Manifestações Populares No Brasil

Em 1964, foi instalada no Brasil, uma das maiores barbáries de todos os tempos: A Ditadura Militar. Direitos e garantias fundamentais foram exauridos do povo. Uma boa parte da população, revoltada com o golpe, saiu às ruas para protestar e reivindicar contra as regras impostas pelo regime. A arte e a música eram alguns dos mecanismos usados, principalmente pela juventude, para combater o regime ditatorial da época. Muitos foram torturados, exilados e perderam a vida lutando por um ideal de liberdade e democracia. A nação unida venceu o militarismo e instalou uma Nova República em 1985,libertando o país do regime militar. Mas, e hoje, estamos aptos á lutar contra as ditaduras? Contra a corrupção que assola e afunda a nação? Contra o descaso do poder público em não oferecer, saúde, educação, moradia, emprego como rege a Carta Magna da Democracia? Ou nos tornamos jovens alienados pela mídia e pelo comodismo cumulado com a ditadura do prazer?

Segundo o renomado dicionário Aurélio, Manifestação Popular é ato de manifestar-se, manifestação do pensamento; ajuntamento de pessoas destinado a exprimir publicamente um sentimento, uma opinião política. No Brasil, a mobilização dos povos foi quase sempre marcada por questões políticas estruturais e socioeconômicas, principalmente os que eram de classe inferior, ou aqueles com poderes políticos diminuídos. Nesse contexto foi nascendo no Brasil os primeiros movimentos de resistência, que confrontavam o Império português que dominava as terras brasileiras. As estratégias partiam de diversas localidades das províncias onde os opressores governavam a ferro e fogo, e a única forma de garantir o mínimo de direitos era se rebelando. Como principal referência, vale apena lembra o século XIX, onde se destacaram no Brasil vários movimentos de iniciativa popular, protagonizado principalmente por pequenos roceiros, escravos, índios, homens livres excluídos, pobres que não estavam ligados aos senhores de terra, da cor branca que não tinham direito de usufruir de sua condição de privilegiados, os negros libertos, os trabalhadores que recebiam pequenos salários. Tais populares mostravam seus descontentamentos por toda parte do Brasil. Isso perdurou no decorrer de toda história da nação, difundindo sempre o ideal de participação no controle social e de luta para garantia de direitos para toda a sociedade brasileira.

Atualmente, os movimentos populares ganharam outros contornos e as lutas pela perduração dos direitos e garantias fundamentais tomaram outro viés. Em meados de junho de 2013, um movimento pacifista contra o aumento das passagens de ônibus urbano na cidade de São Paulo, movimento que começou de forma pontual, mas expandiu-se de forma assustadora por todo país, gerando manifestações em toda nação, demonstrando a insatisfação popular e desrespeito das autoridades para com o povo. Impulsionados pelo lema: “O gigante acordou”, referindo-se a extensão territorial da nação, milhares de pessoas foram às ruas, de várias cidades do Brasil, protestar principalmente, contra a corrupção e o advento da realização da Copa do Mundo de Futebol em 2014 e os Jogos Olímpicos em 2016. Como outrora, jovens estavam nas ruas com cartazes, rostos pintados, frases de efeito que questionavam as autoridades a respeito das melhorias na saúde, na segurança e na educação. O movimento repercutiu em todo o mundo e a população começou a acreditar que o povo unido outra vez, poderia vencer. De fato foram auferidas algumas conquistas, das quais, a redução das passagens de ônibus coletivo urbano, em algumas cidades, entre outras conquistas oriundas dos manifestos realizados pela população. Contudo, o que era um movimento ordeiro e pacífico transformou-se em algazarra, confusão, selvageria, depredação de patrimônios públicos e privados descaracterizando o movimento e transformando-o em um caos. Passou a existir um grupo denominado Blackbloc, que é a junçãode duas palavras da língua inglesa black, preto; bloc, agrupamento de pessoas para uma ação conjunta ou propósito comum) é o nome dado a uma tática de ação direta, de corte anarquista, empreendida por grupos de afinidade, que se reúnem, mascarados e vestidos de preto, para protestar em manifestações de rua, utilizando-se da propaganda pela ação para desafiar a estabilidade e as forças da ordem. Black. Basicamente uma estrutura efêmera, informal, não hierárquica e descentralizada. Surgiu originariamente na Alemanha, na década de 1980, como uma tática utilizada por autonomistas e anarquistas para defenderem os squats (ocupações) e as universidades contra a ação da polícia e os ataques de grupos nazistas efascistas.Em suma, é um grupo de militantes que optam por se vestir de negro cobrir o rosto com máscaras da mesma cor para evitar serem identificados e perseguidos pelas forças da repressão.Este movimento ganhou notoriedade durante os protestos ocorridos em junho de 2013, durante a Copa das Confederações. Enquanto cidadãos de boa índole iam para as ruas protestar de maneira pacífica, os integrantes deste infeliz movimento causavam um verdadeiro terror. Não é a toa que participantes de um blackbloc são frequentemente associados ao anarquismo, pois em praticamente todos os casos, eles promovem a baderna por onde passam, deixando o patrimônio público danificado, bem como diversas pessoas feridas, entrando em confronto direto com a Polícia, que por sua vez fora usada como alvo de críticas da mídia, fazendo as pessoas acreditarem que esta sim era a verdadeira culpada pelo caos que estava se instalando. Alguns juristas declararam que a manifestação dos blackblocs é inconstitucional segundo a Constituição Federal de1988 no seu Art. 5º e os seguintes incisos:

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:

IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato.

XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público, independentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade competente;

Os políticos que governam a nação chegaram a afirmar que os ataques dos blackblocs eram financiados pela oposição, tendo como intenção aproveitar o momento e desestabilizar o cenário político do país, dando aos movimentos, um viés político-partidário, cujo intento é angariar votos e demonstrar a fragilidade do partido que dirige a nação. É fato que grande parte da população deixou

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