexto familiar, visto que a maioria das crianças surdas advém de pais ouvintes, o filho desses progenitores vai entrar tardiamente em contato com sua língua materna o que pode causar um desenvolvimento de sua língua materna tardio, mas não devido a uma incapacidade ou desenvolvimento linguístico afetado e sim devido ao pouco contado com as libras, visto que pais surdos que possuem filhos surdos desenvolvem normalmente sua língua materna, como uma criança ouvinte desenvolve o português. Por tanto o surdo tem seu desenvolvimento cognitivo completo, desde que se tenha acesso a língua.
3- O conceito da surdez como deficiência ou diferença depende seu ponto de compreensão. Por muito tempo ela foi vista com um olhar clinico-terapêutico, esse modelo estabeleceu uma visão restritamente relacionada com a patologia, com o déficit biológico, baseava-se em estratégias e recursos reparadores e corretivos. Assim muitas crianças foram tiradas da escola, e obrigadas a transitar pelo domínio da medicina. O que significava buscar a cura do problema auditivo, à correção do defeito da fala, o treinamento como leitura labial entre outros devido ao fato da surdez ser vista como uma deficiência, uma doença que precisava de cura, tendo o oralismo o parâmetro de normalidade. Essas ações causaram ao surdo isolamento comunicativo e verdadeiras privações sociais em sua infância, que foram obrigados a falar, sendo proibido o uso da língua de sinais. A partir de certo momento percebe-se a necessidade de um novo modelo explicativo sobre a surdez, um no qual não seja vista somente como um déficit a ser curado, mas um modelo em que se origine e se justifique nas interações normais e habituais dos surdos entre si, no qual a língua de sinais seja respeitada e tida como veiculo fundamental desenvolvimento linguístico e cognitivo do surdo e o modelo pedagógico não seja uma tentativa de corrigir o déficit ou falta e sim um jeito diferente de se comunicar, uma nova cultura e uma nova identidade.
4-Assim como o português na forma oral é a primeira língua para indivíduos ouvintes nascidos no Brasil, a Língua Brasileira de Sinais é a primeira língua dos surdos, ou sua língua materna. Considerando que a maioria dos surdos dos surdos são filhos de pais ouvintes e poucos são filhos de pais surdos, o surdo está exposto à língua portuguesa no seu contexto familiar e social, entretanto, ele também está incluído em uma comunidade surda, onde a Libras é a língua dominante. Logo, cabe à toda sociedade compreender o caráter bilíngue do surdo. As Línguas de Sinais são utilizadas pela maioria das pessoas Surdas no mundo e são naturais dos Surdos, que usam a Libras como comunicação. No Brasil, a Libras é o meio e o fim da interação social, cultural e científica da comunidade Surda brasileira. Por ser visual, a Libras possibilita uma aquisição mais rápida pelo Surdo, enquanto a aquisição da modalidade escrita corresponde à alfabetização em outra língua.
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