MATA ATLÂNTICA: NOSSO BIOMA

Diamantina

2014

WENDER DE JESUS MACHADO

Trabalho de Portfólio individual apresentado à Universidade Norte do Paraná - UNOPAR, como requisito parcial para a obtenção de média bimestral nas disciplinas do 1º semestre.

Orientador: Prof. do semestre.

INTRODUÇÃO

O Vale do Jequitinhonha situa-se no nordeste de Minas Gerais, é banhado pelo Rio Jequitinhonha e ocupa uma área de aproximadamente 79 mil Km2, possui uma população aproximada de 940 mil habitantes e é composto atualmente por 75 municípios dentre eles o de Diamantina. A região caracteriza-se por intenso fluxo migratório, pequena oferta de emprego e baixa taxa de urbanização (Catálogo Pólo do Jequitinhonha).

O Vale possui um rico subsolo sendo portanto promissor em recursos minerais, possui um belíssimo patrimônio histórico e cultural, é referencia para todo o estado e porque não dizer todo o país quando se trata do seu diversificado e encantador artesanato, além dos múltiplos atrativos turísticos que aqui se encontra, mas apesar de tantas riquezas naturais, também existe no Vale uma pobreza extrema que é vivida cotidianamente pela grande maioria de sua população. Em todos os municípios pertencentes ao Vale se encontram problemas nas áreas da saúde, do saneamento e também da educação, sendo que estas áreas são direitos fundamentais de todo ser humano garantido por lei, mas que muitas vezes não estão ao alcance de toda a população principalmente quando esta se encontra no interior dos estados como acontece aqui no Vale.

Devido à falta de informação adequada e emprego existente aqui, o meio ambiente vem sendo constantemente agredido pela atividade dos garimpos clandestinos e por consequência disto acaba-se comprometendo os recursos hídricos com a poluição de rios e córregos. Outra atividade econômica encontrada no Vale é a agropecuária que é pouco dinâmica e usada apenas para o abastecimento interno da própria população, isso nos é confirmado no Catálogo Pólo Jequitinhonha que afirma:

A agropecuária é caracterizada pela pecuária de corte e uma agricultura na qual predomina a pequena produção de alimentos básicos, atividade pouco dinâmica, descapitalizada e com baixa utilização de insumos e equipamentos modernos. O Vale dispõe de uma precária base industrial, caracterizando-se como uma região sem tradição no setor, que é composto especialmente por pequenas e micro empresas, sem dinamismo econômico que absorvem uma parcela minúscula da mão - de - obra.

Por se falar em meio ambiente é importante salientar que o bioma presente no Vale do Jequitinhonha é a Mata Atlântica que tem uma extensão total de aproximadamente de 1110182km2, sendo um complexo ambiental que engloba cadeias de montanhas, vales, planaltos e planícies, sendo este bioma tão extenso e importante é que o presente trabalho tem como intuito caracteriza-lo ao mesmo tempo em que irá correlaciona-lo com o Vale do Jequitinhonha.

DESENVOLVIMENTO

Como já dito anteriormente o Vale do Jequitinhonha é uma região pobre situada no nordeste de Minas, tendo como bioma predominante a Mata Atlântica. Mas para iniciarmos bem nosso trabalho é necessário que se esclareça o que vem a ser um bioma. Para tanto usaremos a explicação esclarecedora de Gonsalves que nos explicita que:

Segundo a definição do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o bioma é um conjunto de espécies animais e vegetais que vivem em formação vegetais vizinhas, em um território que possui condições climáticas similares e históricas compartilhadas da mudanças ambientais, o que resulta em uma diversidade biológica própria. O bioma pode ser nomeado em função da vegetação predominante (caso da Amazônia, cerrado e mata atlântica), relevo (Pantanal), condições climáticas (exemplo da caatinga no semiárido nordestino) ou meio físico (bioma zonas costeira e marinha).

Agora voltando a Mata Atlântica, podemos afirmar que é um dos biomas com a maior diversidade de espécies tanto animal quanto vegetal de todo o planeta sendo, portanto muito importante para se manter o equilíbrio biológico mundial, ela é também um dos biomas com a maior taxa de endemismo (consiste em espécies que são exclusivas, únicas de um bioma). Existem vários fatores que podem ser usados para explicar a riqueza que a floresta atlântica tem, uma delas é o intenso calor e as volumosas chuvas que se fazem presentes neste bioma o que por consequência leva ao favorecimento do desenvolvimento de plantas e animais em grande quantidades, outro fator que também podemos citar é sua extensão territorial.

Quando tratamos da vegetação presente aqui se observa que além das árvores altas de folhas largas também há uma vegetação densa e sempre verde, ainda podemos destacar nesse bioma a presença da Mata de Araucária. Bromélias, cipós, samambaias, orquídeas, liquens, jequitibá-rosa, pinheiro-do-paraná, cedro, figueiras, ipês, braúnas e o pau-brasil são alguns dos exemplos de espécies de plantas presente neste bioma, sendo que segundo Gonsalves “das cerca de 20 mil espécies de planta lá conhecidas, 8 mil são endêmicas (40% do total)”. Já no que diz respeito com a fauna o endemismo continua a ser bem considerável uma vez que de forma abrangente das 1361 espécies animais, 567 habitam apenas no bioma atlântico, de acordo com o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) citado por Gonsalves “das 483 espécies de anfíbios, 283 (quase 60%) são endêmicas da Mata Atlântica. No grupo dos invertebrados, ainda pouco conhecido pelos cientistas, destaca-se o besouro-tigre (63 espécies endêmicas do total de 88) e as borboletas (948 endêmicas das 2120 já identificadas).

Com tudo já relatado até agora poderíamos prever que devido a sua importância, diversidade de fauna e flora e com extensa área de ocupação, o bioma da Mata Atlântica deve ser muito bem cuidada, preservada por todos os seus habitantes, mas infelizmente não é bem assim que acontece, ela vem sofrendo com o desmatamento intenso desde a chegada dos colonizadores no litoral baiano, e hoje ela já se encontra reduzida a 7% do que era. Todo esse estrago ambiental se deu porque é aqui na Mata Atlântica é que se situa a maior parte da indústria, bem como da população brasileira, e com isso a natureza (árvores e animais) foram retirados do seu habitat