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MANIFESTAÇÕES POPULARES NO BRASIL

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Por:   •  12/11/2014  •  Projeto de pesquisa  •  2.344 Palavras (10 Páginas)  •  248 Visualizações

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MANIFESTAÇÕES POPULARES NO BRASIL

INTRODUÇÃO

Apresenta-se aqui, uma ampla demonstração de insatisfação popular decorrente da falta de qualidade dos serviços públicos, como também a falta de ética na política. Ao fazer memória dos acontecimentos percebe-se que no primeiro semestre de 2013, uma série de manifestações populares ocorreu nas ruas de centenas de cidades brasileiras. Tendo inicialmente como foco de reivindicação a redução das tarifas do transporte coletivo, as manifestações ampliaram-se, ganhando um número imensamente maior de pessoas e também novas reivindicações. A violência policial aos atos, também contribuiu para que mais pessoas fossem às ruas para garantir os direitos de livre manifestação. O início das reivindicações se deu com o aumento das tarifas do transporte público no Estado de São Paulo. O valor das passagens sofreu um aumento de vinte centavos, gerando uma onda de protestos em toda a Capital, a fim de que o valor fosse reduzido. Não precisou de muito tempo para que as redes sociais, como o Facebook, fizessem seu papel – disseminando informações. Por meio delas, brasileiros de todas as partes do país – e fora, como em Portugal – engajaram-se no manifesto contra o aumento no preço das passagens. E foi nesse contexto que novos temas foram inseridos nas reivindicações, tais como: indignação com o alto custo da Copa do Mundo de 2014, melhorias na educação e saúde públicas e uma reforma política, a fim de acabar com a corrupção no governo. Esses novos tópicos foram cobrados, agora, conjuntamente em todos os estados, criando um movimento social gigantesco, com a finalidade de cobrar, do governo, melhorias para toda a população.

Fazendo uma retrospectiva histórica, podemos perceber na história brasileira que algumas manifestações conseguiram alcançar seus objetivos após reunirem milhares de pessoas. Quando não alcançaram os objetivos pretendidos, as manifestações proporcionaram um debate sobre a situação política do país e estimularam a participação política de um número maior de pessoas. Foi o caso da campanha pelas “Diretas Já!”, iniciada a partir de 1983. O objetivo do movimento era a provação de uma lei que possibilitasse a eleição direta para Presidente da República.

DESENVOLVIMENTO

Sobre as manifestações populares em todo o Brasil, que ganharam destaque na mídia nacional e internacional, isso lembra o título de um livro (muito bom, por sinal, do escritor colombiano Gabriel García Márquez “Crônica de Uma Morte Anunciada”. O título vem a calhar porque, do jeito que a sacanagem persiste em imperar com toda força na sociedade contemporânea, era muito esperada uma reação coletiva e indignada. E dessa reação haverá um óbito evidente e muito celebrado. Aposta-se nisso. No caso, vê-se anunciada a morte da passividade brasileira, da acomodação popular, das diretrizes cegas de alguns que beneficiam outros poucos. Um velho Brasil será enterrado. Algo muito melhor lhe tomará o lugar. As multidões nas ruas, busca tomar o Congresso, clamando aos quatro ventos por mudanças estruturais imediatas, contestam como se sabe, mais do que os centavos extras cobrados em passagens de ônibus nas principais capitais.

É fato que policiais abusaram do poder em São Paulo, mas daí a rotular cada profissional da lei e segurança como um anticristo, já é demais. Muita gente consciente viu bem as imagens dos protestos no Rio, por exemplo, e notou ser desnecessária a depredação por parte de manifestantes de espaços públicos cariocas, bem como o quebra-quebra promovido na Assembléia Legislativa. É o que bem disse uma estudante indignada a um repórter de TV: “esses vândalos não nos representam”. Acreditar em revolução armada e pancadaria como forma de mudar o mundo é assumir uma ignorância grave ante todas mudanças históricas garantidas pela civilidade, democracia, diálogo e pacifismo.

A força jovem que toma as avenidas precisa estar ciente do panorama à sua volta. Não há energia maior do que a de uma turba de estudantes indignados, mas é preciso que cada um saiba bem pelo que briga, qual o discurso e o que vem acontecendo. Fala-se dos jovens pela passionalidade hormonal que lhes é característica, o que faz com que seja essa turma a mais inflamada, mais forte e revoltada nos protestos. Revoluções são assertivas quando a massa tem plena consciência da finalidade da briga e do contexto à sua volta. Em outras palavras, é trabalhoso, mas é necessário politizar o coro do protesto. Aliás, é mais trabalhoso ainda, mas é preciso politizar todo e qualquer cidadão.

Percebe-se também na construção do trabalho, que as tradicionais formas de ver o mundo foram desmontadas, e a racionalidade técnica, dá lugar a outras formas de pensamento. Já não se trata mais de soluções acabadas, mas de inventar, em cada situação, novas possibilidades, em um mundo em transformação com idas e vindas, quebras e dobras, cortes e rupturas. Enfim, um tempo de grandes viradas. Os jovens desdobram-se em personagens possíveis de vários guiões de futuro, mas o futuro imaginado por eles assemelha-se a jardins labirínticos de sendas que se bifurcam. Dessa forma, as possibilidades e escolhas são múltiplas, embora nem sempre possíveis.

Vive-se em uma sociedade planetária cheia de possibilidades e riscos, em que as ferramentas da velocidade não são mais as pernas. Diversidade, mudança e fragmentação fazem da vida uma constante reflexão. Os sinais emitidos pela tradição estão agora em branco. Fazer escolhas, assumir o risco da decisão e responsabilizar-se pelas escolhas feitas são questões fundamentais que se colocam hoje para todos. A virada do século marca transformações em todos os níveis das atividades humanas, o que implica em importantes mudanças no âmbito da economia, da política e sobretudo no âmbito da cultura responsáveis por uma nova configuração da sociedade no terceiro milênio.

No contexto atual das lutas de classes, há um processo ainda nebuloso e que o resultado ainda está por ser decidido. Existem várias possibilidades de desdobramentos, tanto imediatos quanto em longo prazo. Uma das possibilidades é o refluxo das manifestações e volta à estabilidade, por algum tempo, pois a força demonstrada nas ruas e o conjunto das insatisfações, inclusive com a nova ofensiva da classe dominante e governo após a estabilização devido suas necessidades, é algo que não deixará de existir e por isso novas ondas de protestos tendem a ressurgir, bem como novas formas de luta e organização tendem a se desenvolver, o que significa que a luta de classes no Brasil, por mais que o resultado seja o pior possível, estará

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