Medo Líquido
Artigo: Medo Líquido. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: Cindy1 • 17/11/2013 • 1.531 Palavras (7 Páginas) • 821 Visualizações
FACULDADE AVANTIS
Credenciada pela Portaria MEC nº 4.028,
Publicada no D.O.U. de 31/12/2002
MEDO LÍQUIDO
RESENHA CRÍTICA
Referências bibliográfi¬cas BAUMAN, Zigmund. Medo Líquido. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2008.
Informações sobre o autor Sociólogo polonês. Membro de uma família de judeus não praticantes, teve que emigrar com sua família para a Rússia, quando os nazistas invadiram a Polônia. Na corrida, Bauman foi alistado no exército polonês, controlada pelos soviéticos, servindo como instrutor político. Participou nas batalhas de Kolberg e algumas operações militares em Berlim. Em maio de 1945, ele foi condecorado com a Cruz Militar de Valor. De 1945-1953 serviu funções semelhantes insurgentes que lutavam contra os nacionalistas ucranianos, e como colaborador para a inteligência militar.
A obra de Bauman inclui 57 livros e mais de 100 ensaios. Desde seu primeiro trabalho sobre o movimento operário britânico, os movimentos sociais e os conflitos têm mantido o seu interesse, mas a sua gama de interesses é muito mais amplo. Fortemente influenciado por Gramsci, nunca negar completamente os princípios marxistas. Suas obras dos anos 80 e início dos anos 90 analisar as relações entre a modernidade, a burocracia, a racionalidade ea exclusão social vigente. Após Sigmund Freud, a modernidade européia concebida como o produto de uma transação entre a atribuição de liberdade e conforto para desfrutar de um nível de benefícios e segurança.
De acordo com Bauman, a modernidade na sua forma consolidada exige a abolição de perguntas e incertezas. Precisa de um controle sobre a natureza, uma hierarquia burocrática e mais regras e regulamentos para fazer parecer os aspectos caóticos da vida humana como organizado e família. No entanto, estes esforços não param para alcançar o efeito desejado, e quando a vida parece começar a correr nos trilhos padrão, sempre haverá algum grupo social que não se encaixa nos planos e não pode ser controlada.
Gênero da obra Assim como outras obras do autor, “Medo Líquido” trata de como é visto e sentido o medo, que nasce nesta sociedade liquido-moderna dos mais diversos lugares e relações, nos traços desta liquidez.
Resumo Nesta obra, o autor descreve três tipos básicos de perigos dos quais derivariam todos os medos.
O primeiro seria os perigos que ameaçam o corpo e as propriedades, um segundo tipo, mais geral, ameaça a durabilidade da ordem social, como, por exemplo, o emprego, a segurança, por fim, os perigos que ameaçam o lugar da pessoa no mundo, sua posição social, sua identidade, ou seja, o medo da exclusão.
Detalhando esses tipos de medo, ele aborda o pavor da morte ou o “medo original”, o medo do mal, o horror do inadministrável e o terror global.
O medo da morte é visto pelo autor como um medo inato, endêmico, do qual não se pode fugir. Esse medo seria, provavelmente, o preço cobrado pela nossa humanidade. Ser humano é tomar consciência da
morte, de sua inevitabilidade e da “apavorante tarefa de sobreviver à aquisição desse conhecimento” (p. 45).
O medo e o mal são inseparáveis como irmãos siameses e talvez até mesmo dois nomes de uma só experiência. Explorando a questão “o que é o mal?”, o autor faz a distinção entre os males naturais (como terremotos, inundações e outros desastres) e os males morais; os primeiros aleatórios e imprevisíveis e os segundos marcados pela intencionalidade ou premeditação, sendo estes representados na atualidade pelas diversas formas de extermínio praticadas principalmente no século XX e pelo terrorismo onipresente no século XXI.
Em seguida, Bauman detalha o “horror do inadministrável”, provocado principalmente pelo potencial de autodestruição alcançado pela sociedade, potencial este presente principalmente nas armas desenvolvidas e acumuladas desde a guerra fria e que já seriam suficientes para exterminar a humanidade, e elas não são as únicas a nos ameaçarem cotidianamente, pois hoje somos também responsáveis pelos males tidos como “naturais”, já que muitas das catástrofes naturais são devidas ao desequilíbrio gerado pela humanidade no processo de modernização e que, embora pareça ser um mal distribuído equitativamente e de modo aleatório, até o momento a realidade tem se encarregado de desmentir essa aparência, atingindo predominantemente a população pobre. Do furacão Katrina, que dizimou prioritariamente os negros pobres de Nova Orleans, às enchentes e desmoronamentos em favelas do Brasil, vemos cada vez mais a confirmação desta tese.
Há ainda o medo do terror global, que atinge a todos por meio da globalização. Se globalização inelutável e irreversível e tudo o que se passa em uma parte qualquer do mundo afeta a vida das pessoas no mundo inteiro, nenhum país, por mais vasto, soberano ou rico que seja, pode proteger totalmente a condição de vida, a segurança, a prosperidade, o modelo social ou a sobrevivência de seus habitantes. A globalização deixou de estar ligada somente ao capital financeiro, às comunicações e ao comércio e já se estende também à criminalidade, ao tráfico de drogas e ao terrorismo e, para provocar ainda mais medo, as forças de ação política efetivas são ainda incapazes de agir fora do âmbito local.
Bauman não acredita na possibilidade de
buscar soluções locais para lutar contra os produtores globais do medo. Para ele, as saídas locais servirão sempre como paliativos, pois não estarão em condições de corrigir as conseqüências negativas da globalização.
As ferramentas para a solução dos males globais não existem, precisariam ser criadas e a segurança só voltará quando a humanidade recuperar o controle sobre as forças que definem nossa condição. O sentimento de impotência persistirá porque “não parecemos mais estar no controle, seja sozinhos, em grupos ou coletivamente, dos assuntos de nossas comunidades,
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